Praticamente depois de 2 anos nessa loucura no qual o mundo caiu, depois de 2 anos sem saber o que é ouvir uma guitarra alta, um baixo gordo, uma boa bateria sendo tocada e vozes, oriundos de um PA, dentro de uma casa de shows, depois desses 2 anos, sábado passado, graças a vacinação adiantada, graças à segurança no qual a ciência está conseguindo nos garantir, podemos fazer a cobertura de um evento, ver um show e encontrar amigos, abraçar, rir, conversar e o melhor, ouvir música de qualidade ímpar, sendo executada em um palco e isso foi simplesmente emocionante.
Possivelmente, esse será não somente uma cobertura, mas sim uma celebração à vida, à música, pois depois de tanto tempo, conseguimos ver um evento, com público presencial, com as bandas em palco mostrando o seu trabalho de composição, fazendo trilhas, que para muitos ajudaram a sair de um problema, ou a encarar todos os problemas que passamos e assim conseguirmos nos manter “inteiros”, então saibam que o HatefulFest 2021 foi muito mais do que um Festival com bandas maravilhosas, mas mesmo sem saber(digamos assim), o Hatefulmurder, Ágona e o The Lotus Throne nesse sábado, foram gigantes do Underground Carioca, reunindo um público avído em um show e não tiveram somente o show, mas sim um baile(como alguns gostam de brincar aqui no Rio) de qualidade fora do normal.
O evento teve um leve atraso, liberando a entrada por volta de 20:30hr e a casa estava fazendo o certo, cobrando de todos que entravam no local o comprovante de vacinação da COVID-19 e com isso, poderíamos subir e no meu caso, retornar ao local aonde eu fiz a minha última cobertura de evento, o Rock Experience e um pouco depois disso, recebemos em palco o pessoal do The Lotus Throne que é uma grata surpresa, a banda formada por Pedro Vianna(guitarra), Ricardo Haquim(bateria), Juan Sotelo(guitarra e vocal) e Raphael Guimarães(baixo) e os caras estavam dispostos a apresentar um set relativamente curto, mas com músicas incríveis, que flertam com o Black Metal e o Progressivo, nos remetendo aos tempos de Morningrise, Orchid, Still Life do Opeth, sendo que, com uma personalidade e uma classe que nossa senhora, incríveis, as músicas da banda são ótimas e fico muito feliz em ter conhecido essa banda no sábado, ela passara incólume por mim até o HatefulFest, não mais, prestarei muita atenção na movimentação desses caras e vocês, amigos leitores, se aceitarem a minha dica, faria o mesmo.
BandCamp do The Lotus Throne: https://thelotusthrone.bandcamp.com/releases
Depois do The Lotus Throne ter aberto o evento de forma magistral, era a vez dos representantes cariocas do Metalcore, do som modernoso e muito bem feito, com o Ágona subindo em palco e vamos combinar uma coisa, eles fazem um show incrível. Energia, presença de palco, muita força e sobretudo, qualidade sonora e musical, fazem da banda um representante de peso e, o vocalista Alan Muniz, com suas expressões faciais, com a sua entrega ao público, faz o show ser ainda mais catártico do que normalmente seria, Leonardo Milli(guitarrista), Rafael Ferraz(baixo) e Turko Ouriques(bateria) nos mostram a força da banda, de composições como Unon, O Sol, a já clássica no Underground Carioca, Homo Grotescus, entre outras maravilhas do seu set, um show impecável!!
Depois desse showzaço, vem os donos da festa, a banda que organizou o evento, os “donos do baile” o Hatefulmurder e nem preciso falar que Angélica Burns(vocais), Renan Campos(guitarra), Felipe Modesto(baixo) e Thomás Martin(bateria) fizeram um hiper show, com a qualidade já conhecida da banda e com músicas maravilhosas, como Lost Days, faixa de Reborn, esse disco maravilhoso e o show foi um desfile de músicas ímpares, a banda super bem posicionada e mandando ver demais no palco as músicas que compõe uma carreira ímpar, com ótimos discos, sendo que eu vou ter que destacar Red Eyes, essa faixa se tornou meio que, um hino do Hatefulmurder, com o público presente(que não era pouco), se esgoelassem, cantando o refrão da música, participando ainda mais desse super show, que fecha com chave de ouro o retorno dos eventos presenciais no Rio de Janeiro, uma noite no qual eu guardarei pra sempre em minha memória e em meu coração, pois ali reencontrei amigos, amigas, diversas pessoas do cenário e de, mesmo com a felicidade que transbordava por todos ali, esse show também foi um momento de relembrar e homenagear as mais de 600.000 vidas perdidas por esse maldita Pandemia, agradecer por estarmos vivos e podermos retornar ao Underground. Obrigado HatefulFest, pela confiança em nosso trabalho e nos permitir, por esse pequeno recorte do evento em falar, voltamos muito e voltamos com força.
Todas as fotos por Luana Netto.