Sábado passado, uma das mais importantes bandas do cenário Crossover do país retorna, depois de uns 6 anos a Eskröta retorna ao Rio de Janeiro, em uma noite maravilhosa, que teve como companhia o Punk Feminista do Cytoteka, o Sludge pesadíssimo do Litrão e o “Guanabara Bay Area Thrash” do Vicious que, abrilhantaram e nos presentearam com música de qualidade ímpar.
Bem, vamos começar falando do local, o Heavy Beer se transformou no local do Underground Carioca, recebendo diversos shows em seu espaço e assim, sedimentando mais uma vez a, um dia clássica e hoje bucólica Rua Ceará em, mais uma vez, um local aonde todos os roqueiros tem um ponto de acolhimento e diversão, aonde o Underground tem aonde viver, pulsar, respirar.
E sabendo disso, eu parti cedo para a casa, que abriu as portas às 19:00hrs e mesmo tendo somente um som mecânico, a casa enchia a cada momento que passava ia enchendo mais e mais, fato esse muito bom para o evento, que foi muito bem produzido pelo pessoal da Bucho Discos e o único problema que aconteceu foi durante um dos shows, coisa essa no qual irei comentar logo menos, mas tirando esse pequeno problema, evento muito bem produzido e preparado pela galera da Bucho Discos.
Com um leve atraso, as meninas co Cytoteka sobem ao palco do Heavy Beer e com o seu Punk Rock Riot Grrl, que vem a ter letras feministas e com um tom de empoderamento feminino, a banda fez um show de abertura muito decente. Infelizmente foi durante o show da Cytoteka que uma das caixas do PA da casa ameaçou pegar fogo, mas o problema foi rapidamente contornada e resolvida. Particularmente eu achei a banda boa, um Punk Clássico, bom demais e com um recado extremamente necessário para a nossa sociedade, achei a banda legal, mas nada demais.
Logo após o Cytoteka, subiria ao palco o Litrão (gente, esse é um dos melhores nomes de bandas possível) e a banda se propõe em fazer um Sludge e, quando falamos de Sludge, o lance fica mais complicado, já que temos referências de nomes de peso no Underground e a competência do Litrão está indiscutivelmente provado, aprovado e deveras recomendado. A banda faz um som com “toneladas de peso” na guitarra e no baixo, o vocal berrado e a bateria que varia do andamento mais cadenciado e lerdo, com passagens Hardcore maravilhosamente bem encaixadas no caminho da música no qual a banda se propõe a fazer, mas chegando perto do final do show, o baterista vai pro vocal, o vocal vai pra bateria e, em um clima super descontraído, eles anunciam que iriam tocar o “maior hit da banda”, que começa uma versão completamente estranha, pesadíssima e arrastada pra uma música do Creed, One Last Breath foi executada ficou literalmente todos olhando um para o outro, sem entender nada, mas curtindo o momento, de alguma forma. Ficou bom?? Não sei te dizer, mas que foi um momento interessante, isso foi.
Passado um tempo e umas cervejas a mais, a casa continua enchendo e assim vem o momento do pessoal do Thrash Metal do Vicious invade o palco e detona com um som Bay Area muito competente, a banda tem um som extremamente rápido, agressivo, o bom e velho Thrash Metal no qual você espera em ouvir de uma banda, quando ela se propõe em fazer e as suas composições não deixam nada a desejar pra nenhuma banda do mundo, dentro do Bay Area e, se o show não poderia ter ficado melhor, a banda ainda me manda um Piranha do Exodus, que teve uma execução simplesmente maravilhosa e no momento me remeteu até ao aclamado Another Lesson In Violence, clássico ao vivo do Exodus. de tão bom e incrível estava o som e a reprodução da banda ao vivo que fez uma apresentação maravilhosa.
Depois disso tudo, de shows maravilhosos, viria a Eskröta com o seu Crossover rápido e ríspido, chega sem pega nenhuma para avassalar, de uma vez por todoas, a todos que estavam no Heavy Beer e provar, de uma vez por todas que sim, a mulherada está com tudo para tomar de assalto os palcos do Brasil e o “Baile das Minas” no sábado foi incrível. Tocando músicas do seu mais recente lançamento, Atenciosamente Eskröta e viajando pela sua bela discografia, a banda detonou suas canções de forma primorosa. Dessa vez, o baterista que veio com elas foi o Jhon França (Cerberus Attack, Vomit Bag Squad) e como ele já fez parte da banda, o acerto foi incrível, já que Jhon conhece muito bem o set e foi perceptível que Yasmin Amaral (guitarra e vocalista) e Tamy Azevedo (baixista e backing vocal) ficaram muito mais soltas em fazer um show maravilhoso e único, tocando músicas como Instagramável, Homem é Assim Mesmo, Cena Tóxica, Fila do Osso, Mosh Feminista e visitaram também os discos Cenas Brutais e Eticamente Questionável e fizeram um show maravilhoso, incrível mesmo e caso você não tenha ido, perdeu uma noite maravilhosa.
Uma noite única, no qual o Metal Nacional foi o principal ponto e ver no qual a mulherada está com força demais no palco, mas que infelizmente ainda tivemos alguns, poucos, mas recorrentes casos de misoginia, então encorajada por ouvir alguns relatos de homens no local, a Deise, figura clássica do Punk Rock/Hardcore Nacional, ela sobe e manda o papo sobre o evento ter sido produzido por mulheres, ter tido mulheres em palco só prova que sim, as mulheres tem e terão sempre muita força no nosso cenário, então amigo, misoginia, em pleno 2023, não rola. REXPEITA AS MINA!!
Tirando esse momento, foi uma noite incrível e com bandas maravilhosas. Valeu demais ao pessoal da Bucho Discos e ao Heavy Beer por nos convidar para participar desse maravilhoso evento.