“Um disco perfeito”
Hora da nossa sugestão entrar em ação e sempre lembrando que à ideia aqui é propor alguma coisa para que você ocupe um tempinho do seu dia conhecendo algumas curiosidades e o mais importante, preenchendo um pedaço do seu tempo com uma boa dose de música pesada. E a dica de hoje é o álbum do Queensrÿche, Operation:Mindcrime.
“Operation: Mindcrime” é o terceiro álbum de estúdio da banda de prog/heavy metal americana Queensrÿche. O disco foi lançado em 3 de maio de 1988 via o selo EMI Manhattan. A produção foi de responsabilidade de Peter Collins, que utilizou os estúdios Kajem/Victory Studios, Gladwyne, na Pensilvania e Le Studio, Morin Heights, Quebec, Canadá.
A estória fictícia contada no disco é conceitual e começa com o protagonista, Nikki, em um hospital. Ele está em um estado catatônico, incapaz de lembrar-se de nada além de fragmentos de seu passado. Aos poucos as memórias de Nikki voltam e ele se lembra de que era viciado em heroína, além de ser um suposto radical político frustrado com a sociedade contemporânea devido à desigualdade econômica, corrupção e hipocrisia ao seu redor. Com todo esse rancor Nikki foi facilmente manipulado por um misterioso demagogo conhecido apenas como Dr. X, que controla Nikki por meio de uma combinação de seu vício em heroína e técnicas de lavagem cerebral para torna-lo um assassino. Sempre que o Dr. X usa a palavra ‘Mindcrime’, Nikki torna-se um fantoche e o Dr.X o faz cometer qualquer assassinato, que culmina com Nikki matando sua principal benfeitora, a Sister Mary.
“Operation: Mindcrime” rendeu três singles: “Eyes of a Stranger“, que figurou no Hot Mainstream Rock Track na posição 35 e número 59 na UK Singles Chart; “Revolution Calling” e “I Don’t Believe in Love“, que foi número 41 no Hot Mainstream Rock Tracks e também foi indicada ao Grammy em 1990 na categoria “Melhor Performance de Metal“. Já o álbum foi número 50 na parada americana Billboard 200 e 58 na UK Albums Chart. “Operation: Mindcrime” foi certificado com o disco de platina em seu país natal, com mais de um milhão de discos vendidos. A alta qualidade do trabalho também rendeu vários reconhecimentos por parte das publicações especializadas como a revista inglesa Kerrang! (Album of the Year 1988, na posição número 2) e Sound (Album of the Year 1988, na posição 26). A mesma Kerrang! em 1999 citou o trabalho na posição 34 em sua lista ‘The 100 Greatest Heavy Metal Albums of All Time 1989’. Em 2000 a revista Loudwire classificou “Operation: Mindcrime” como o ‘melhor heavy metal álbum de 1988’ e Classic Rock UK em sua lista ‘The 100 Greatest Rock Albums of All Time’, colocou o álbum na posição 42.
A ‘Operation: Mindcrime Tour’ começou em 7 de setembro de 1988 na cidade de Jackson, EUA e se estendeu por mais 68 datas com a banda encerrando a primeira parte da tour na noite de ano novo, 31 de dezembro, em sua cidade natal, Seattle. Durante essa etapa visitam além de diversos estados americanos, Inglaterra, Holanda, Alemanha, França, Bélgica, Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca. Em 1989 o Queensrÿche retorna a estrada no dia 11 de janeiro em Knoxville e realiza mais 79 apresentações em seu país natal, Japão, Canadá, Alemanha e Inglaterra. O giro termina na cidade de Morrison, EUA em 14 de setembro de 1989, com o total de 149 shows, sendo que alguns foram como open-act para o Metallica.
O trabalho de divulgação para esse lançamento também envolveu um home vídeo com clipes dramatizados para as faixas “Revolution Calling“, “Operation: Mindcrime“, “Speak“, “Breaking the Silence“, “I Don’t Believe in Love” e “Eyes of a Stranger“. Todos com boa receptividade nos programas especializados das TVs ao redor do mundo.
No Brasil “Operation: Mindcrime” foi lançado pela EMI-Odeon com encarte interno com as letras e informações. O Queensrÿche já era bem conhecido pelos bangers brazucas desde o seu disco de estreia em 84, mas nem com o álbum sendo lançado aqui, os vários clipes disponíveis receberam atenção das TVs nacionais. Só com a chegada da MTV Brasil em 1990 que todos eles tiveram algumas exibições no programa Fúria Metal. Minha cópia eu comprei em 8 de outubro de 1988 aqui mesmo em São Caetano do Sul-SP, na loja de discos Belrus, já citada em outros Sugestões.
Perfeito. Não tem outra palavra que possa definir “Operation: Mindcrime” de forma mais adequada. O conceito, o modo que a estória se desenrola, os clipes e principalmente, as músicas. Esse disco não tem uma nota fora do lugar, o trabalho dos músicos é impecável e poucas vezes um conjunto conseguiu reunir tanta inspiração, técnica e talento em um único álbum. Os links estão a disposição como de costume. Até a próxima.
Dados:
Lançamento: 3 de maio de 1988.
Selo: EMI Manhattan (EUA); EMI-Odeon (Brasil).
Produção: Peter Collins.
Singles:
“Eyes of a Stranger“, em 1988;
“Revolution Calling“, em 1988;
“I Don’t Believe in Love“, em 1989.
Certificações:
– No EUA, disco de platina (+ 1.000.000).
Queensrÿche:
Geoff Tate – lead vocals, keyboard
Chris DeGarmo – guitar (lead guitar on tracks 2, 4, 7, 8, 11, 12, 13, and 15; six- and twelve-string guitar acoustic guitars, lap steel guitar), guitar synthesizer
Michael Wilton – guitar (lead guitar on tracks 3, 4, 5, 6, 9, 11, and 12; twelve-string acoustic guitar)
Eddie Jackson – bass
Scott Rockenfield – drums, percussion, keyboard on track 14
Cast:
Pamela Moore – as Sister Mary
Anthony Valentine – as Dr. X
Debbie Wheeler – as the Nurse
Mike Snyder – as the Anchorman
Scott Mateer – as Father William
The Moronic Monks of Morin Heights – choir
Michael Kamen – orchestral arrangement
Lado A:
1.”I Remember Now”
2.”Anarchy—X” (instrumental)
3.”Revolution Calling”
4.”Operation: Mindcrime”
5.”Speak”
6.”Spreading the Disease”
7.”The Mission”
Lado B:
1.”Suite Sister Mary”
2.”The Needle Lies”
3.”Electric Requiem”
4.”Breaking the Silence”
5.”I Don’t Believe in Love”
7.”Waiting for 22″ (instrumental)
8.”My Empty Room”
9.”Eyes of a Stranger”
(Créditos das fotos: Paulo Márcio)