Essa cobertura vem do nosso novo colaborador, Ozyrys Sheratan, bem vindo ao time e comtemplem a maravilhosa cobertura.

A noite de 11 de agosto de 2024 no Opinião foi memorável, pois apesar de já ter assistido a performance de Kiko Loureiro diversas vezes com o Angra, assistir ele no contexto de carreira solo e com foco instrumental traz uma experiência totalmente diferente. O evento reuniu fãs de todas as fases do Angra e também do Megadeth e foi um verdadeiro espetáculo de técnica e emoção, consolidando ainda mais a carreira solo do guitarrista que retorna ao país em uma série de shows e participações especiais com o Angra.

A noite começou com Kiko revisitando clássicos de sua carreira solo, para mais tarde contar com um medley dos seus melhores solos do Angra e músicas inteiras do Megadeth. A qualidade sonora e a precisão técnica de Kiko são inquestionáveis, e ele conseguiu entregar ao vivo toda a complexidade e beleza de suas composições, e também quero deixar os parabéns para a equipe de som do Kiko e do Opinião, pois considero que esse dia foi a melhor equalização de frequências e volumes que já puder presenciar.

A abertura foi com a trinca de músicas instrumentais “Overflow”, “Escaping” e “Reflective”, já iniciando o show em altíssimo nível, logo seguida pela clássica instrumental “Pau de Arara” que traz toda aquela Brasilidade que é a marca registrada e diferencial do Kiko Loureiro (o que é justamente o que faz ele ser o meu guitarrista preferido no mundo inteiro).

Como cantor, é claro que para mim a participação especial de Alírio Netto foi o ponto mais alto do show. Alírio é conhecido por sua versatilidade vocal e excelentes interpretações, o que sempre traz energia renovada às músicas do Angra (Inclusive sigo achando ele o vocalista ideal para o Angra, quero deixar minha posição registrada). Sua interpretação de “Nothing to Say” e “Rebirth” foi simplesmente arrebatadora, mostrando toda a sua versatilidade e capacidade de se adaptar a diferentes estilos dentro do metal, sem perder a identidade. A precisão na afinação que apenas 10% dos melhores cantores de metal possuem e a extensão vocal de Alírio são impressionantes, algo que poucos vocalistas conseguem alcançar com tanta maestria. Além disso, a química entre Kiko e Alírio no palco era palpável, com ambos se complementando de maneira perfeita como se tocassem juntos há décadas.

Além de Alírio, a banda que acompanhou Kiko também merece um super destaque: Felipe Andreoli no baixo e Bruno Valverde na bateria formam uma seção rítmica sólida e dinâmica, que complementa perfeitamente os solos e riffs complexos de Kiko. A interação entre os músicos no palco foi um espetáculo à parte, com momentos de improvisação e solos que deixaram o público extasiado. Felipe, com sua técnica e agilidade, trouxe uma profundidade incrível às músicas, sendo o timbre do seu baixo um espetáculo à parte, enquanto Bruno, com sua precisão e técnica, manteve a energia nas alturas durante todo o show, mostrando toda sua habilidade e dinâmica, chegando a roubar a cena em alguns momentos de “solo” de bateria.

As músicas do Angra, sempre muito aguardadas pelos fãs, foram executadas com uma fidelidade e fluidez incrível que não vi em nenhum outro show do Angra. O medley das partes solos das músicas  “Carry On / Spread Your Fire / Nova Era / Morning Star / Evil Warning / Speed” fizeram o público vibrar e pular muito, criando uma atmosfera de celebração e nostalgia. A técnica de Kiko está bem melhor que na época da composição desses solos, isso nos mostra que mesmo após tantos anos, essas músicas continuam tão impactantes quanto na época de seu lançamento.

Em resumo, o show de Kiko Loureiro no Bar Opinião foi uma noite inesquecível para os fãs de metal. A combinação de técnica, emoção e a participação especial de grandes artistas e músicas fazem desta turnê mais um marco na carreira de Kiko, e uma celebração de todo seu legado musical. Menção Honrosa para o clássico Stormbringer do Deep Purple onde Kiko Loureiro se arriscou a cantar, com um ótimo resultado considerando que cantar não é a especialidade e nem foco da sua carreira como músico.

O conjunto de músicos que passou por essa noite é verdadeiro “Dream Team” do metal brasileiro,  mas senti falta da participação de Luis Mariutti que tocou na edição do show de SP, para ouvir as músicas da  fase Angra Clássico com o baixista que considero que foi o maior responsável por criar o estilo rítmico da brasilidade no Angra.

Essa noite é foi mais uma de muitas provas que justificam porque Kiko Loureiro é considerado um dos melhores guitarristas do mundo, com solos que parecem desafiar as leis da física, do tempo e espaço.