Na noite de 4 de outubro de 2024, o Complexo Armazém em Fortaleza foi palco de uma celebração do thrash metal teutônico, com a lendária banda alemã Destruction, um quarto do Big Teutonic 4,  trazendo novamente seu som devastador para os fãs cearenses. Foi a quarta vez que a banda alemã se apresentou em Fortaleza e a segunda no Armazém. Confira como foi o show. Ah, sem fotos, então acreditem no que estou dizendo.

A abertura ficou por conta da banda mineira Sextrash, com a álbum “Sexual Carnagena íntegra, mas encontrando um público bastante reduzido.

Quando a Destruction subiu ao palco, a expectativa era palpável. Schmier (na verdade o único que esteve nas quatro vezes que a banda se apresentou em Fortaleza), o gigante vocalista e baixista mandou lenha com seus colegas direto e reto do começo ao fim. Vez por outra falava alguma coisa, saudava (“Are you guys Headbangers?), mas não parou pra muito falatório não. Completam a banda Randy Black na bateria, Damir Eskić e Martin Furia com doze cordas no posto que já foi ocupado por tanto tempo por Mike Sifringer.

E foi sucesso atrás de sucesso, passeando por boa parte da discografia da banda, levando o público, agora considerável, mas ainda longe de lotar o Armazém, ao delírio em clássicos como “Curse the Gods” e “Nailed to the Cross” (até agora ainda ouço os berros do Schmier na minha cabeça). O show do Destruction é uma experiência imperdível, não importa quantas vezes você já tenha visto. Agora, o que vale nem é mais a curiosidade de ver uma banda gringa, que vem de longe, mas o prazer de escutar sons como “Life Without sense“. Uma introdução gravada cria uma atmosfera de antecipação antes de explodir em “Armageddonizer“. Schmier expressou sua satisfação em retornar a Fortaleza após muitos anos, lamentando a longa ausência: “Vocês estão se divertindo? Muitos anos sem tocar em Fortaleza. Isso é muito ruim.”

O setlist foi uma mistura de clássicos e novidades, com destaque para a nova canção “No Kings No Masters“, que Schmier dedicou aos políticos do mundo, não poupando críticas: “Dedicada aos políticos do mundo (tanto na Alemanha quanto no Brasil eles são uma bosta)“. A faixa já saiu em single, mas só sai em um álbum completo em 2025. A banda continuou revisitando seu passado com faixas como “Infernal Overkill” e “Antichrist“, que trouxeram uma cadência nostálgica e poderosa.

Os solos de guitarra foram um espetáculo à parte, com os dois guitarristas mostrando técnica e sinergia impressionantes. Como o som do Destruction ganha com um segundo guitarrista. Schmier voltou ao palco após uma batalha de solos para continuar a destruição sonora com “Eternal Ban”.

Após uma breve saída do palco, o público clamou por mais, entoando “Destruction, Destruction, Destruction”, até que a banda retornou com “Diabolical”, que dá nome ao álbum mais recente, lançado em 2022. Schmier, em um momento de conexão com a plateia, declarou: “Eu tenho esperado por esta noite toda, Bestial Devastation”.

A noite se aproximava do fim, mas não sem antes uma última explosão de energia com “Thrash Till Death”, encerrando o show com a intensidade que poucas bandas conseguem entregar. Apesar de que, com um som tão perfeito, tão equilibrado como naquela noite, a falta da “podreira” dos primeiro discos seja evidente, mas é porque a gente gosta de reclamar mesmo. O som estava realmente cristalino.

O pouco público lança uma interrogativa se voltaremos a ver o Destruction em Fortaleza. A véspera da eleição não pode ser citada como motivo para o não comparecimento do headbanger. Nem lei seca teve. Talvez o fato de ser a quarta vez, ou o preço dos ingressos (salgadíssimo), a insegurança no entorno do Armazém (é relativamente tranquilo pra quem vai de Uber e afins, complicado pra quem anda de ônibus, enquanto quem vai de carro próprio conta com a sorte de encontrar onde estacionar), ou o desinteresse dos mais jovens pelos estilos mais clássicos… enfim, não dá pra saber que motivo, ou conjunto de motivos fez com que tão poucos tenham se dirigido ao Armazém. O que dá pra ter certeza é que quem foi saiu falando “que showzasso”. E não teve motivos pra se arrepender. Esperamos o Destruction de volta a Fortaleza. E esperamos os fortalezenses de volta a um show do Destruction. É uma pareia que não pode ser desfeita.

Agradecimentos,

Estética Torta e Lex Metalis, pela atenção e credenciamento.

Setlist
Curse the Gods
Invincible Force
Nailed to the Cross
Mad Butcher
Life Without Sense
Release From Agony
Armageddonizer
Total Desaster
Eternal Ban
No Kings No Masters
Antichrist
Death Trap

Diabolical
Thrash Attack
Bestial Invasion
Thrash ‘Til Death