Parceria que promote.
Em um mundo competitivo como o do universo da música pesada certamente o talento é fundamental, mas não é o único fator determinante para a garantia do sucesso. Então iniciar um projeto por uma gravadora de renome ajuda muito e se a banda for composta por uma line-up já entrosada melhor ainda. E em um mundo perfeito a cereja do bolo seria um vocalista muito bom e com trabalhos anteriores amplamente reconhecidos. Portanto só me resta dizer: ‘senhoras e senhores, eu lhes apresento o mais novo lançamento do selo Frontiers Records, a banda Shining Black’.
O Shining Black é nada mais nada menos, que a banda Labyrinth com o vocalista Mark Boals, mundialmente conhecido por sua passagem na segunda metade dos anos 80 na banda do gênio da guitarra Yngwie Malmsteen. Mark é o dono da voz em um dos maiores sucessos do guitarrista a canção “You don’t remember, I never Forget”, do LP “Trilogy” de 1986, além de possuir trabalhos expressivos com Ring Of Fire e Royal Hunt, só para citar dois exemplos.
O Labyrinth é capitaneado pelo guitarrista Ölaf Thorsen, que também faz parte de outra banda italiana, o Vision Divine, e é ele que divide as atenções com Mark em todos os espaços, tornando o Shining Black praticamente um projeto de ambos os músicos em especial. Mas certamente que contar com Oleg Smirnoff (teclados), Nik Mazzucconi (baixo) e Matt Peruzzi (bateria) pesou muito a favor no resultado final do álbum, que não soa nem como o Labyrinth ou como o Vision Divine. Mas vamos ao disco para destrinchar isso faixa a faixa.
“The House Of The Fallen Souls“, que abre o álbum, é um hard melódico com os rifes de Thorsen ditando o ritmo e proporcionando toda liberdade para Mark exibir sua classe costumeira. O refrão é muito bom, os teclados de Oleg Smirnoff soam sólidos na base, que possui um breve trecho da letra em italiano. Em seguida “The Boogeyman”, a primeira faixa de trabalho, onde os teclados com efeitos predominam a principio, enquanto a cozinha marca o passo a passo. O refrão é chamativo e pegajoso, ficou perfeito dentro da proposta da banda. O clipe está a disposição no final desse review.
Hora de velocidade com a intro de “My life“, apostando em uma alternância na cadencia ao decorrer de seu andamento. Funciona bem com ótima participação dos músicos, como já era esperado. Uma música que se chama “A Sad Song” só podia ser mesmo uma balada, mas ela cumpre muito bem seu papel, pois tem intensidade, ótimos solos de guitarra e quebras de ritmo interessantes, como a que o piano proporciona, saindo do meio comum das canções mais lentas.
Uma música que leva o nome do disco e banda ao mesmo tempo já entra pressionada a passar na prova, não tenho dúvida, mas a canção “Shining Black” se saiu bem no teste. A combinação de rifes e teclados na entrada empolga, e fica melhor quando a base pesada e a voz de Mark trabalham junto formando uma harmonia melódica bem legal. Muitos pequenos arranjos podem ser identificados, dando um toque especial à música, que possui uma ponte pré-refrão muito boa, assim como o próprio. Agora vamos falar da melhor faixa do disco, “Just Another Day”, que eu vou definir em uma palavra, contagiante. O andamento é assimétrico em suas linhas, proporcionando variedade e ainda conta com um refrão muito, mais muito legal. Baita música.
Ah, agora vamos com calma, aqui temos que falar sério. Ao ouvir os primeiros acordes de “Where Are Your Gods” eu já levantei as orelhas e pensei, ‘eu conheço isso’. Os mais velhos vão me entender. Se eu estivesse participando do antigo “Qual é música?” em um ‘certo programa’ do SBT, eu não esperaria a segunda nota do pianista José para cravar na resposta e falar, é a ‘Bark at the Moon’, do Ozzy. Sobre a música em si, ela tem ‘isso’ de Ozzy e uns ‘aquilo’ de Dio em algumas passagens (SIC para a frase toda). Vamos em frente. “The Carousel” traz a tona aquela alternância nas levadas mais uma vez, o que é bom, pois elas são bem elaboradas.
Um belo dedilhado de violão aliado ao teclado inicia “The Day We Said Goodbye” e um solo forte de Thorsen prepara o clima para Mark recitar as frases da letra. Um coro expressivo cheio de camadas é o destaque do refrão dessa faixa. Fechando o álbum o hard melódico de “We Fall”, com mais um ótimo trabalho no instrumental e no arranjo, terminando o registro com categoria.
Resumindo é um álbum de estreia muito bom, com vários pontos fortes e agora apenas nos resta esperar para saber se o Shining Black engrena ou não, pois as variantes são muitas, principalmente quando existem outras bandas envolvidas na carreira dos músicos que integram o grupo. Independente dessa tese é um trabalho que merece ser conferido.
Nota: 4/5
Tracklist:
- The House Of The Fallen Souls
- The Boogeyman
- My Life
- A Sad Song
- Shining Black
- Just Another Day
- Where Are Your Gods
- The Carousel
- The Day We Said Goodbye
- We Fall
Shining Black:
Mark Boals – vocals
Olaf Thorsen – guitars
Oleg Smirnoff – keyboards
Nik Mazzucconi – bass
Matt Peruzzi – drums
Fique ligado:
https://www.facebook.com/ShiningBlackban