“A cantora das bandas Walk in Darkness e Kalidia é a nossa convidada especial”
Uma voz envolvente e uma imagem marcante. Nicoletta Rosellini representa o talento de uma cena das mais importantes dentro do universo da música pesada, a italiana.
Enriquecendo com sua presença as bandas Kalidia e Walk in Darkness (além do projeto Vivaldi Metal Project), Nicoletta se destaca por fugir do meio comum, pois possui um timbre vocal com muita personalidade e versátil.
E o HB teve a oportunidade de bater um papo com a cantora, que contou sobre o início de sua carreira, suas influências, sobre a atual situação que o mundo esta passando e principalmente sobre o novíssimo disco do Walk in Darkness, além dos planos da banda Kalidia.
HB: Em primeiro lugar, muito obrigado por falar com o Headbangers Brasil, Nicoletta. É uma honra. Falando sobre o início, como foi seu primeiro contato com a música e quando você decidiu que queria ser cantora em uma banda de metal?
Nicoletta Rosellini: Muito obrigada pela entrevista! Comecei minha jornada na música ainda muito jovem, participando de aulas de música para crianças; então, aos 6 anos, comecei com aulas de piano. Eu era uma garotinha muito tímida, então cantar era um pouco assustador para mim naquele momento. Não estava planejado para eu começar a cantar em bandas, mas um amigo meu estava procurando uma cantora e certa vez comecei a cantar uma música que estava tocando no rádio … foi assim que entrei na minha primeira banda aos 15 anos fazendo covers de rock!
HB: Você tem um modo de cantar muito particular. Em quem você se inspirou para criar seu estilo? E quais são suas principais influências?
Nicoletta Rosellini: Quando comecei a cantar em bandas, já gostava de metal, então posso dizer que cantores de power metal foram minha principal inspiração (acho que você pode deduzir devido ao meu vibrato muito forte, ahah!). Sendo uma mistura de alto/mezzo com uma voz de rock também me ajudou a me destacar das outras cantoras. Minhas principais influências como cantores são Roy Khan, Russell Allen e Fabio Lione.
HB: Vamos falar sobre o ótimo novo álbum de “Walk in Darkness”. Como tem sido a recepção dos fãs para “On the Road to Babylon”? E você, Nicoletta, ficou 100% satisfeita com o resultado final?
Nicoletta Rosellini: O feedback dos fãs tem sido muito positivo, assim como da imprensa. Acho que lançar este álbum neste momento particular foi muito significativo para os ouvintes. ‘Time To Rise’ se tornou uma espécie de hino para nossa base de fãs. Como Shaman (mentor, compositor e guitarrista da banda) disse: ‘Estamos no fim do caminho de uma humanidade melancólica e sofredora, à medida que a desumanização avança rapidamente sob um impulso criacionista louco sem restrições éticas que impõem a inteligência artificial e a hibridização dos corpos com tecnologias para superar a humanidade e os próprios deuses e criar o protótipo pós-humano: eficiente, perfeito e imortal. Uma nova obra de engenharia como outra torre de Babel’.
HB: Eu imagino o quão frustrante deve ser sido ter em mãos um (ótimo) novo álbum e não poder fazer uma turnê ou festival para participar. No caso de “Walk in Darkness”, quanto dano o C-19 causou?
Nicoletta Rosellini: Na verdade, o Walk in Darkness é principalmente um projeto de estúdio no momento. Não estamos interessados em fazer shows em pequenos clubes, porque achamos que nossa música merece um show de 360 graus incluindo visuais, poesia e dançarinos. Provavelmente faremos shows ao vivo quando nos sentirmos prontos para fazer algo espetacular. Portanto, o C-19 apenas desacelerou nosso processo de gravação por alguns meses; quando ocorreu o bloqueio na Itália, já havíamos gravado 80% do álbum, então demoramos pouco para terminar o resto.
HB: Particularmente considero “On the Road to Babylon” o álbum mais complexo de “Walk in Darkness”. Gostaria de saber se você concorda com essa afirmação?
Nicoletta Rosellini: Concordo. O som da banda evolui constantemente, embora originalmente tenha se aproximado do gênero Gótico Metal, divergiu dele para caminhos mais originais e imprevisíveis seguindo o componente emocional e psicodélico da música. Incluímos também atmosferas progressivas e doom em nosso novo álbum.
