A gravação do primeiro registro audiovisual dos mineiros no Circo Voador foi lendário.

No dia dezenove de novembro, o Circo Voador, mais uma vez, iria viver um momento histórico, com a gravação do primeiro registro audiovisual do Black Pantera, que ainda teve como ato de abertura o show do Punho de Mahin, banda de Punk Rock Paulista engajada e forte. O show que assistimos não foi somente um momento de celebração, mas também de elevarmos nossas vozes contra a misoginia, racismo, xenofobia e qualquer tipo de preconceito, foi uma noite de força e emoção e também para reafirmarmos que, atualmente, o Black Pantera é a banda mais forte e enérgica em palco.

O local abriu as suas portas as 20 horas, já víamos o belíssimo palco montado para a noite que viria. O set do DJ Gilberto Pocidônio já embalava o som da casa, com músicas de artistas negros que deixaram a sua marca na música mundial, um aquecimento de luxo para a noite no qual estava só começando.

Pontualmente as 21h o Punho de Mahin, que tem o nome homenageando Luiza Mahin, a mãe do abolicionista Luiz Gama, essa banda já trás no nome a força e a luta antirracista e sendo completamente composta por pessoas negras, dois homens e duas mulheres, o AfroPunk da banda esquenta muito bem a casa. As letras engajadas em lutas primordiais da sociedade atual, o Punho de Mahin foi a escolha perfeita para a noite que se seguia, no final do show, o público já quente e as rodas já explodiam, mas uma em questão, na última música, no qual a banda toca atabaque e outras peças de percussão, uma roda de Capoeira é formada e o público respeita o momento aonde os dois jogadores, Fernando e Denis, davam um show a parte. Belo início de noite, ótima apresentação e quero vê-los mais vezes.

Aquela espera para a rápida troca de palco, o lendário Lencinho, produtor do Circo Voador, que foi o mestre de cerimônias da noite, sobe ao palco para dar umas informações e anunciar o momento no qual todos estávamos esperando. A chegada do Black Pantera acende o Circo Voador e a banda é ovacionada (merecidamente) em sua entrada no palco, veja abaixo, no video do próprio Lencinho a chegada deles.

Padrão é o Caralho começa o baile, que dessa vez, estava sendo captado pela equipe da Mirage Films, com diversas câmeras e o público Carioca não deixou por menos, a roda começou e não parou mais. A apresentação dos irmãos Da Gama e seu grande amigo Pancho não deixou nada a dever a nenhum dos shows que já vi deles e eles estavam com muita energia. Eles cresceram demais nessa apresentação, a banda que sempre entregou em palco, estava ainda melhor na noite de ontem.

Um setlist que viajou em por toda a carreira da banda, deixou o público insano, diversas músicas de sucesso e outras, do início da carreira deles, não deixaram pedra sobre pedra, uma simbiose mágica de público/banda mais uma vez acontecia sob a histórica lona. A banda tocava e cantava qualquer canção e a galera já respondia a altura, foram tantos sucessos que compuseram a apresentação que fez essa noite ainda maior.

Sendo que em todo o show, algumas músicas se destacam e como sempre, Fogo nos Racistas foi um ponto alto. Nesse momento, até um fã, vestido de Pikachu aparece na roda. Tradução, música no qual Chaene compôs a sua mãe, a simpática Dona Guiomar, também foi executada, essa sempre emocionante, sempre um momento de reflexão.

Mas, o Black Pantera ainda guardava muito para o seu público e  ele não decepcionou, lógico que teve a clássica “roda das minas”, aonde a mulherada mostrou a sua força no cenário, com Abre a Roda e Dreadpool, teve Ratata e Sem Anistia, aonde o coro “Hey Bolsonaro Vai…” se fez presente e antes de fechar a noite, A Revolução é o Caos e a primeira música da banda, Godzilla, foi executada.

O Black Pantera é a melhor banda atualmente em palco, eles sempre entregam apresentações incríveis, mas para gravar o seu primeiro registro Audiovisual, eles escreveram a história tanto da banda, Circo Voador e do cenário Rock/Metal atualmente, eles provaram que três meninos pretos podem sim conquistar espaço em um cenário no qual um dia foi excludente, não mais.

Queremos agradecer, imensamente ao próprio Black Pantera, que nos convidou para registrar para vocês esse belo momento da história da banda.