“De volta a estrada”
E os suecos do velho Torch estão de volta depois de onze após seu último registro, o álbum “Dark Sinner”, que não foi um disco de músicas inéditas. Se a gente levar em consideração que anteriormente o hiato vigorou entre 1986 e 2009 até que “Reignited”, lançado via o selo Metalville, não demorou muito para ver a luz do dia.
A espinha dorsal do Torch continua presente contando com o doido do Dan Dark nos vocais, Chris J. First na guitarra acompanhado do único novato Håkky, Ian Greg no baixo e Steve Streaker na bateria. “Reignited” é primeiro álbum do Torch com canções inéditas em 34 anos e a promessa da banda era que esse seria seu mais rápido e mais pesado do que qualquer coisa que eles já fizeram antes.
Com a banda prometendo tanto começo a ouvir a primeira faixa,“Knuckle Duster”, que tenta transmitir a sensação que você está rolando um disco de vinil. Ela é rápida, o trabalho das guitarras é muito pesado e a cozinha segura o ritmo. A voz rasgada de Dark continua afiada. Os solos ora dobrado, ora alternados são excelentes. “Collateral Damage” começa com rife carregado e a cadência é puro Accept, que possui uma quebrada no andamento que reforça ainda mais essa impressão. Até aquele coro de fundo bem característico dos alemães em alguns dos seus trabalhos foi aqui espelhado.
“All Metal, No Rust” é um pedaço de tijolo e tem aquele refrão entorta pescoço. O baixo de Ian Greg dita o andamento com muita elegância. Guitarras a lá Judas Priest colocam energia em “Feed The Flame” que tem a melhor relação ponte/refrão do disco.
Uma intro dedilhada seguida de um rife pesado cheio de ganchos apresenta a mid-ballad “In The Dead Of Night”, que tem um belo arranjo e o trabalho das guitarras deve ser enaltecido. “Cradle To Grave” é uma homenagem a história do próprio Torch, aos anos 80 e seus ícones. Já está disponível um lyric vídeo dessa música que você tem que assistir, pois esta recheado de fotos antigas, tecas de shows e é claro que a gente já deixou o link lá no final para ser conferido. “Snake Charmer” mantém legal o nível com um refrão incisivo e as guitarras proporcionando uma base muito sólida.
“Intruder” privilegia a relação baixo/bateria em sua levada constante e os trabalhos em camadas e efeitos nos vocais, mais uma vez oferece o perfeito encaixe. Encerrando temos a boa “To the Devil His Due” com um novo arranjo que lembra o Accept. Essas semelhanças podem ser facilmente explicadas se levarmos em conta que a produção de “Reignited” ficou a cargo de Jacob Hanson, que já trabalhou com Volbeat, Pretty Maids e… U.D.O..
Em resumo esse novo registro do Torch deixa a NWOBHM que a banda representou em seus primeiros trabalhos de lado e investe em um heavy metal mais tradicional. É outro grande nome do passado que ressurge nesse conturbado ano de 2020. Que tenha voltado para ficar.
Nota: 4/5
Tracklist:
- Knuckle Duster
- Collateral Damage
- All Metal, No Rust
- Feed The Flame
- In The Dead Of Night
- Cradle To Grave
- Snake Charmer
- Intruder
- To the Devil His Due
Torch:
Dan Dark – vocais
Chris J. First – guitarra
Håkky – guitarra
Ian Greg – baixo
Steve Streaker – bateria
Fique ligado: