“Um contraste que combina”
A oportunidade de ouvir um trabalho de uma banda nova sempre gera curiosidade e também requer responsabilidade, pois é preciso se levar muita coisa em consideração. E particularmente nesse caso em especial do Mezmerized, o trabalho que tenho em mãos, graças à cortesia da Blood Blast Distribution, é o debut da banda formada ano passado, ou seja, é um grupo extremamente novo. O álbum “Electrolyze” será oficialmente lançado no próximo dia 18 de setembro.
O Mezmerized foi fundado pela vocalista Anna Király e Oliver Mudra, que é o responsável pelas guitarras e teclados. A impressão que eu tive em ouvir “Electrolyze” é que apesar de jovem, essa banda sabe muito bem o caminho que quer seguir. A fusão da música eletrônica (seja a mais pop ou a linha mais techno) e a heavy music já gerou bons frutos em outras oportunidades, e para não me alongar muito nos exemplos já vou logo citar um muito bem sucedido que é o Atari Teenage Riot. Mas o Mezmerized opta por algo mais ‘rifeiro’ (SIC) aliado a teclados com a cara dos anos 90.
E por falar em teclados, o álbum abre com eles a toda na faixa título. Os efeitos sintéticos predominam por quase toda música fazendo um contra ponto ao rife da guitarra. “Comeback” em sua intro usa efeitos bem comuns em algumas faixas do Babymetal. O andamento baixo/bateria aparece e é em cima dele que Anna conduz sua linha vocal.
Em “Rage” o eletrônico e a base roqueira interagem muito bem e o andamento lembra um pouco do Amaranthe, que eu acredito seja umas das influencias do Mezmerized. O solo é muito consistente e destacado nessa canção, o que reforça a proposta da banda de mixar o groove com a batida sintética. “Desire” tem um rife bem acentuado e possuí talvez o melhor refrão do disco, pois ele é vivo e pesado. “Fireheart” é uma semi-balada que começa ao som de um piano que se mistura ao vocal de Anna, que em camadas, proporciona um ótimo efeito e permite ao Mezmerized mostrar sua veia roqueira com harmonias espessas e um belo solo. Uma das melhores músicas do álbum certamente.
“Shutdown” aposta nos rifes e um solo firme também, mas Anna mostra variações em seus timbres que roubam a atenção. As faixas “Call My Name” e “Hybrid” fazem uma nova mescla de efeitos de sintetizadores e o rifes, que proporcionam harmonias e batidas bem interessantes. “Satellite” me lembrou por um instante o 2 Unlimited, que era um duo bem conhecido de techno nos anos 90, mas quando a guitarra de Oliver entra, essa impressão logo desaparece. “Ready To Go” segue o mesmo padrão das faixas mais roqueiras, mas sem abrir mãos de efeitos sintéticos, se utilizando de rifes e pré-refrão com muita competência. Essa faixa apresenta umas das melhores interpretações da cantora Anna em todo o álbum.
O duelo vocal em “Carry On” é o destaque e fechando o disco “Cyanide”, que é bem rápida e me faz crer, que o Mezmerized nos futuros trabalhos deveria investir mais nos vocais rasgados de Oliver, para fazer o contraste com Anna, pois aqui o resultado ficou muito bom.
Como eu já disse anteriormente, o Mezmerized passa segurança no que se propõe a fazer, o que os coloca em uma posição que pode agradar aos fãs de música pesada menos radicais e que gostam de uma boa dose de rifes consistentes, assim como pode garantir espaço até em algumas pistas de dança tranquilamente. Algumas vezes o contraste é a melhor combinação. Vamos acompanhar com interesse os próximos passos do Mezmerized em seus futuros trabalhos.
Nota 3,5/5
Tracklist:
- Electrolyse
- Comeback
- Rage
- Desire
- Fireheart
- Shutdown
- Call My Name
- Hybrid
- Satellite
- Ready To Go
- Carry On
- Cyanide
Mezmerized:
Anna Király – Vocals
Olivér Mudra – Guitar, Keys, Backing Vocals
Gabor Ronai – Bass
K.V. – Drums
Fique ligado: