Vencedores do Grammy chileno invocam força ancestral com groove metal feroz
Como um sinal de fumaça, na última década, o Mawiza se consolidou como uma força motriz do metal indígena. Ao incorporar instrumentos nativos, cantos xamânicos e ritmos tribais às suas influências contemporâneas, a banda representa tanto o lado ancestral quanto o moderno da cultura Mapuche. Sua abordagem inovadora, porém atemporal, do groove metal lhes rendeu um Grammy chileno, além do respeito de veteranos da cena como Mercyful Fate, Mastodon, Slipknot e Joe Duplantier, do Gojira, que participa de seu próximo álbum.
Hoje, o Mawiza anuncia oficialmente seu terceiro álbum completo, ÜL, com o lançamento de um vídeo impressionante para o primeiro single e a faixa de abertura do álbum. “Wingkawnoam” segue uma batida industrial, mas esta banda de guerreiros modernos é guiada pelos sonhos de sua terra indígena.
“ÜL significa ‘canto'”, diz Mawiza. “O álbum representa a voz da terra, a origem do sentimento, o primeiro chamado para se conectar com as emoções. É a parte do espírito que, por alguns segundos, se torna um com o vento. É uma força que podemos ouvir, ressoar, comunicar e retornar.“
Assista ao vídeo de “Wingkawnoam”:
ÜL será lançado no dia 18 de Julho, pela Seasons Of Mist, para fazer o Pré-Save ou a Pré-Compra, clique aqui.
Embora tenham compartilhado o palco com os artistas mais influentes do metal, o Mawiza se inspira em suas raízes indígenas. Até mesmo os raios de distorção do single principal de ÜL são conduzidos pela madeira natural das guitarras Toki. “Wingkawnoam” marcha em uma batida industrial, mas é tocada em um tambor cerimonial mapuche. “Kultxung é um instrumento sagrado para o povo mapuche”, diz o baterista Txalkan. “Quando um xamã toca este tambor, ele pega a energia do céu e a passa para a terra”.
O ÜL clama pela proteção do território mapuche. “Milla milla milla rayen Txemfulu pelom lolen püle / Flor dourada, você costumava crescer no lado iluminado do barranco“, canta Awka em sua língua nativa, Mapuzungen. Apesar das invasões de construtoras no território de Wallmapu, o Mawiza continua a honrar a resistência inabalável de seus ancestrais. Em inglês, “Wingkawnoam” significa “Descolonizar”. O ritmo vibrante da música reflete a maneira como um cervo dança enquanto escapa de seus predadores.
“Quando um wemul (cervo) está correndo, ele dá um passo em falso para distrair o que o persegue“, diz Awka. “Escolhemos um ritmo mais progressivo para esta música como forma de confundir o colonizador“.
Os Mawiza são uma força da natureza em ÜL. Com riffs que arranham o céu e grooves que fazem a terra tremer, os nove cantos do álbum despertam os espíritos ardentes de sua terra natal. Mas, assim como seus ancestrais, a banda busca orientação no mundo espiritual. “O povo mapuche acredita que os sonhos são mensagens de nossos ancestrais”, diz Awka. “Wingkawnoam” relata três visões noturnas distintas — de uma árvore misteriosa, um puma guardando um cemitério e um beija-flor sanguinário — todas ansiando por uma reconexão com o mundo natural.
“Ngillangillatumekeiñ ñi pewmayaetew / Estamos implorando pelo que um dia foi sonhado“.
O vídeo de “Wingkawnoam” foi filmado em uma comunidade mapuche nos arredores de Santiago, Chile. “Isso foi muito importante“, diz Mawiza. “Viemos dos mapuches, mas poucas pessoas reconhecem que nossas comunidades ainda estão presentes.” Após um longo dia no set, a banda se reuniu dentro da mesma ruka que aparece na contracapa da ÜL para rezar, cozinhar e ouvir histórias de seus anciões. “É importante conhecer essas comunidades com humildade. Ao não falar muito e apenas ouvir, você demonstra respeito. Você não está impondo suas próprias ideias.“
A história capturada pelo vídeo também vem dos mapuches. “Li sobre esse padre católico no Pascual Coña, que é um livro que compila as experiências de um ancião mapuche“, lembra Awka. “Como colonizador, o padre não foi bem-vindo pelos Mapuche e foi feito prisioneiro, mas os membros da comunidade não chegaram a um acordo sobre sua punição. Então, seu destino foi decidido por um jogo de palin“.
Na realidade, o padre foi libertado. Mas “Wingkawnoam” ousa imaginar um final alternativo. Alimentado pelas chamas da ruka, com um último grito de desafio, Mawiza leva sua história a uma conclusão verdadeiramente arrebatadora. Não apenas o padre morre no final, como os Mapuche roubam o poder do colonizador comendo seu coração.
“A história normalmente é escrita pelos colonizadores“, diz Mawiza. “Temos que mostrar a visão indígena“.
