Sonata Arctica afasta crise de autoconhecimento e abraça o power em “Clear Cold Beyond”
Há quem sustente que desde “Reckoning Night” o Sonata Arctica já abandonou suas raízes power metal e se arriscou no terreno mais progressivo. Queira ou não, resquícios do bumbo duplo, duelos de teclado e guitarra e canções festivas podem ser ouvidas aqui e ali na discografia recente. Mas o que mudou em “Clear Cold Beyond”?
Concebido sob o discurso do retorno ao estilo que consagrou os finlandeses principalmente em “Ecliptica” e “Silence”, o novo disco lavou a alma dos saudosistas, mas não se restringiu a emular aquele som típico do final dos anos 1990. Clássicos instantâneos do power como “First in Line”, “California” e “Cure For Everything” trazem no DNA os mesmos cromossomos de “8th Commandment” e “Wolf and Heaven” – com muito foco nos teclados!
Só que outras opções do cardápio como “Angel Defined” e “Clear Cold Beyond” puxam o freio de mão e agradam os que passaram a curtir a banda justamente quando rolou esse afastamento do “power padrão”. Tem para todo gosto, mas se o gosto for o melódico, o cliente sairá mais satisfeito.
“Clear Cold Beyond” acertou em priorizar os teclados de Henkka Klingenberg. Acertou na produção limpa e nas melodias chicletes. O ponto baixo foi a temática na pegada da relação do homem com natureza. Talvez inspirados nos discos recentes do Nightwish. Ao ouvir os fãs e tratar de voltar ao bom e velho gênero, o Sonata Arctica já entrou ganhando. Para o próximo disco? Que volte também os temas de amor não correspondido! Por que não?
NOTA: 4,5 / 5
TEXTO POR GUSTAVO MAIATO