O guitarrista Lanvall é o nosso convidado.
Desde seu primeiro álbum “Sunrise in Eden” em 1998, o Edenbridge vem cativando admiradores ao redor do mundo, por causa de sua música singular, elegante e de muita técnica. A cada novo trabalho eles se superam e uma grande prova disso é à excelente repercussão, que seu último CD chamado “Dynamind“, lançado ano passado, recebeu por parte da crítica especializada e principalmente dos fãs. E é sobre esse álbum, além de outros assuntos, que nós do Headbangers Brasil conversamos com o guitarrista e líder do Edenbridge, Lanvall.
Headbangers Brasil: Antes de tudo, muito obrigado por conversar com o Headbangers Brasil, Lanvall. É uma honra para todos nós.
Lanvall: É ótimo falar com vocês.
HB: Falando sobre o começo. Lanvall, como foi seu primeiro contato com a música? E quais são suas principais influências?
Lanvall: Comecei a tocar piano aos 7 anos de idade e tive aulas por 12 anos, onde também toquei algumas coisas de Chopin. Então aprendi baixo e violão sozinho e fui para o Instituto Americano de Música em Viena, onde estudei rock com ênfase na guitarra. Eu cresci com a música clássica e cheguei ao metal aos 14 ou 15 anos. Desde o momento em que comecei a escrever músicas, eu queria juntar esses estilos. Eu amo compositores clássicos como Anton Bruckner, Antonin Dvorak e Richard Strauss. No hard rock / metal gosto de bandas como Dream Theater, Threshold, Royal Hunt, Symphony X, The Neal Morse Band, Robby Valentine, Shadow Gallery e Marillion, que eu amo. Também adoro trilhas sonoras, artistas como Vangelis e, claro, música de culturas estrangeiras. Isso resulta no meu amor por instrumentos de cordas exóticos.
HB: Vamos falar sobre o ótimo álbum “Dynamind”, que nem sequer completou um ano desde o seu lançamento. Como você avalia a recepção dos fãs em relação a este trabalho? E você Lanvall, ficou 100% satisfeito com o resultado final do álbum?
Lanvall: Minhas expectativas foram completamente cumpridas.É sempre um ótimo momento quando você toca o álbum para as pessoas, se senta, relaxa e sente que tudo deu certo, porque sabe que tudo se encaixou perfeitamente. Eu acho que o álbum foi muito bem recebido entre os fãs. Ultimamente perguntei pelo Facebook ao fãs, qual era sua música favorita do novo álbum e, entre as primeiras 12 a 15 respostas, todas as músicas foram mencionadas, o que é absolutamente fantástico.
HB: Eu gostei muito da intensidade e dos riffs pesados em “Dynamind”, o que lembrou-me o período do disco “Aphelion”. Alguma razão especial ou apenas as composições fluíram assim?
Lanvall: Não houve um motivo especial. Eu sempre tento entrar no fluxo enquanto escrevo e faço o arranjo. O resultado é sempre algo misterioso. Eu acho que esse peso nos faz bem e mal podemos esperar para tocar as novas músicas no palco novamente.
HB: Lanvall, desde “Sunrise in Eden” até “Dynamind”, o trabalho do Edenbridge evoluiu muito, com melodias cada vez mais complexas e bonitas. O que mudou no seu processo de composição ao longo dos anos?
Lanvall: Boa pergunta. Eu acho que a maneira de escrever permaneceu a mesma. O que mudou é que o tempo nos faz evoluir e traz mais maturidade. Vinte anos é muito tempo e é natural que a música não pare, mas evolua durante esse período. Ainda estou colecionando riffs, melodias, estruturas para acordes e, a certa altura, começo a resolvê-los. Tudo vai se encaixando.
HB: Sabine é uma cantora fantástica, dona de uma voz cristalina. Você já compõe as melodias pensando em um ajuste para o vocal dela? Ela costuma dar alguma sugestão sobre esse tópico?
Lanvall: Quando estou escrevendo, sempre tenho a voz dela em minha mente, o que torna tudo relativamente fácil para mim. Eu sempre consigo ouvir como vai soar no final e ademais, ela sempre se supera de um álbum para outro.
