Resenha: Heathen – “Empire of the Blind” (2020)

                                                          “Valeu a espera”

Depois de longos 11 anos o Heathen esta de volta em um ano que o thrash tem nos proporcionado discos sensacionais – 2020 pode ser um desastre em todos os sentidos, pelos motivos que estamos cansados de saber, menos no que se refere aos lançamentos do meio do metal.

“Empire Of The Blind” traz 12 faixas com as marcas registradas do Heathen: rifes sujos, sutis elementos prog nas harmonias, bateria explosiva e os vocais de David White.

A intro “This Rotting Sphere” emenda direto no puro thrash metal em “The Blight“, o primeiro single do álbum, que despeja para todo lado a técnica e o peso do Heathen, com grandes harmonias e aquele Q de Bay Area. A faixa título é uma paulada envolvida por rifes e personalidade, pois não há lugar aqui para rosnados de death metal. A integridade continua intacta.

“Dead and Gone” desacelera um pouco as coisas com um groove de hard com H maiúsculo que irá agradar aos velhos fãs e quem adora o metal do final dos anos 90. “Sun In My Hand” mantém o mesmo felling com um verdadeiro festival melódico de rifes e andamentos progressivos. “Blood To Be Let” aumenta o ritmo e mantém o ímpeto até o fim desfilando rifes incisivos e marcantes. A linha baixo/bateria é convidativa e proporciona uma base sólida como aço.

“In Black” combina elementos básicos do thrash tradicional com o groove do heavy metal da primeira parte da década de 80 e o resultado é muito bom. Já a faixa “Devour”, um dos destaques do álbum,  parece ter uma única função, que é destruir o que ainda resta do pescoços dos bangers, que estão acompanhando faixa a faixa esse trabalho.

“A Fine Red Mist” é sólida, recheada de alicerces de ritmos fortes e quebrados, que permitem a Lee Altus e Kragen Lum duelar durante mais de cinco minutos com muita técnica e inspiração. “The Gods Divide” é uma verdadeira viagem no tempo, para ser mais preciso, ao final dos anos 80, época que o thrash metal dominava o mundo – ou uma parte dele.

“The Evolution Of Chaos” tem a assinatura do Heathen, que não se espelhou em nada de moderno ou chamativo para gravar esse grande trabalho. Apenas o conjunto foi o Heathen com o seu mais puro e autêntico thrash metal e nada mais foi necessário. Valeu a pena esperar por um álbum dessa qualidade. Pode conferir sem sustos e só mais uma coisa, que eles não esperem passar mais uma década para lançar um novo trabalho.

Nota: 4/5

Tracklist:

1. This Rotting Sphere
2. The Blight
3. Empire Of The Blind
4. Dead And Gone
5. Sun In My Hand
6. Blood To Be Let
7. In Black
8. Shrine Of Apathy
9. Devour
10. A Fine Red Mist
11. The Gods Divide
12. Monument To Ruin

Heathen:

Jim DeMaria – drums

Lee Altus – guitar

Jason Mirza – bass guitar

Kragen Lum – guitar

David White – vocals