Poucos álbuns no Black Metal carregam tanta polêmica quanto The Wild Hunt. Lançado em 2013, trouxe tanto uma atmosfera obscura quanto várias polêmicas em torno de seu estilo atmosférico um tanto quanto ousado. Muitos torceram o nariz e sentenciaram como “melódico demais”, “cedendo ao mainstream”. Mas será mesmo?

Particularmente considero o The Wild Hunt um clássico do Black Metal que exala muita obscuridade e a essência do metal extremo profundo e obscuro, uma verdadeira viagem ao submundo. Watain sempre foi devoto ao culto do caos e das trevas, mas aqui decidiu invocar atmosferas muito mais densas e espirituais.
Se existe uma faixa que simboliza essa invocação é They Rode On. Mais do que uma simples música, ela é um verdadeiro hino ao necro culto e aos espíritos, uma jornada que ultrapassa os limites do gênero. Essa canção, em especial, será para sempre uma das minhas favoritas de todos os tempos, não só pela força ritualística, mas pela aura que transcende e pela capacidade de nos conduzir às profundezas do invisível.
Os vocais de Erik Danielsson surgem crus, quase confessionais, com uma carga emocional que desnuda o íntimo e dá corpo ao ritual. É impossível não perceber ali ecos do Bathory mais épico e atmosférico onde Watain presta uma reverência direta à herança deixada por Quorthon.
The Wild Hunt não nega o Black Metal mas sim o transcende. É sombrio, épico e intenso na medida certa. Um disco que pede entrega total, não só da audição, mas da alma.
Se para alguns foi uma “bomba”, para mim é um dos momentos mais marcantes da discografia do Watain e da história do Black Metal. Uma verdadeira invocação da caçada selvagem que nos arrasta para dentro do abismo com beleza e fúria em busca dos espíritos errantes. Esse é um bom disco sim.
E você, Headbanger: tem coragem de montar nesse cavalo selvagem ou prefere ficar preso ao convencional?
TEXTO POR GERMANIA OPUS MORTIS
