Resenha: Ozzy Osbourne – Ordinary Man (2010)

Tracklist:

1. Straight to Hell
2. All My Life
3. Goodbye
4. Ordinary Man
5. Under the Graveyard
6. Eat Me
7. Today is the End
8. Scary Little Green Men
9. Holy for Tonight
10. It’s a Raid
11. Take What You Want

Alguns artistas no Rock transcendem o papel de um simples músico para se tornar uma celebridade, e talvez a maior de todas seja a do ‘Madman’ bonachão Ozzy Osbourne. Falar em Heavy Metal é lembrar-se de caras e bocas desse que é o ‘véio’ mais aloprado do Rock, sem mencionar um dos criadores do Heavy Metal. Ninguém pode relegar a relevância de Ozzy na história do gênero por conta de uma discografia que foi irrepreensível entre Blizzard of Ozz e No More Tears (a fase do cantor que pode ser rotulada como ‘clássica’), com alguns altos e baixos de Ozzmosis em diante. E tendo em conta os boatos de sua quase morte, bem como a divulgação de seu estado de saúde precário, vem agora o recém-lançado Ordinary Man, que pelo andar da carruagem, deve ser o disco de despedida de Ozzy (pelo menos, em termos de estúdio).

A primeira coisa que salta os olhos: Ozzy preferiu gravar rodeando de convidados, tendo como base fixa o produtor Andrew Watt nas guitarras, Duff McKagan no baixo (que todo mundo está cansado de saber que era do Guns n’ Roses e do Hollywood Vampires) e Chad Smith (do Red Hot Chilly Peppers) na bateria. Fora isso, Tom Morello, Slash, Charlie Puth (bem conhecido no mundo do Pop), Post Malone (outro do mundo do Pop, com que Andrew já possui longo entrosamento), Travis Scott (um rapper e produtor), além de Elton John cantando e tocando piano em “Ordinary Man” (que é uma faixa excelente). Basicamente, é um disco até refrescante e cheio de bons momentos (tendo em vista as oscilações citadas anteriormente), mas cujos fãs mais antigos irão ter dificuldade de assimilar. Digamos assim: não é o melhor do disco do Madman, mas não chega a ser decepcionante.

A produção de Andrew não deixou a desejar, pois Ordinary Man soa um como um disco de Rock: sujo, direto e rasgado, com timbres sonoros muito bons. Mas em termos de clareza, não há do que reclamar: tudo muito bem definido e claro, e tudo azeitado, sem espaços para muitas reclamações.

Musicalmente, pode-se aferir que o frescor de Ordinary Man vem de algo que, quando se fala na longa carreira de Ozzy, sempre esteve presente de forma subjetiva: o jeito de fazer música do ‘véio’ sempre se adaptou aos novos tempos, nunca sendo engessado ou datado. “All My Life”, “Ordinary Man” e outras ilustram bem esse fator.

As melhores: a pancada Rock ‘n’ Roll sujo de “Straight to Hell” (os riffs e solos são extremamente envolventes, grudam nos ouvidos), o jeito acessível e moderno de “All My Life”, o peso absurdo e melodioso de “Goodbye”, a balada power Pop grudenta de “Ordinary Man” (os pianos e dueto entre Ozzy e Elton John são momentos mágicos), o grude gorduroso e cheio de elementos Pop de “Today is the End” (os backing vocals e arranjos de guitarra evidenciam isso), e a dupla “It’s a Raid” (essa com um jeito Pop Rock interessante, onde Post Malone dá as caras) e “Take What You Want” (mais introspectiva e com influência de Groove, e que aparece no álbum Hollywood’s Bleeding, de Travis Scott, e onde o mesmo aparece).

Mais uma vez: Ordinary Man não chega aos pés dos discos clássicos de Ozzy, mas ao mesmo tempo, representa uma despedida digna de quem tanto contribuiu, e vale a audição carinhosa.

Facebook: Ozzy Osbourne
País: Inglaterra/EUA
Gênero: Heavy Metal, Hard Rock, Rock ‘n’ Roll
Selo: Sony Music

Por: Professor Bones

PONTUAÇÃO: 8/10