“Feito de aço”

Em 1984 o Thrust bradava em alto e bom som para quem quisesse ouvir em seu disco “Fist Held High”: ‘Posers Will Die!’, numa clara demonstração que eles estavam colocando-se a disposição do verdadeiro heavy metal. Essa pequena frase se tornaria lendária, pois seria muito utilizada pelos headbangers para separar o joio do trigo, ou melhor, o Metal do latão de má qualidade. Após o icônico álbum de 84 a banda se separa e só retorna para valer mesmo em 2015 e “The Helm of Awe” já é o terceiro lançamento em cinco anos e chega as lojas via Pure Steel Records.

Liderados pelo guitarrista e membro original, Ron Cooke, o Thrust honra toda a sua tradição e seu lema com um álbum recheado de temas pesados, encorpados e possantes, assim como mandam as diretrizes da heavy music. Ao lado de Cooke, a mesma formação que gravou o álbum anterior, “Harvest of Souls” de 2018: o vocalista Eric Claro, Angel Rodriguez na guitarra, Ray Gervais no baixo e Joe Rezendes na bateria.

Black River” começa o CD com uma curta e sombria narrativa antes do rife avassalador tomar conta do ambiente. O baixo e a bateria são pesados, típico som para abrir uma apresentação já entortando vários pescoços. O andamento é quebrado em determinado momento só para dar a deixa para o solo incendiário. “Blood in the Sky” mantém todos os avisos de ‘terremoto iminente’ ligado. O trabalho de Joe Rezendes é para se destacar e o forte backing no refrão não deixa pedra sobre pedra.

Uma cadência ritmada comanda “Purgatory Gates”, que tem a melhor relação ponte/refrão do disco, dando uma sensação épica para a música. O baixo de Ray Gervais fala muito alto nessa faixa. Sem tempo para respirar “Still Alive” sai pelos autofalantes com outro show de coesão dos músicos. Cada um sabe exatamente o que fazer e quem ganha é o todo. 

Dedilhados iniciam “Killing Bridge”, mas não ache que se trata de uma balada comum. O vocal de Eric Claro é a principio narrativo, porém a faixa vai ganhando peso e intensidade antes do belo solo. A atmosfera é opaca e o ar parece ficar escasso. Ótima música. “Battle Flag” serve como um hino e prepara os bangers para a luta. O refrão é forte e reflete a mensagem da letra. Hora de nova cadência com “Ghost in Me” e suas guitarras gritando por vingança. O vocal de Eric soa mais destacado nessa faixa e o cantor faz jus a essa evidencia com uma ótima interpretação. O sensacional solo em alta velocidade é o melhor do álbum.

The Traveler” e “Crucifixion” mantém o nível de aço do disco em alta, principalmente a segunda com seu andamento vivo e pujante com coro no refrão, e um rife cheio de harmonia e principalmente peso. A faixa título encerra a celebração metálica com vocais demoníacos e rasgados em meio a um instrumental denso, e recheado de segmentos mastodônticos.

Um conselho. Após ouvir “The Helm of Awe”, com o volume no onze, é claro, certifique-se de dar uma boa olhada nas paredes de sua casa. A chance de rachaduras serem encontradas é real, pois esse álbum foi idealizado pelo Thrust para causar danos. Confira. “Posers Will Die!”.

Nota: 4/5

Tracklist:

  1. Black River
  2. Blood in the Sky
  3. Purgatory Gates
  4. Still Alive
  5. Killing Bridge
  6. Battle Flag
  7. Ghost in Me
  8. The Traveler
  9. Crucifixion
  10. Helm of Awe

Thrust:

Eric Claro – Vocals

Ron Cooke – Guitars

Angel Rodriguez – Guitars

Ray Gervais – Bass

Joe Rezendes – Drums

 

Fique ligado:

https://www.facebook.com/ThrustBandOfficial/