“Fazendo justamente aquilo que se espera, porém, de uma forma brilhante”
Nota: 4,5/5.
Soen é um supergrupo de metal progressivo da Suécia, composto por músicos que ganharam fama em bandas de metal extremo. A formação original era composta pelo ex-baterista do Opeth, Martin Lopez , o ex-baixista do Death, Testament e Sadus, Steve Di Giorgio , o vocalista do Willowtree, Joel Ekelöf e o guitarrista Kim Platbarzdis.
Os mais atentos já notaram que a banda é notoriamente influenciada por nomes como Opeth, Tool e Katatonia, apenas para citar os três nomes cujas características sonoras estão mais presentes nos álbuns anteriores do grupo. Aliás, tanto Congnitive quanto seu sucessor, Tellurian , foram produzidos por David Bottrill, que já trabalhou com o Tool.
A banda abraçou-as suas influências e delas se apropriou. Eu não sei se falam abertamente ou mesmo se têm consciência disto, mas de qualquer forma, a sua música tem tanta personalidade que todos podemos concordar que a criatura aprimorou a fórmula descoberta pelos seus criadores. A sua musicalidade é inquestionável. Tudo se encaixa naturalmente e músicas como Opponent, Martyrs e Covenant mostram como Soen está comprometido com tal fórmula. Lotus quase atinge a marca de uma hora de duração, como de costume. Contudo, diferentemente da maioria dos discos que já ouvi esse ano, não me senti cansado ou aborrecido ao longo das 9 faixas em seus 54 minutos. À propósito, penso que se trata de verdadeira fruição quando o sentimento mais presente numa audição é o prazer de ouvir as músicas até o fim e, mais do que isto, sentir-se curioso quanto ao que virá nos próximos segundos. A formação que gravou o disco conta com Martin Lopez (bateria), Joel Ekelöf (vocal), Lars Åhlund (teclados), Stefan Stenberg (baixo) e Cody Ford (guitarra). Acho que podemos falar de Lotus, como sendo um bom sucessor de Lykaia, oferecendo momentos que o superam e momentos que apontam para um futuro previsível, mas de modo algum, IMUTÁVEL. O grupo não apresentou algo inovador – ao contrário – fez justamente aquilo que dele se espera. Mas o fez de uma forma brilhante!
O que tem de bom?
O equilíbrio entre passagens mais calmas e conturbadas, apesar dos conflitos fornecerem o contraponto ideal para que a obra seja relevante. Nesse sentido, [1] O álbum é revigorante, pois tem o poder de evocar sentimentos de força e beleza ao final de cada faixa; [2] Lascivious, Martyrs e Rival não são meros destaques. São clássicos cheios de variações inspiradas.
O que poderia ser melhor?
É difícil apontar algo que diminua a força ou a beleza desse disco, mas como nada é perfeito, vamos lá: [1] River, apesar de estar conectada com o conceito geral do álbum, é demasiado melosa e, aos 44 minutos, se coloca como o primeiro ponto de – digamos – “atenção” da audição em virtude do alto grau de melosidade que emana; [2] Outro ponto de atenção é que por mais de uma vez, tive a sensação de dejavu, como se as faixas fossem uma mesma canção, só que, dividida em 9 partes.
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