Quarta – Feira, não vamos negar que, é um dia extremamente complicado para se produzir um evento e se colocarmos que, o evento foi produzido em uma quarta – feira, no final do mês e na cidade do Rio de Janeiro, com uma banda que não é tão conhecida assim, o que vocês pensariam?? “É, tem tudo pra dar errado.” Certo? Então, tenho um maior orgulho em dizer que não, isso não aconteceu ontem.

Mesmo em meu caminho, ter passado por uma experiência nada prazerosa, no qual prefiro não comentar, vamos ao evento em si, que foi incrível ontem. O Heavy Beer Bar, que se encontra na Rua Ceará, um clássico local do Underground Carioca foi extremamente corajoso e se uniu à Vista Rock e nós do Headbangers Brasil apoiamos a idéia e ontem, o Ambush fez a sua estreia no Brasil, com uma casa muito cheia, o que me deixou muito feliz.

A noite ontem prometia muito som de peso e assim aconteceu, começando as 21:00hrVox Mortem subiu ao palco e mostrou pra gente o seu som, que está cada vez mais matador em palco. O Vox Mortem é uma banda veterana no cenário carioca e  eu já os vi diversas vezes, mas a banda entrou em um período parada e retornou com uma extrema reformulação em seu line-up, contando atualmente com John Brian (vocal), Isau Xavier e Jean Rezende (guitarras), Rafael Leoni (baixo) e Flávio Monteiro (bateria), a banda mostrou a força do seu som, tocando músicas já lançadas, eles mostraram que aquela seria uma noite incrível. 

O vocal de John é agressivo e muito presente, os riffs são ríspidos e muito certeiros sempre e eles conseguiram tirar “leite de pedra”, pois infelizmente, uma coisa irá retornar aqui, o som teve alguns problemas, mas nada que dirimisse o show e toda a beleza do evento. A banda tem dois singles lançados em 2020 e foram executados ontem, um show maravilhoso e que me deixou muito feliz em ver esse grande nome do nosso cenário em palco ontem.

Pouco tempo depois da destruição sonora proferida pelo Vox Mortem, era a hora do Marginal Metal subir em palco e assim, o pessoal do Facing Fear, capitaneada pelo vocalista Terry Painkiller e seus companheiros, nos apresenta um som bem calcado no que o melhor do Heavy Metal Oitentista nos deu, com presença, estética, com tudo isso a banda mantém o clima extremamente quente no Heavy Beer e com o público em suas mãos, Terry não perdoou, agradeceu a todos os presentes e ao pessoal da produção e as bandas que compraram a “bronca” de ter encarado o desafio e assim, com o público completamente dominado e cantando as suas músicas, o Facing Fear fez um show matador e manteve a temperatura alta para o Ambush vir com tudo.

Chegou a hora dos suecos do Ambush fazerem a sua estreia nos palcos Brasileiros e eles o fizeram muito bem, a banda, formada por Linus Fritzson (bateria), Oskar Jakobsson (vocal), Olof Engqvist e Karl Dotzek (guitarras) e Burning Fire (baixo) subiram ao palco e com a simpatia que eles demostraram antes de subirem ao palco, ao receberem todos numa boa, conversar com o pessoal, eles mantiveram em palco, mas com uma postura extremamente forte, visual que acompanha o seu som, focado no Old School Heavy Metal e eles não tem como negar a influência direta do Judas Priest e Accept, tanto na construção de suas músicas, como na parte visual de suas roupas até nas coreografias, com aqueles momentos de “dancinhas de cordas” que a gente já está acostumado em ver em palco. O Ambush, infelizmente, foi a banda que mais sofreu com problemas no som, tendo diversos momentos que a guitarra solo não se ouvia nada, literalmente e o vocalista, coitado, as pilhas de seu microfone deram problema e ele usou o microfone do backing vocal, as vezes uns “estouros” aconteciam e isso foi incômodo. Mas isso não importou muito, a entrega desses caras em palco, agitando e tocando as músicas dos seus discos, do EP Barabbas, músicas do disco Infidel foi sensacional! Quem comparecer à extensa tour Latino Americana da banda, irá ter a experiência de ver uma banda muito boa em palco e que se entrega com muita força, showzaço.

Quero parabenizar o pessoal do Heavy Beer Bar, que provou ser Underground até o osso, trabalhando pra caramba e nos atendendo com irreverência e carinho, com educação e paciência, em uma quarta feira aonde o improvável aconteceu, o Underground Carioca mostrou sua força e reacendeu a chama da esperança no qual, poderemos ter dias melhores e mais shows. Obrigado!