A Profana Trindade maculou a Terra do Carnaval
Na sexta feira, 26 de setembro, o Rio de Janeiro recebeu a tour mais profana desse ano, capitaneada pelos Black Metallers Poloneses do Behemoth, a tour aidna contou com o clássico Deicide, quarteto de Death Metal mais profano do cenário e o “estreante” Nidhogg, que foi o carro abre alas dessa gloriosa noite. Um ponto no qual irei colocar, antes de entrar nos shows e parabenizar muito a produção da Liberation nessa noite foi a pontualidade do evento. Os portões abriram no horário prometido e conforme foi posto nas redes sociais, as bandas foram extremamente pontuais e mesmo com as trocas de artistas, os horários foram corretíssimos e o evento acabou até cedo, um ponto no qual a produtora sempre brilha, parabéns
Dito isso, vamos começar com o Nidhogg, um vocalista também polonês que montou a sua banda e partiu para a empreitada de ser o ato de abertura da “Profana Trindade”, ele apresentou em 45 minutos de show um que o instrumental da banda tocando as suas músicas foi incrível, mas o vocal de Nidhogg deixa muito a desejar, a possibilidade de ele estar com a voz cansada da turnê é grande, sim, mesmo assim, era um vocal rasgado fraquíssimo e mesmo o uso de diversos efeitos em sua voz, não salvou a voz, que mesmo se esforçando, conversando bastante com o público presente, contando até uma história engraçada sobre o Cristo Redentor, isso não salvou a sua fraca apresentação.
Com uma grande velocidade vimos o pano de fundo do Deicide subindo e a equipe preparando o palco para o show dos Estadunidenses mais profanos conhecidos, mas foi quando eu parei para prestar atenção e não, não era a equipe, mas sim a própria banda. Lá esvam as lendas Glen Benton (baixo e vocal), Steve Ashein (bateria) e a dupla de guitarristas Jadran “Conan” Gonzales e Mark English estavam lá, fazendo os preparativos para o seu curto, mas estúpido show!! Foi uma verdadeira celebração do Death Metal, a batanda preparou um set incrível, tocando clássicos como Sacrificial Suicide, Once Upon The Cross, When Satan Rules this World (que diga-se de passagem, melhor abertura de show possível), Satan Spawn… The Caco Daemon, The Are The Children Of the Underworld, essa que deixou esse que vos escreve muito feliz em vê-la ao vivo, Homage For Satan, um show incrível! Agora, pontos a serem comentados no qual é simplesmente aterrador, Steve Ashein, mesmo com a sua idade avançada, é um monstro em sua bateria, uma precisão ímpar e uma pressão grande, ele não deixa a peteca cair em nenhum momento. O vocal de Glen Benton é surreal, como ele consegue fazer o gutural dele chegar ao microfone, com mais de um “palmo” de distância da cápsula e sair tão bom no som e isso tanto quando ele faz a sua voz mais grave, quando ele dá seus berros mais agudos, conseguíamos ouvir perfeitamente seu vocal, extremamente agressivo. A dupla de guitarras faziam os apoios no vocal e eles estavam ótimos, ver o Deicide foi uma experiência incrível e foi um “tiro”, direto e sem muito papo, Benton se dirigiu pouquíssimas vezes ao seu público e entregou uma apresentação magistral.
É chegada a grande hora, um dos maiores nomes do Black/Death Metal Mundial iria se apresentar no Rio de Janeiro, em sua terceira incursão na terra do Carnaval, o Behemoth, formado por Nergal (guitarra e vocal), Orion (baixo e backing vocals), Inferno (bateria) e Seth (guitarra) subiriam ao palco e com a perfeita trinca de abertura, The Shadow Elite, Ora Pro Nobis Lucifer e Demigod eles começam um show que, como sempre, é marcante, tanto visualmente como na qualidade da execução de suas composições. Nergal é um tremendo frontman, sempre em contato com o seu público. A comunicação dele é forte e a conexão com um Sacadura 154 bem cheio é incrível e contagiante. O baixista Orion também não deixa por baixo, ele encara todos presentes, se fazendo notar ali. Seth também tem um contato, mas é, digamos, mais “discreto” nesse ponto. Mais uma trinca ímpar é executada, The Shit Ov God, faixa do mais recente lançamento da banda, que funciona muito bem ao vivo e faz todo mundo cantar junto deles, a clássica Conquer All e o novo hino, Blow Your Trumpets Gabriel também são recebidas pelo público presente de forma ímpar, fazendo todos ali cantar e banguear muito, a Pista Simples explodia com um belíssimo moshpit, que não acontecia na Pista Premium da casa, aonde os que ali estavam, se prestavam a estar com os seus celulares em riste gravando o evento, um tópico delicado esse, mas particularmente, prefiro viver o momento a gravar algo que, possivelmente fique esquecido depois, mas essas são as palavras de um ser de outro tempo…
O incrivel set continua com Ov Fire And The Void, Lvciferaeon, também do mais recente disco, Bartzabel, essa no qual Nergal aparece com as vestes no qual vimos no clipe da mesma e esse é um ponto interessante, a parte teatral da banda é sempre intocável e a condução de Nergal é única!! Duas que, eu achei que deu uma caída no show foram Wolves Of Siberia e Once Upon a Pale Horse, por serem ainda mais cadenciadas, elas dão uma “leve” baixada nos ânimos, mas nada que a trinca final do show não levante: Christian To The Lions é uma pedrada única e muito bem executada pela banda e deopis temos Cursed Angel Of Doom, aonde o simpático vocalista pergunta ao público quem tinha nascido depois de 1995 e ele, sabiamente anuncia ela sendo mais velha do que muitos ali, apontando certeiramente para os fãs que levantaram a mão e a música funciona muito bem ao vivo. Mas aí vinha o Grand Finale, O Father O Satan O Sun começa e ela é o anúncio do encerramento perfeito para o show dos poloneses, a música foi executada magistralmente e a banda sai do palco e retorna, mascarados, conforme eles mostraram desde a tour do disco “The Satanist” e no clipe da canção, como os cavaleiros do apocalipse que eles são e encerram essa passagem pelo Rio, deixando um gostinho de quero mais e espero que eles retornem, pois ver essa entidade em palco é uma experiência no qual, todo o fã de Black Metal merece viver.
Agradecemos ao pessoal do Sacadura 154, que como sempre nos recebeu de forma única e à Liberation/Tedesco Mídia, por nos possibilitar trazer essa cobertura a vocês.
TODAS AS FOTOS POR JULIANA COSTA