Mawiza gostaria de agradecer à nossa comunidade Mapuche, Ngillatuwe Maipu, por recebê-los durante a gravação do vídeo de “Wingkawnoam”. A orientação deles foi essencial.
O vídeo de “Wingkawnoam” foi dirigido por Andrés Hetzler (@andreshetzler).
“Trabalho com a Mawiza há vários anos“, diz Andrés. “É sempre uma honra continuar nossa colaboração. A mensagem deles merece um visual forte e impactante.
“Para este vídeo, a banda quis levar a história do povo Mapuche a um novo público. Ele mostra como importantes decisões políticas eram resolvidas na cultura Mapuche por meio de um jogo de palín.
“Propus integrar a banda ao redor da fogueira de uma ruka, como símbolo da narrativa oral, pois é aqui que o povo Mapuche se reúne para relembrar sua história.“
Veja abaixo a capa de Ül, próximo lançamento do Maziwa:

Tracklist
1. Wingkawnoam (3:38) [WATCH]
2. Pinhza Ñi pewma (4:29)
3. Ngulutu (3:50)
4. Nawelkünuwnge (5:06)
5. Mamüll Reke (4:24)
6. Wenu Weychan (6:13)
7. Lhan Antü (4:08)
8. Kalli Lhayay (3:58)
9. Ti Inan Paw-Pawkan (featuring Joe Duplantier from Gojira) (4:42)
Tracklist (English Translation)
1. To Decolonize (3:38) [WATCH]
2. Hummingbird Dream (4:29)
3. Western Storm (3:50)
4. Become a Cougar (5:06)
5. Just Like The Tree (4:24)
6. The War of the Sky (6:13)
7. Dead of the Sun (4:08)
8. Let It Die (3:58)
9. The Last Harp Call (featuring Joe Duplantier from Gojira) (4:42)
ÜL significa “canto” em mapuche. O álbum representa a voz da terra, a origem do sentimento, o primeiro chamado para se conectar com as emoções. É a materialização de uma parte do espírito que, por alguns segundos, se torna una com o vento — uma força que podemos ouvir, ressoar, comunicar e retornar. ÜL é o canto indígena de Mawiza e, como fumaça, sobe como uma mensagem aos céus.
Como seus ancestrais mapuches, Mawiza sempre olha para trás. ÜL canta para despertar as energias adormecidas na terra, usando o poder das grandes cidades para resistir ao ruído do desequilíbrio. Dessa forma, o álbum se torna mais um elemento da natureza, uma força que se defende, falando em sua própria língua para continuar lutando e condenando aqueles que continuam a subjugar inutilmente sua própria força.
Com ÜL, Mawiza se apresenta ao mundo com uma missão descolonizadora e empoderadora. O álbum proclama que a natureza possui consciência e espírito. A música de abertura, “Wingkawnoam”, enfatiza a importância do pensamento indígena Mapuche ao seguir os sonhos como guias precisos para o caminho da vida.
“Pinhza ñi pewma” é um sonho que Awka, vocalista do Mawiza, teve numa época em que os beija-flores não estavam mais presentes. Seu canto estava ausente e a planta chilco estava desaparecendo. No sonho de Awka, quatro beija-flores vieram se alimentar do sangue da ponta de seus dedos, como se fosse néctar fluindo das flores do chilco.
ÜL presta homenagem à natureza e aos ancestrais do Mawiza. “Ngulutu” relembra antigas batalhas entre os Mapuche e os Espanhóis em Santiago, Chile. “Mamüll Reke”, “Wenu Weychan”, “Lhan Antü” e “Kalli Lhayay” são repletas de ritmos e sons que lembram os rituais mais herméticos do povo Mapuche. Eles eram usados por xamãs para induzir transe e curar doentes, além de se comunicar e saudar os espíritos das montanhas.
A música de encerramento, “Ti Inan Paw-pawkan”, apresenta cânticos de membros da comunidade indígena de Mawiza, bem como do vocalista do Gojira, Joe Duplantier. É aqui, no final do álbum, que a banda reivindica sua identidade indígena e urbana. A música reconhece a missão confiada a Mawiza pelas autoridades mapuche e pela própria terra: conscientizar sobre o equilíbrio na Terra de forma empoderada e exigir maior atenção ao território mapuche. Caso contrário, as consequências serão terríveis.
Maziwa é:
Awka – Vocalista & Guitarra Base
Karü – Guitarra Solo & Backing Vocal
Zewü – Baixo & Backing Vocal
Txalkan – Bateria & Percurssão

Músicos Convidados:
Fabiola Hidalgo (Liquen) contribue com vocaois em “Wingkawnoam”, “Pinhza Ñi pewma”, “Ngulutu” and “Mamüll reke”
Joe Duplantier (Gojira) contribue com vocais em “Ti Inan Paw-Pawkan”
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