Em meio à atmosfera vibrante do Alcatraz Festival, na Bélgica, nosso Team Europa com Cammy Marino e Cintia Seidel tiveram a oportunidade de conhecer de perto a história de uma das bandas que marcaram a cena local: Congress.

HBR: Primeiramente é um prazer estar aqui com um nome tão importante da cena Belga e é muito bom conhecer as histórias das bandas, pois o nosso objetivo é apresentar ao público brasileiro grupos que ainda não são tão conhecidos fora da Europa. Para começar, poderiam se apresentar e falar um pouco sobre a banda?
Josh (Congress): “Meu nome é Josh, sou guitarrista e canto um pouco. UJ e eu formamos a banda em 1993.” Ao lado dele, Bert, baterista, e UJ, baixista, completam a formação original. Michael, conhecido como Misha, entrou no grupo no final de 1994: “Eu era fã no começo, depois me tornei parte da banda.”
HBR: Como é para vocês estarem aqui no Alcatraz? O que isso significa como banda e como músicos?
Josh: Reconhecimento. Essa é a palavra. Se você não toca aqui, vem como visitante. Mas estar no palco é a cereja do bolo.
HBR: E como vocês veem o apoio do Alcatraz às bandas locais?
Josh: A principal diferença entre o Alcatraz e o Graspop é que o Alcatraz dá oportunidades para bandas locais. O Graspop escolhe apenas nomes populares, aqueles que tocam no rádio. Ouvimos isso de muitas pessoas hoje. Então, parabéns ao Alcatraz por dar essa chance.
HBR: Como surgiu a oportunidade de tocar aqui hoje?
Josh: Os organizadores vêm pedindo isso há anos. Congress começou em 1993, tocamos até 2006, depois fizemos uma pausa. Em 2012, houve uma reunião, e voltamos de vez em 2024. Fizemos uma turnê internacional pela França e Holanda.
HBR: Há planos para crescer fora da Bélgica?
Josh: Sim, mas às vezes é difícil entrar em outros mercados. Você precisa conhecer as pessoas certas. Temos um projeto para isso.
HBR: Quem é o principal responsável pela criação das músicas?
Josh: Eu sou o compositor principal. Escrevo todos os riffs e trabalho junto com o baterista. É um processo orgânico.
HBR: E as letras?
Josh: Não são cantadas, são gritadas. A música é um reflexo do mundo — frio e duro. É terapia. Faço músicas sombrias e raivosas porque isso me protege. Mesmo aos 25 anos eu queria isso, e aos 52 continuo querendo.
HBR: Qual mensagem vocês querem transmitir?
Josh: Honestidade. Quando você é honesto consigo mesmo, sempre há alguém que se identifica. Nossa música é para refletir o mundo e, ao mesmo tempo, permitir que as pessoas se divirtam e esqueçam suas tristezas.
HBR: Alguma história marcante com fãs?
Josh: Temos uma música chamada Grief, que fala sobre perda. Já foi usada em funerais. É bom saber que nossa música toca as pessoas.
HBR: O que vem agora para a banda? Novas músicas? Turnês?
Josh: Fazemos tudo um passo de cada vez. Aproveitamos as oportunidades que surgem. Queremos muito tocar na América do Sul. Sabemos que há uma grande cena no Brasil, e esperamos chegar lá.
HBR: Muito obrigada por compartilhar tudo isso conosco.
Josh: De nada. Adoramos quando as pessoas são abertas e honestas. Isso facilita muito.
