“Death Metal severo e melódico vindo da boa terra”
NOTA: 5/5.
Em 2009, Pedro Quelhas e Cristiano Brito dividiram seu antigo projeto musical (Deep Cut), determinado a se aventurar em um novo projeto, orientado para um tipo diferente de som. Inspirado pela crescente cena death metal melódica do norte de Portugal, e fundindo esse com uma infinidade de outras influências musicais que focavam na mistura de elementos pesados e melódicos, o núcleo do som de Moonshade foi, assim, definido. Ricardo Pereira (vocallista / compositor) e os ex-integrantes Dinis Martins (guitarrista) e Ruben (baixista) juntaram-se pouco depois. Em 2010, a primeira demo da banda, intitulada The Path Of Redemption, foi lançada online e gratuitamente. Em 2014, juntando forças com o baterista de estúdio Luís Neto (Shell From Oceanic), lancaram o EP “Dream | Oblivion’ um trabalho conceitual. Todavia, a Moonshade teve que passar por mudanças que culminaram com à entrada de Sandro Rodrigues (baterista), Afonso Aguiar (baixista), Nuno Barbosa (teclado) e Daniel Laureano (guitarrista). Em 2015, Moonshade continuou a divulgação de Dream | Oblivion, com shows em eventos como Vagos Open Air e Pax Julia Metal Fest, permitindo que eles dividissem o palco com bandas como Amorphis, Heaven Shall Burn, Within Temptation, Vildhjarta e Avulsed, para citar alguns.
Posteriormente, a banda concentrou esforços no projeto do próximo álbum que pretendia definir musicalmente o caos, a morte e o desespero do homem. A face melódica que a Moonshade nos oferece é estranhamente severa e cativante. Riffs pesados e solos cheios de melodia, urros que vêm e vão sem soar de todo cansativo. Em seu álbum de estreia a banda cria um padrão ao mesmo tempo constante e diversificado dos quais faz uso apenas quando necessário. A faixa de abertura, God of Nothingness define um ritmo cadenciado e feroz. Um épico de sete minutos que pode parecer assustador como carro-chefe de qualquer disco, entretanto como todos os elementos se fundem perfeitamente, é possível entender que uma história está sendo contada através da canção. Um momento que extrapola o confinamento ao qual a maioria das bandas do gênero tem se submetido. Sons apocalípticos e grunhidos desesperadores continuam em Lenore e World Torn Asunder. Ambas feita estilisticamente com a mesma faca afiada, só que, em lâminas opostas numa busca de dor aparentemente necessária.
Por fim, o Death Metal pode ter tido o seus dias ruins nas mãos de muitos maus profissionais ao longo dos anos, mas com Sun Dethroned busca e encontra renovação de uma forma rispidamente melódica. O disco todo é de uma fluidez atormentadora. Uma leitura particular é de que há uma atmosfera subjacente que liga uma faixa à outra sem mesclá-las. A cada nova faixa, o ouvinte vira a página e entra num novo capítulo na história.
SPOTIFY:
⇒ Texto publicado originalmente no blog Esteriltipo.