HB: O Edenbridge foi criado em 1998, quando o Gothic Metal estava em ascensão. Particularmente, eu sempre considerei o Edenbridge basicamente uma banda de metal com influências da música clássica, mas eu lembro que naquela época, várias vezes eu vi o nome da sua banda associado ao gótico. O que você poderia comentar sobre isso?
Lanvall: Você está absolutamente certo. Eu nunca considerei o Edenbridge como uma banda gótica, e sim sempre como uma banda de metal sinfônico. Eu acho que simplesmente foi o fato de muitas bandas com vocalistas femininas estarem associadas ao gótico e também por causa do estilo.
HB: As edições especiais dos álbuns com um CD apenas com as músicas instrumentais são muito legais. Lanvall, considerando que sua técnica de guitarra é fantástica, você já pensou em lançar um álbum solo focado apenas no instrumento de seis cordas?
Lanvall: Bem, eu fiz 3 álbuns solo nos anos 90 antes do Edenbridge começar, um pouco no estilo Mike Oldfield também com arranjos de coral. Depois de 3 álbuns com tantas guitarras e solos, era hora de fazer algo diferente. Além disso, escrevi minha primeira sinfonia no ano passado, que deveria ter sua estreia ao vivo com 300 músicos no palco em 1º de julho. É claro que isso teve que ser adiado em um ano, mas faremos uma gravação ao vivo em áudio e vídeo, que serão lançados então.
HB: Sou um dos muitos que lamentaram o cancelamento do show do Edenbridge em São Paulo em 2002. Lanvall, durante todos esses anos, não houve mais propostas para o Edenbridge se apresentar aqui ou, se houveram, eles não tinham as garantias necessárias para vocês fazerem o seu trabalho? Muitos fãs no Brasil ainda sonham com um show do Edenbridge até hoje.
Lanvall: Pelo menos Sabine fez sua estreia no ano passado durante o show do Edu Falaschi em São Paulo, o que foi fenomenal. Mal posso esperar para ver o show completo no BluRay. Tivemos um tempo fantástico no Brasil e mal podemos esperar para voltar com toda a banda, em breve.
HB: Não apenas o mundo da música, mas praticamente tudo parou em 2020, por causa dos problemas que o ‘corona vírus ‘ nos trouxe. Em particular no caso do Edenbridge, quais foram as consequências? Você teve que adiar alguns dos seus planos?
Lanvall: Sim, acho que todos fomos afetados pelos lock downs. Tivemos que cancelar nossa turnê europeia que faríamos com a banda ‘Visions of Atlantis’ e também minha sinfonia, como eu já disse. Então, agora estamos planejando fazer uma turnê europeia a partir de abril de 2021, alguns shows já estão programados.
HB: Lanvall, como você reagiu a esse problema da pandemia? Conte-nos como foram as coisas durante o período mais crítico e como está hoje em dia na cidade onde você mora?
Lanvall: Eu moro no campo, então nós não fomos nem de longe afetados como as pessoas das cidades. Nós sempre podíamos sair, então eu andei bastante, me mantive em forma e usei o tempo para começar a escrever o próximo álbum. Eu tenho cerca de metade das músicas escritas até agora. No verão, tentei me acalmar um pouco com muitas caminhadas nas montanhas, o que eu absolutamente amo. E espero ainda ter um pouco de férias no mar.
HB: E o futuro? Você acha que demorará muito tempo para os shows voltarem a ser como estávamos acostumados?
Lanvall: Para ser honesto não tenho ideia. No momento, não há planos de trazer shows de volta com público presente, o que dificulta ainda mais o planejamento, então acho que foi bom pelo menos adiar tudo por um ano e não para o outono de 2020, como muitas bandas estão fazendo. Mas, mesmo assim, é difícil prever.
HB: Queremos agradecer a sua atenção Lanvall, muito obrigado. Tenho certeza que seus fãs aqui no Brasil estão ansiosos por notícias suas e do Edenbridge. Sinta-se livre para deixar suas mensagens para os fãs e divulgar os endereços para que eles possam ficar conectados em todas as notícias sobre o Edenbridge.
Lanvall: Nossos adoráveis fãs brasileiros, esperamos vê-los em breve. Continuem fortes e saudáveis.
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Obrigado pela entrevista,
Lanvall.
(Créditos das fotos/imagens: Mídias sociais da banda Edenbridge).