O clima era de incerteza no Circo Voador após o fim do show inesperado de Glenn Hughes em Belo Horizonte no dia anterior, após o cantor passar mal.

Mas o show realizado na última sexta-feira, 14 de novembro, confirmou que a lenda britânica continua em plena forma.

Subindo ao palco pontualmente às 21:40h, Hughes entregou uma apresentação intensa, bem construída e carregada de clássicos que marcaram sua trajetória.

A abertura ficou por conta da Electric Gypsy, que fez um show firme e competente. A banda soube aquecer o público com composições próprias e versões bem escolhidas, mostrando personalidade e domínio de palco. Foi o tipo de performance que justifica a escolha para
abrir um nome desse calibre.

Já com a casa cheia, Hughes surgiu acompanhado por um power trio formado pelo
guitarrista dinamarquês Søren Andersen e do baterista Ash Sheehan, navegando por diferentes fases de sua carreira — Trapeze, Hughes/Thrall, Black Country Communion e, principalmente, Deep Purple.

O repertório equilibrado destacou momentos de peso e emoção, com o público reagindo fortemente a cada passagem. Mesmo aos 74 anos, Hughes demonstrou vigor vocal e técnica impressionante, sustentando notas longas e
interpretando cada faixa com intensidade.

A resposta do público carioca foi imediata. A conexão entre artista e plateia cresceu ao longo do set, alternando entre momentos de catarse coletiva e trechos mais sensíveis, que evidenciaram o impacto emocional da música de Hughes. A apresentação consolidou a noite como um marco para os fãs presentes.

O show no Circo Voador se tornou um dos destaques da turnê, marcado pelo clima de despedida. Mesmo perto do fim da carreira, Glenn Hughes mostrou força e conexão únicas,
oferecendo ao público uma última chance de vivenciar sua voz e presença históricas.

E, mesmo com o anúncio de que seria sua última turnê no Brasil, o vocalista foi enfático em falar que voltará à Cidade Maravilhosa.

Agradecimentos à Dark Dimensions e à JZ Press pelo credenciamento e suporte durante a cobertura.

TEXTO E FOTOS POR IAN DIAS