O Gargant surgiu como um duo, oriundo da junção de dois amigos que já tinham tocado juntos, G.Sevens inicialmente que era o vocalista, guitarrista e baixista e Phill Drigues na bateria. Depois de um tempo calados, a banda ressurge completamente diferente e com um belo disco em mãos. Por isso, conversamos com G. Sevens, sobre a nova formação, o disco lançado e o futuro do Gargant, leiam abaixo.
HBR: Sevens, antes de tudo, obrigado pelo tempo em nos responder e já queria começar perguntando como o nome surgiu?
G. Sevens: Eu que agradeço o convite. É uma honra. O nome Gargant significa gigantesco, imenso. Um nome que carrega grandeza, peso e presença exatamente como queremos soar. A gente busca criar um Heavy Metal que não passe despercebido: denso, cinematográfico, com impacto. Quando o Phill sugeriu o nome “Gargant”, percebemos que ele traduzia bem essa ambição. Era forte, direto e evocava uma sensação de magnitude que combina com a proposta da banda.
HBR: Essa é a segunda encarnação da banda, que antes era somente você e o baterista Phill Drigues. Como foi contar com o apoio da banda montada?
G. Sevens: Foi transformador. Eu e o Phill começamos o Gargant como um projeto de estúdio, construído na raça. Mas com o tempo ficou claro que o som pedia mais. Quando a banda se consolidou como quinteto, tudo se expandiu: musicalmente, visualmente e estruturalmente. Ter músicos experientes ao lado trouxe profundidade às composições e elevou tudo para outro nível.
HBR: Depois do lançamento dos primeiros singles, vocês pararam. Qual foi o principal motivador para tal?
G. Sevens: Na realidade não paramos, foi o tempo necessário para estruturar a formação que temos hoje. Buscávamos criar raízes fortes para assim nos apresentar ao mundo. A receptividade dos primeiros singles foi ótima, mas precisávamos ter o nosso momento para organizar, nos consolidar de como quinteto, compor, gravar e estruturar o que hoje se tornou o Gargant. Esse período foi essencial para que nós cinco nos entrosássemos e finalizássemos as músicas que presentes em Dead Night Defiance.
HBR: Queria que você apresentasse os novos integrantes da banda e como eles chegaram até o Gargant.
G. Sevens:
— Caio Mendonça (guitarra, ex-LAC) veio com uma bagagem enorme como produtor e compositor. Ele já tinha uma conexão artística comigo e seu trabalho fez total sentido para o que eu imaginava para a banda.
— Leandro Carvalho (guitarra, ex-Painside) foi meu parceiro de banda no Painside. Ele chegou trazendo técnica, melodia e uma enorme experiência tocando Heavy Metal. Ele completou a dupla de guitarras que o nosso som pedia.
— Paulo Doc (baixo, ex-LAC) veio com um peso absurdo e uma visão musical muito madura. Ele trouxe firmeza para o instrumental e um encaixe perfeito na estética da banda.
Com eles, o Gargant finalmente se tornou aquilo que sempre deveria ser: um grupo sólido, coeso e criativo.
HBR: Caio, Leandro e Doc ajudaram na composição do disco?
G. Sevens: Sim! E muito! O Dead Night Defiance nasceu de uma construção coletiva. Eu, Caio e Leandro compomos os riffs e as idéias iniciais das músicas, mas todos ajudaram a moldá-las até sua versão final. O Doc ajudou a consolidar a parte rítmica com linhas de baixo muito marcantes, além de compor ao meu lado algumas melodias de voz e auxiliar nas letras. É um disco criado em unidade.
HBR: Em termos sonoros, como você acha que a banda se encaixa?
G. Sevens: A base principal seria o Heavy Metal tradicional e Power Metal dos anos 90, mas com muitas influencias do Metal extremo e de elementos cinematográficos. Preferimos trabalhar com aquilo que nos move, riffs massivos, atmosferas escuras, vocais intensos e composições com senso de grandeza. Você pode ouvir muitas influências no álbum, mas somos essencialmente uma banda de Heavy/Power Metal, mas com uma identidade estética e sonora próprias.
HBR: Muito se fala do cenário do Heavy Metal, especialmente o tradicional, do qual o Gargant tem influência mas também se afasta um pouco. Qual sua análise do cenário atual?
G. Sevens: O metal tradicional vive um ótimo momento, principalmente na Europa, com muitas bandas resgatando o espírito clássico. Mas ao mesmo tempo existe espaço para expandir essa linguagem e é aí que o Gargant se encaixa. Não queremos apenas repetir o passado; queremos dialogar com ele, trazendo peso e uma estética mais sombria, mas temperando tudo com aquela nostalgia, do que para nós foi a época de ouro do estilo.
HBR: Sendo uma banda maior atualmente, diversas influências acabam aparecendo. Qual é, na sua visão, a principal influência da banda e como ela aparece nas composições?
G. Sevens: Cada integrante tem seu próprio background e influências, mas eu diria que nosso grande ponto em comum é a atmosfera do metal dos anos 90. Para nós, essa foi uma época de ouro, com grandes lançamentos que nos marcaram e se refletem na nossa forma de tocar e compor. Ela aparece nos riffs mais densos, na narrativa das letras e no tom épico das músicas.
HBR: O primeiro disco de vocês, Dead Night Defiance, tem alguma história a ser contada? Sobre o que ele trata?
G. Sevens: O álbum é uma jornada sobre resistência. Ele fala sobre enfrentar a noite a metáfora para tempos difíceis, caos, conflito interno e se recusar a cair. Cada música representa um tipo de batalha, seja física ou emocional. Não é um álbum conceitual no sentido tradicional, mas é temático. Do começo ao fim, ele explora a ideia de se erguer diante da escuridão. Tudo isso com uma embalagem “dark fantasy” do qual somos muito fãs.

HBR: A banda tem planos de levar o disco para os palcos? Quando isso pode acontecer?
G. Sevens: Sim. Esse é o próximo passo natural. Agora que o álbum está lançado com a formação consolidada, estamos preparando o set e a estrutura para levar esse som para o palco. Nossa ideia é no início de 2026 levar o Dead Night Defiance para os palcos.
HBR: Em uma análise rápida, como você enxerga as possibilidades para bandas underground como o Gargant?
G. Sevens: O underground sempre foi um terreno fértil para bandas autênticas. Hoje, com as plataformas digitais e a possibilidade de produzir material de qualidade de forma independente, há mais oportunidades do que nunca. Mas é preciso consistência, visão e identidade. Quem tem isso consegue crescer, mesmo vindo das sombras.
HBR: Poderemos contar com material físico?
G. Sevens: Esse é o plano. Estamos estudando formatos e parcerias para lançar o álbum fisicamente, seja em CD, vinil ou ambos. Queremos fazer isso da maneira certa.
HBR: Obrigado pelo tempo. Deixe um recado para quem lê o HBR.
G. Sevens: Muito obrigado pelo espaço e por fortalecer o metal nacional. Para quem está nos lendo: Dead Night Defiance é um disco feito com intensidade, convicção e amor pelo Heavy Metal. Se você busca música com alma, peso e propósito, nos encontre. A tempestade só começou.
