“Um regresso eclético”

A espera acabou, pois a lenda Blue Öyster Cult acaba de lançar seu primeiro álbum de estúdio em 19 anos pela gravadora Frontiers, exceto no Japão onde a responsabilidade caberá a Ward Records. O famoso culto da ostra azul continua sendo liderado pelo vocalista Eric Bloom e o guitarrista Buck Dharma, o que garante o alto padrão de qualidade e todas as características que os fãs á décadas admiram dessa verdadeira instituição dentro do cenário da música pesada.

The Symbol Remains” está disponível nas melhores lojas do ramo desde o dia 7 de outubro no Japão e mundialmente desde o dia 9. O trabalho pode ser adquirido nos formatos CD, duplo LP edição tradicional, Limited Edition Color 2LP e nos formatos digitais convencionais. Sobre os  LPs coloridos todos eles serão em edição limitada, 200 de cada, nas cores verde, cristal, azul e só disponíveis apenas nas lojas virtuais da Frontiers.

Ao longo de sua carreira o Blue Öyster Cult sempre se mostrou uma banda muito eclética, fugindo de limites ou parâmetros pré-determinados que reprimissem a criatividade do conjunto musicalmente falando. E em “The Symbol Remains” essa diretriz foi seguida a risca, pois existem temas diversos e que exploram diferentes estilos musicais nas 14 faixas que compõem o álbum.

That Was Me” abre o disco com uma batida constante e bons rifes flertando com um hard ríspido. Na edição japonesa essa mesma música serve como faixa bônus em uma versão remixada acústica e com um arranjo bem singular. “Box In My Head” é AOR com muita harmonia no andamento. “Tainted Blood” é bem conhecida, pois já tem um clipe rolando nos ‘YouTubes’ da vida e se trata de uma balada média com uma parte mais lenta, que depois ganha intensidade na ponte e no refrão. O encaixe do solo na melodia é perfeito como de costume e essa canção é um dos grandes momentos do álbum.

Nightmare Epiphany” é um rock n’ roll cativante com backings, que nos remete direto aos anos 70. A faixa “Edge of the World” é muito interessante, pois nela existe um mix do som característico da banda com um arranjo bem moderno e essa química funciona muito bem, provando que eles não tiveram medo de arriscar. O rock de arena brilha em “The Machine” com seu ritmo denso e uma levada progressiva.

 A divertida “Train True (Lennie’s Song)” te coloca literalmente a bordo de um trem movido a country music, com o ritmo ora marcado para trocar passos no salão, ora acelerado, cuidado para não perder o seu chapéu. O trabalho das guitarras é o destaque em “The Return Of St. Cecilia”, rifes cheio de ganchos e um solo incendiário. “Stand and Fight” é metal oitentista com o baixo grave falando alto, rifes esticados e bateria marcando a cadência.

Florida Man” tem aquele espírito do folk do final dos anos 60 no continente norte americano. Vamos mudar de década e pular para os anos 70 com “The Alchemist”, que tem o jeitão das músicas dos primeiros álbuns de Alice Cooper. “Secret Road” coloca o AOR em pauta mais vez e enquanto “Fight” proporciona uma pitada de pop rock.

Eu disse lá no começo que o Blue Öyster Cult não era um conjunto limitado por amarras apertadas e sempre prezaram pela variedade. “The Symbol Remains” é eclético do começo ao fim, exatamente como os fãs cativos do BÖC esperavam, eu tenho certeza absoluta. Confira.

Nota: 4/5

  Tracklist:

  1. That Was Me
  2. Box In My Head
  3. Tainted Blood
  4. Nightmare Epiphany
  5. Edge Of The World
  6. The Machine
  7. Train True (Lennie’s Song)
  8. The Return Of St. Cecilia
  9. Stand And Fight
  10. Florida Man
  11. The Alchemist
  12. Secret Road
  13. There’s A Crime
  14. Fight

BÖC:

Eric Bloom (vocal)

Donald ‘Buck Dharma’ Roeser (guitarra)

Richie Castellano (baixo)

Danny Miranda (teclados, guitarra)

Jules Radino (bateria)

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