Um impressionante retorno.
Demorou seis anos, mas o virtuoso guitarrista finlandês, Jarno Keskinen está de volta e com um trabalho de respeito em suas mãos. “Phoenix” possui uma simbiose entre o prog e o power metal, que vai cair como uma luva para os apreciadores de ambos os estilos.
Jarno já tinha me chamado atenção nos anos 90 com dois lançamentos consecutivos, “Timescape” (1998) e “The Prophecies” (1999), ambos produzidos pelo fantástico guitarrista David T. Chastain, em uma promessa de trabalhos cada vez melhor. Mas não funcionou bem assim e durante a primeira década desse século, Jarno lançou dois discos com a banda Virtuocity e só em 2014 retornou o projeto Kenziner, até agora.
“Phoenix” é um álbum ambicioso, que conta com uma produção muito bem equilibrada, melodias poderosas, vocais inspirados e uma grande variedade de rifes e pontes muito bem encaixadas em meio aos teclados incisivos de Ariel Perchuk, proporcionando aquela ‘tabela’ que era muito bem utilizada por Yngwie Malmsteen e sua banda na segunda metade dos anos 80.
Antes de citar alguns dos vários destaques do disco, é preciso falar desse moço responsável pelos vocais. Caramba, como canta o Sr. Peter ‘Zinny’ Zalesky, dono de uma voz com características que me fizeram lembrar simplesmente de monstros do calibre de Roy Khan e o Rob Rock, que não são duas referencias qualquer.
A paulada “Eye of Horus” é o cartão de visitas, com rifes pesados, vocais brilhantes e a primeira impressionante ‘tabela’ no solo entre guitarra e teclados, como citei anteriormente. Uma intro rápida cheia de ligações agrada logo de cara em “Listen to the Devil”, que cresce com vocais em camadas e backings bem colocados. A bateria de Make Lievonen é constante, não dando pausa para nenhum headbanger.
Já “Shadow of the Moon”, que alterna momentos rápidos e melódicos, proporciona a ‘Zinny’ a chance de se mostrar muito eclético, mas o ponto alto é solo de Jarno, que esbanja técnica. Batera acelerada e teclados, proporcionam uma base firme em “Tears of Destiny”, onde Jarno despeja sua artilharia de notas.
Com os bumbos sendo castigados sem dó e um ritmo veloz, ora pela guitarra, ora pelos teclados, faz de “The Mirror” outra grande música, que também mostra o quanto a banda é coesa e determinada no compromisso com seu estilo.
”Osiris Rising” reserva aquele momento mais cadenciado, mas com o peso não sendo esquecido, muito pelo contrario. As linhas vocais são muito bem colocadas e uma atmosfera muito densa se faz presente.
Uma intro de guitarra se mistura aos elementos sintéticos dos teclados para nos contar sobre a faixa “Curse of the Pharaoh”, onde o refrão é o ponto alto. Jarno ainda tem muitos recursos na manga como podemos conferir em “To Hell and Back” com sua linha extremamente melódica e um novo solo muito inspirado. O refrão ficou muito bom e o trabalho de Ariel Perchuk nos teclados mais uma vez chama atenção.
“Phoenix Rising” mantém o nível de uma maneira bem legal, pois proporciona doses consideráveis de power melódico associado a outro grande trabalho do cantor ‘Zinny’. E fechando o disco uma balada, “The Miracle”, que cumpre seu papel e permite a Jarno colocar alguns arpejos e mais um solo em ‘dobradinha’, dessa vez com o piano.
Em “Phoenix” a banda Kenziner oferece uma boa dose de melodias com muitas variações e composições complexas. Uma prato cheio para fãs de power metal com intensidade e peso. Definitivamente aquelas expectativas que eu tive há muito tempo com os primeiros trabalhos se concretizaram com esse álbum. Que venham os próximos.
Nota: 4/5
Tracklist:
- Eye of Horus
- Listen to the Devil
- Shadow of the Moon
- Tears of Destiny
- The Mirror
- Osiris Rising
- Curse of the Pharaoh
- To Hell and Back
- Phoenix Rising
- The Miracle
Kenziner:
Jarno Keskinen – Guitars
Peter “Zinny” Zalesky – Vocals
Jupi Hjelt – Bass
Ariel Perchuk – Keyboards
Make Lievonen – Drums
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