HB: O vídeo de “On The Road To Babylon” chama bastante a atenção pela interação entre música e dança, tornando-se uma obra de arte. Como surgiu a ideia de criar tal relação entre essas duas formas artísticas?
Nicoletta Rosellini: Shaman escreveu e dirigiu o vídeo, como sempre. Ele é visionário e geralmente já imagina o vídeo enquanto compõe a música. O vídeo é um hino à beleza sublime da humanidade que retrocede e declina, dramaticamente mortal e fugaz, mas inatingível em sua imensa poesia.
HB: Um álbum solo está entre seus planos para o futuro? Você já considerou essa ideia?
Nicoletta Rosellini: Acho que já tenho coisas suficientes para fazer, ahah! A maioria das minhas próprias composições/canções são para o Kalidia, que considero a combinação exata de música/letras que quero fazer. Então provavelmente um álbum solo soaria muito parecido. Não em meus planos no momento.
HB: Além de grande cantora, você também é veterinária. Conte-nos um pouco sobre essa sua também bela carreira, que é cuidar de animais. (Se não houvesse um oceano de distância, você certamente cuidaria da Morane, nossa dogo argentino). =)
Nicoletta Rosellini: Cresci no campo e sempre estive rodeado de muitos animais. Eu não conseguia me imaginar fazendo outra coisa (além de cantar), então estudei muito e me formei há 2 anos. Então comecei a trabalhar em uma pequena clínica local, cuidando de cães e gatos e crescendo muito profissionalmente falando. É um trabalho estressante e desafiador, mas eu realmente gosto. Eu adoraria conhecer a Morane. 😊
HB: E o Brasil, Nicoletta? O que você sabe sobre nossa música? Você conhece algumas de nossas bandas?
Nicoletta Rosellini: Bem, eu acho que todo mundo conhece o Angra, uma das bandas de power/prog metal que mais influenciam. Desde que meu amigo Fábio se juntou a eles como frontman, eu os encontrei várias vezes, ajudando como garota merch em seus shows italianos. Pessoas adoráveis e ótimos músicos! Outras bandas brasileiras que conheço são Sepultura e Nervosa.
HB: O mundo se tornou uma bagunça por causa desta pandemia. E em particular, como você está? Como você lidou com o problema da pandemia durante o bloqueio e como estão as coisas hoje na cidade onde você mora?
Nicoletta Rosellini: Estou bem, embora não poder fazer shows ao vivo esteja realmente me provando. A música sempre foi a melhor forma de sair da rotina diária e sinto muita falta disso. Estamos agora enfrentando a segunda onda e a maior parte do país está novamente em bloqueio. Morar longe da minha família torna tudo pior. Eu realmente espero que as coisas melhorem logo.
HB: Como sou um grande admirador de Kalidia, não perderei a oportunidade de perguntar. Quais são os planos para a banda no curto ou médio prazo?
Nicoletta Rosellini: Bem, quase concluímos a composição e as pré-produções do novo álbum. Esperamos poder gravá-lo no final deste ano ou no início de 2021, mas dependerá da situação da Covid-19. Como você deve saber, nosso produtor (Lars Rettkowitz do Freedom Call) mora na Alemanha e geralmente gravamos em seu estúdio. No momento, não podemos viajar. Assim que as coisas melhorarem, vamos agendar as gravações. Além disso, durante o bloqueio, tivemos algum tempo livre para preparar uma reedição do nosso álbum de estreia que esgotou há 2 anos. Mais informações serão divulgadas em breve!
HB: Queremos agradecer muito a sua atenção Nicoletta. Fique à vontade para deixar seus recados para os fãs brasileiros, bem como divulgar os endereços para que eles possam ficar por dentro de todas as novidades sobre você.
Nicoletta Rosellini: Muito obrigada por esta entrevista e obrigada a todos os leitores pelo seu tempo. Eu gostaria de poder visitar seu lindo país em um futuro próximo. Você pode ficar por dentro de tudo sobre mim na minha página e grupo oficial do Facebook ou no Instagram. Fique forte e seguro nesta situação difícil – rock on!
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(Créditos das fotos: Matteo Musazzi, Massimo de Chirico, @massimo_malvestio_costumes, Paulo Márcio)
Resenha do novo álbum do Walk in Darkness: