Serenity – The Last Knight (2020)
Uma nova jornada medieval se inicia.
Minha aposta no Serenity era que eles estavam preparados para figurar com destaque entre os grandes nomes do cenário do metal melódico. Tanto ‘Lionheart‘ quanto seu antecessor direto, ‘Codex Atlanticus’ levaram a banda austríaca a níveis elevados em suas composições e, no caso de ‘Lionheart‘, era o grande disco da carreira e supera-lo seria um enorme desafio. Conseguiram?
Primeiro vamos falar mais sobre ‘The Last Night’, o aguardado sétimo álbum da banda. A intro homônima que abre o CD nos leva a imaginar que estamos entrando pelos portões que protegem a cidade medieval carregando nossas espadas, prontos para acompanhar a banda, enquanto ela nos conta sobre a vida do Sacro Imperador Romano Maximiliano I, que reinou de 1508 até sua morte em 1519, com uma trilha sonora de metal melódico e sinfônico empolgante em diversos momentos.
A escolha da disposição entre as faixas ofereceu uma perspectiva diversificada das músicas em vários ângulos, sempre mantendo rifes, harmonias e melodias cativantes em primeiro plano, garantindo acessibilidade instantânea ao público. E não é fácil se fazer isso.
Podemos de cara elogiar os vocais edificantes de Georg Neuhauser em “Set the World on Fire“, que é um destaque imediato, com seus rifes em estilo de arena e um coro que com certeza será um sucesso entre os fãs do Serenity. A música é uma dos clipes promocionais que foram produzidos (além dessa, a faixa “My Kingdom Comes”), e o cantor Herbie Langhans, que participou da gravação, também aparece na filmagem. Ambos os vídeos podem ser conferidos no final dessa matéria.
Indo para o lado mais tradicional do Power, o tom da guitarra de Christian Hermsdörfer em músicas como “Keeper of the Knights” e “Down to Hell” transmitem uma angústia e uma explosão que são emocionantes em uma poderosa atmosfera.
Quando os austríacos querem a levar as coisas para direções mais serenas, o piano e os elementos orquestrais permitem que uma balada como “My Farewell” cative nesse sentido de forma teatral. Já a ótima “Wings Of Pride” parece que vai seguir o mesmo caminho, mas ela alterna momentos rápidos e acústicos de uma maneira perfeita. As influências do grande Blind Guardian aqui falaram alto.
Continuando com seu arsenal eclético “Souls and Sins” é um pouco mais moderna, com seus ritmos oscilantes e também cativantes. Essa variedade de composições dentro do mesmo estilo musical parece ser fácil, mas muitas bandas se perdem dentro desse processo, o que não é o caso desse disco, que mostra a consistência do Serenity. Como por exemplo, essa mesma música, que ganhou uma versão acústica bem interessante.
A versatilidade e a capacidade da banda de ser pesada, épica, veloz em um determinado momento e em seguida, impor um ritmo intermediário ou melódico, faz de “The Last Knight” um álbum com muitas características que valem a pena ser conferidas.
E respondendo a questão proposta no inicio, eu não cravaria que “The Last Knight” é superior ao anterior, ‘Lionheart‘. Mas em minha opinião ambos podem ser colocados na mesma prateleira, fato que é muito difícil de ser realizado. Gravar dois discos na sequencia com um padrão tão alto é uma missão para poucas bandas.
Nota: 4.5/5
Banda:
Georg Neuhauser – Vocal
Chris Hermsdörfer – Guitarra
Fabio D’Amore – Baixo
Andreas Schipflinger – Batera
Track list:
- The Last Knight
- Invictus
- Set The World On Fire
- Keeper Of The Knights
- Souls And Sins
- My Kingdom Comes
- Queen Of Avalon
- My Farewell
- Down To Hell
- Wings Of Pride
- Call To Arms
- Souls And Sins (acoustic)