Quinze anos depois de surgir na cena paulistana, a Nervosa voltou para casa. O show desta sexta-feira no Sesc Bom Retiro, em São Paulo, marcou não apenas o encerramento da turnê do último disco, Jailbreak, mas também o fim de um ciclo, justamente na cidade onde tudo começou.
Na coletiva de imprensa realizada na noite anterior, na Arena Galeria, na tradicional Galeria do Rock, a banda estava visivelmente emocionada e tomada por uma ansiedade positiva, típica de quem está prestes a virar uma chave gigante na carreira. Celebrar 15 anos já é simbólico; celebrar enquanto um novo capítulo totalmente diferente está prestes a nascer torna tudo ainda mais intenso.

Elas confirmaram que 2026 marca o início da “nova era” da Nervosa. E a escolha das palavras não foi modesta:
“O próximo álbum será o mais diferente, inovador e moderno da banda, mas sem abandonar as raízes.”
Sem abandonar as raízes agressivas que marcaram a fase Malvada, o novo trabalho mergulha em sonoridades que elas nunca haviam explorado. Há risco, ambição e um tipo de coragem rara em bandas já consolidadas.
“Arriscamos muito”, disseram, repetindo com aquele brilho particular de quem sabe o que está prestes a explodir.

Sem participações: um disco totalmente sobre a identidade da banda.
Outro ponto importante revelado na coletiva:
O novo álbum não terá nenhum feat.
Segundo a banda, este é um trabalho de afirmação, de identidade, de posicionamento. Não sendo intencional, porque o álbum foi feito entre as pausas da turnê, onde todas da banda estavam compondo e participando da produção e da decisão das novas artes.
Elas também comentaram que os últimos anos, marcados por mudanças de formação, turnês longas e reestruturações, moldaram profundamente o novo material. Hoje, se sentem mais estáveis, mais maduras e prontas para novos desafios, e isso se traduz diretamente no som.

O novo álbum também traz uma guinada mais conceitual, talvez o mais conceitual da banda até agora, que vai contar de forma crítica uma história completa, como diz a vocalista e guitarrista Prika Amaral. As letras, segundo a banda, estão muito diferentes, com foco em críticas às redes sociais, à lógica da superexposição, da superficialidade e da competitividade digital. É a Nervosa voltando sua agressividade para o zeitgeist, e fazendo o que o metal faz de melhor: apontar o dedo para o mundo e cutucar onde dói. Com muito ódio.
A produção do álbum está nas mãos de Martin Furia, figura fundamental na história recente da banda e responsável por elevar a sonoridade da Nervosa a outro patamar. Elas destacaram que o trabalho de Martin trouxe um frescor e uma orientação essencial sem engessar o estilo individual de cada integrante.
O resultado, segundo elas, é um disco muito bem produzido, com texturas novas e uma abordagem mais refinada e contemporânea.

E já tem data para sentir o impacto dessa fase:
O primeiro single será lançado em janeiro, inaugurando oficialmente o novo capítulo!
Fechar a turnê do último disco em São Paulo, no Sesc Bom Retiro, não foi apenas logístico, mas simbólico: a Nervosa encerra seus primeiros 15 anos no mesmo lugar onde começou, para renascer em 2026. A energia do público, formado por fãs que acompanharam cada metamorfose da banda, deixou claro: essa despedida também foi uma celebração do que está por vir.
Se o brilho nos olhos delas na coletiva era algum indicativo, 2026 será um marco, talvez o mais importante desde a fundação da banda.
A nova era da Nervosa já começou. Confira as expectativas das integrantes no nosso instagram.
Texto, fotos e video (Instagram) da coletiva por: Iza Santa Fé
