Então vamos lá né, sábado passado a união de duas grandes produtoras cariocas, sendo elas a Tomarock Produções e A Grande Roubada Produções presentearam o Rio de Janeiro com uma noite de muito Punk Rock, Metal, Protesto e ainda teve diversão a mais, como sempre, um evento no Circo Voador tem um charme único e esse não poderia ter sido diferente.
Mesmo depois de um pequeno contraponto, rapidamente resolvido, consegui entrar na casa e o produtor Luciano Paz já fazia o anúncio da banda de abertura da noite, o Punhal, mas antes de entrar no show da banda, eu sou obrigado a falar sobre duas coisas: a primeira parte foi a maravilhosa música no qual a DJ Cammy tocou no início, entre os shows e no final do evento, só sonzeira, clássicos do Punk e Metal aos montes!! Mas, o importante é, retornando ao produtor Luciano Paz fazendo o seu discurso inicial, para a entrada da banda Punhal no palco, um “ser” desavisado (só pode né…) começou a chamar o produtor de otário, exatamente no momento no qual o produtor falava sobre o antigo (des)governo e daí começou uma troca de “elogios” entre um e outro, o público logo vaiou e mirou o “samango” e ao começar o Punhal, HAHA, a galera do mosh foi direto para o indivíduo que não aguentou a pressão e foi pedir ajuda dos seguranças, mas logo menos o apoiador do “coiso” foi posto para fora e assim tivemos a partir daí uma noite tranquila de muito som pesado, mas ainda ficou me perguntando, o que esse energúmeno foi fazer ali, sabendo de quem ia tocar?!! Ah, q se f***, o importante é que o evento foi lindo!!
Público do @circo_voador botando fascista pra correr no show da Punhal!! E é só o início!!!! pic.twitter.com/ruQ9ZWS24S
— André Luiz Costa (@andre_cult) January 22, 2023
Começando com o Punhal, a banda carioca entrou no palco e desfilou um Hardcore pesadíssimo e muito bem tocado e com 40 minutos de palco e muito papo reto, o Punhal mostrou como se faz um bom Hardcore e aqueceu os motores com sua música de protesto e postura inacreditável em palco, um belo show de abertura esse foi, parabéns ao Punhal.
Pouco tempo depois e uma mudança leve de palco, o maravilhoso som da DJ Cammy rolando, Luciano Paz retorna ao palco para dar mais um recado e conversar com o gigante público presente no Circo Voador, que nesse sábado chegou com força, o Circo estava lindo, com tanta gente no rolé. Quando “Jorge Ben” começa a explodir nos PA´s da casa, por volta de 23:20, o Black Pantera, um dos grandes nomes do som pesado Nacional, entra em palco e repito, que banda, que apresentação o Black Pantera faz, é visceral, é único, é belo, é pesado e o mais importante, é consciente, é PRETO!!
Os irmãos Da Gama (Charles no vocal e guitarra e Chaene no baixo), juntos do seu comparsa das peles, o monstro Rodrigo Pancho, os mineiros de Uberaba entraram com tudo, com um som inacreditável, a bateria de Pancho estava com um som maravilhoso, as guitarras de Charles pesadíssima e o baixo do Chaene com um som gordo e muito bonito, o Black Pantera provou o porquê a banda está sendo uma das mais faladas do Underground. Com diversas músicas de diversas fases da carreira, a banda detonou no Circo Voador, com um show regado a riffs, peso e protesto, contestação. Padrão é o Caralho, Fogo nos Racistas, Legado fora umas que levantou o pessoal, mas ainda tivemos Abre a Roda e Senta o Pé, com a Roda das Minas, momento no qual Charles pede para que somente as mulheres abram a clássica Roda Punk e o pessoal super respeita, teve a ótima Mosha no qual Charles também se jogou na galera. Um momento no qual sempre me emociona é quando a banda faz uma homenagem aos grandes artistas negros, mas eles sempre partem da gigante Elza Soares e eles tocaram A Carne, que é sensacional e Chaene ainda manda um Racionais Mc´s, com a banda fazendo um som bem funkeado, para ele mandar a dolorosa letra de Negro Drama. O Black Pantera, que no ano passado abriu o Palco Sunset do Rock In Rio (saiba mais sobre o show aqui), mostra que eles tem a condição de carregar não somente o Underground, mas sim de “furar a bolha” e explodir e assim espero que aconteça com eles, que banda!!
Depois dessa incrível apresentação, estava chegando a hora de vermos a tour de 40 anos de uma das maiores instituições do Punk/Hardcore do Brasil e ver o Ratos de Porão no Circo Voador é diferente do que qualquer outro local, outra casa, aquele local ali, junto do Ratos de Porão que, como o próprio João Gordo (vocalista) falou em dado momento, a banda toca ali desde 1983, ele toca com a banda ali desde 1985, então, temos uma simbiose muito grande entre público e banda e ao começar o show com uma música do disco novo, Necropolítica, isso não mata a simbiose, pra ser mais exato, como o disco foi extremamente bem recebido por todos, Alerta Antifascista é a bomba necessária para aquecer e trazer mais uma vez as rodas e os moshes de volta ao Circo Voador e vamos combinar que amigo, o Ratos de Porão tá matador, Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria) estão uma máquina de Hardcore/Punk e não param de destruir, é porrada atrás de porrada, clássico com clássico. As faixas do Necropolítica funcionam muito bem ao vivo e o show foi inacreditável, como sempre é um show dessa instituição. Eles tocaram tantas músicas de todas as fases da banda que o show foi simplesmente emblemático, um show com Aids, Pop, Repressão, Toma Trouxa, Crucificados pelo Sistema, Engrenagem, Expresso da Escravidão, Farsa Nacionalista, Amazônia Nunca Mais entre tantas outras, não preciso continuar falando que foi simplesmente uma apresentação foda!! Como sempre o Ratos de Porão entrega muito, é um show único, esse foi um jeito ímpar de começar esse ano de shows!!
Queria agradecer e muito ao Raoni Martins, produtor da A Grande Roubada Produções, que garantiu que esse texto existisse, ao Luciano Paz da Tomarock Produções e todas as pessoas que trabalharam e produziram essa belíssima noite, fio sensacional e também quero agradecer a Daniela Barros, fotógrafa do Headbangers News que nos cedeu as fotos que estão aqui.