“Power com classe”
A banda espanhola Vhäldemar está de volta com um novo lançamento intitulado “Straight to Hell”, estará disponível no mercado no próximo dia 9 de outubro, via o selo Fighter Records. Se você é daqueles headbangers que realmente gosta de power metal, pode começar a esfregar as mãos, pois esse trabalho ao que parece foi realizado com o único propósito de agradar esse nicho.
Para quem não conhece o Vhäldemar, são de Baracaldo no belo País Basco, eles existem desde 1999 e seu primeiro trabalho data de 2002, o CD “Fight to the End”. Em “Straight to Hell” a aposta recaiu nas melhores e mais seguras características do bom e velho power metal, com rifes cheio de ganchos, palhetadas rápidas, backings épicos e muito bom gosto nas composições harmônicas.
“Death to the Wizard!” abre o disco com o peso conduzido por galopadas firmes e um belo trabalho de guitarras. O vocal de Carlos Escudero é áspero, gélido e combina perfeitamente com o excelente instrumental, que logo de cara apresenta alternâncias entre as guitarras e teclados. “My Spirit” é rápida com uma base sólida de baixo/bateria. A ponte e o refrão se encaixam com exatidão e são maravilhosos, é daquelas músicas que é impossível ficar indiferente.
Guitarras dobradas introduzem “Afterlife”, que tem andamentos quebrados e um novo refrão cativante. Os vocais em camadas com backings retocam a bela melodia, com um Q de Blind Guardian dos primeiros álbuns e do Grave Digger dos tempos ‘escoceses’. As trocas nos solos entre guitarra e teclado são muito bem elaboradas. A faixa título é um tijolo cadenciado com outro ótimo trabalho das guitarras e o refrão muito forte, um convite a levantar os punhos e gritar “Straight to Hell” também.
“Damnation’s Here” é conduzida por um trabalho poderoso do baterista Jandro, que parece que vai destruir os bumbos a qualquer momento. Particularmente essa faixa me remeteu a metade dos anos 90, tempos que o power metal imperava em determinados países como sendo o estilo absoluto. A velocidade, o peso, e as trocas constantes em dobra espacial nos solos são um dos grandes destaques dessa faixa. “Fear” começa com uma macabra intro que se transforma em uma nova cadência, essa capaz de obter resultados na escala Richter. Enaltecer o ótimo trabalho na relação vocal principal e backings pode parecer repetitivo, mas é preciso.
Hora de falar da melhor música do álbum, “Hell Is on Fire”. Pode ser meu gosto pessoal, tudo bem, mas essa faixa tem uma melodia irresistível, na verdade perfeita, vocal bem encaixado e um uma levada que te obriga a cantar junto e que solo, meus amigos. O Vhäldemar esta definitivamente na lista dos conjuntos que ainda preciso ver ao vivo. Ei Mundo, volte ao normal e que algum produtor traga essa banda aqui para São Paulo. “Black Mamba” é talvez a música mais pesada do disco com seu rife muito denso.
“When It’s All Over” tem uma intro mais calma com as guitarras solando e Carlos recita as frases lentamente nessa mid ballad. A faixa tem um espírito épico e um clima emotivo, que é especialmente realçado no belo solo. Fechando o álbum temos “Old King’s Visions” em grande estilo com uma passagem que nos shows ao vivo exigirá os conhecidos ‘ÔÔÔÔs’ do público. Mais uma vez a harmonia casa perfeitamente com os vocais e backings e o instrumental é de muito bom gosto.
Em meio a tantas virtudes um ‘se não’ pode ser a duração do disco – mais ou menos 40 minutos – que acaba deixando aquela sensação de quero mais, mas que pode muito bem ser remediada colocando “Straight to Hell” para rolar mais uma vez, é claro. Vou repetir, se você gosta de power metal muito bem feito e com muita classe, nem pense duas vezes e encomende sua cópia. Confira.
Nota: 4/5
1.Death to the Wizard!
2.My Spirit
3.Afterlife
4.Straight to Hell
5.Damnation’s Here
6.Fear
7.Hell Is on Fire
8.Black Mamba
9.When It’s All Over
10.Old King’s Visions (VI)
VHÄLDEMAR:
Carlos Escudero – Voz
Pedro J. Monge – Guitarra
Raúl Serrano – Bajo
Jandro – Batería
Jonkol Tera – Keyboards
Fique ligado:
