A banda Australiana Airbourne está retornando para mais uma passagem pelo Brasil, ela tocará no dia 28 de Agosto na Fabrique Club, em São Paulo e vem prometendo um show muito divertido e por isso, conseguimos um bate-papo super legal com o vocalista/guitarrista Joel O´Keeffe, acompanhe aí.
Headbangers Brasil (HBr): Então vamos lá! Quando você começou o Airbourne lá em 2003, você imaginava que o nome da banda ainda estaria causando na cena do rock quase vinte anos depois?
Joel O´Keeffe (JOK): Eu não sei, tipo, a gente sempre teve uma missão e nós todos ainda temos a mesma missão. Sempre tivemos isso: “temos que tocar Rock and Roll, a gente vai tocar Rock and Roll em todos os lugares, todos os lugares que a gente conseguir, a gente vai tocar Rock and Roll na lua se a gente puder”. Então sempre foi a mesma coisa. Nunca pensamos muito lá na frente, e na verdade, a gente só pensa sobre o show de hoje: “a gente vai tocar hoje, vamos dar tudo que a gente tem, é isso que a gente vai fazer”, sabe? A gente meio que não pensa a longo prazo, só pensamos no álbum que estamos fazendo, ou no show. Mas tem vezes em que você tem que sentar e… por exemplo, na pandemia, em que não tínhamos opção: “merda, a banda tá sumida faz um tempo”. Quando você está correndo muito rápido, você não vira a cabeça para olhar por cima do ombro, para ver o quão longe chegou. Mas dando uma olhada agora, a gente realmente chegou bem longe! Então, não é algo que a gente chegou a pensar, mas é algo que apreciamos muito e eu sou muito grato de ainda estar aqui para fazer isto.
HBr: Ah, sim. Bom, eu acho que você respondeu essa pergunta muitas vezes, mas eu tenho que fazer…
JOK: Manda a ver!
HBr: … algumas pessoas comparam o som do Airbourne com o AC/DC, porque, sabe, Rock and Roll e do mesmo país, o que é justo, é uma comparação justa…
JOK: Sim!
HBr: … mas eu quero saber quais foram suas principais influências musicais, que você usou para criar o estilo do Rock and Roll do Airbourne.
JOK: Então, como você falou, é meio que AC/DC com Pub Rock australiano. Isto tudo começou com o Billy Thorpe e Lobby Loyde and the Coloured Balls. O Billy Thorpe é realmente, para mim, o cara que começou essa coisa toda de Pub Rock Australiano, e depois tem bandas como o Rose Tattoo. Então, Billy Thorpe e Rose Tattoo, The Angels é outra, eles são grandes influências para nós. Outra é o The Screaming Jets, outra, uma banda chamada The Poor, o The Baby Animals, o Kings of the Sun, todas elas são grandes influências para nós e são todas bandas que apareceram nos anos setenta e oitenta na Austrália. Cold Chisel é outra, a carreira solo do Jimmy Barnes… tipo, com a música que a gente toca, a gente sente que está representando o Pub Rock Australiano, porque é isso que a gente toca, é isso que a gente é, é isso que nos move. É só fazer esse som, para nós não tem nada melhor, e é isso que a gente toca por aí e tem sido… é, é isso aí!
HBr: Então, vocês estão vindo para o Brasil de novo. O que podemos esperar em relação ao setlist? Uma música nova, talvez, ou vocês querem focar nos álbuns já lançados?
JOK: Sim, talvez, se a gente tiver uma música nova, a gente com certeza vai tocar, porque a gente quer testar o material novo na estrada. Porém, no momento, estamos tocando um setlist de festivais, Hellfest ou Rock am Ring, ou com o Iron Maiden e está indo muito, muito bem. Estamos pegando todos os cinco álbuns e ele realmente agitou a galera, circle pits e tudo o mais. Está sendo uma experiência muito boa. Provavelmente faremos algo parecido com isso. Sim, todos os cinco álbuns e talvez uma música nova, quem sabe?
HBr: Joel, nos shows ao vivo do Airbourne, você sempre faz umas merdas malucas, tipo subir nas estruturas e pular, e beber cervejas, umas coisas assim. Você já teve algum problema durante sua carreira por fazer esse tipo de coisa?
JOK: Ah, não… Sabe, por ser Rock and Roll, né? Tipo, se você começasse a fazer isso na rua, aí você vai ser preso, mas por ser Rock and Roll e ter guitarra, a maioria das pessoas acha que é legal, que é de boa. (Risos)
HBr: Ah, sim, ótimo! Me conte sobre o processo de escrita, o processo de composição da banda. Vocês escrevem durante a turnê ou separam um tempo e aí gravam?
JOK: Então, quando a gente está em turnê, a gente cria um monte de riffs ou pequenas ideias, que a gente grava para fazer um backup, manter um arquivo. Aí a gente volta para a Austrália, ouve tudo e junta algumas coisas. Às vezes, a gente faz isso na passagem de som, mas a gente meio que escreve em qualquer lugar, sabe? Tipo, “esse riff é muito bom, vamos ver ele detonar!”, e aí “como ele faz você se sentir?”. Ou então nós temos uma ótima noite no bar e algo aconteceu, e a gente escreve uma música sobre isso, porque foi muito divertido. Então, sempre é sobre experiências de vida ou algo do gênero, mas normalmente é algo do momento. A gente compõe muito na Austrália e muito na estrada.
HBr: Bom, voltando a falar sobre o Brasil, vocês tocaram aqui em 2017, eu imagino, e quais são suas melhores memórias dessa viagem para o Brasil? E o que você acha das cervejas brasileiras?
JOK: Ah, elas estavam ótimas! Eu não lembro o nome delas, mas todas as cervejas brasileiras que a gente tomou eram sempre cervejas locais, e aí serviam direto da torneira, e sempre tinham um gosto muito bom. Estávamos sentados do lado de fora, depois do show, lá pelas onze ou meia-noite, tomando essas cervejas geladas no Brasil… foi doido, eu adorei! Eu acho que a cerveja brasileira é uma das melhores do mundo!
HBr: Ah, maravilha! Então eu quero pedir para você deixar uma mensagem para os fãs brasileiros e convidá-los para o show que vocês vão fazer em São Paulo, no final do mês.
JOK: Faz um tempo que a gente não se vê, nós só vimos vocês uma vez, mas a gente tá trazendo tudo que nós temos. Tipo, a gente tá nessa turnê, a gente tocou com o Iron Maiden, tem um monte de gente por aí conhecendo a banda e a gente quer que vocês venham e destruam! A gente quer lhes oferecer Rock and Roll, vocês merecem e a gente quer entregar! Então venham e eu vou jogar cerveja de graça de cima do palco! Então, é, a gente trata cada show como se fosse o último, então vocês vão ter tudo do melhor que a gente tem.