Formado em 1981 pelos amigos Dan Wexler (guitarras), Stephen Clifford (vocais) e Tracy Wallach (baixo), em Phoenix, Arizona, o Icon é mais um daqueles casos de injustiça no meio musical. Afinal, um grupo possuidor de qualidades suficientes para se destacar no recém surgido cenário hard rock da época, estando no berço do capitalismo, não tinha como dar errado. Porém, a história nem sempre é justa, pois o Icon nunca se tornou de fato uma banda conhecida no mainstream. Inicialmente chamados de Schoolboys, a banda foi descoberta por Mike Varney (o mentor dos guitar heros na época) e já em 1984 assinou com a Capitol Records, agora sob o nome de Martial Arts, contando com Dave Henzerling nas guitarras e John Covington na bateria pra completar a formação.
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Para gravar o primeiro disco a banda dispensou Henzerling e Covington e recrutou John Aquilino e Pat Dixon como substitutos, e com essa formação gravou seu primeiro disco, autointitulado, com produção do próprio Varney. Após uma pequena turnê promovendo o álbum, a banda entrou em estúdio novamente para gravar aquele que é considerado por muitos (inclusive esse humilde repórter) como a simbiose perfeita entre o aor e o hard rock, além de ser a obra prima da banda: Night Of The Crime, produzido pelo lendário Eddie Kramer e mixado por Ron Nevison.
Como nem tudo são flores, as primeiras dificuldades começaram a surgir, como a saída do vocalista Stephen Clifford, que culminou na perda de seu contrato com a gravadora. Foi neste cenário que Night, foi gravado, e após alguns testes, coube à banda lançar um ep local em formato de fita cassete para apresentar Jerry Harrison como novo vocalista, além da adição de Kevin Stoller nos teclados. A estratégia deu certo e a banda atraiu novamente a atenção das gravadoras e em 1989 a banda lançou seu terceiro disco, o aclamado Right Between The Eyes. Para promover esse disco, a banda caiu na estrada abrindo para Ace Frehley e King’s X, porém após a turnê a banda se desfez.
Depois de um longo hiato, em 2008 a banda realizou um concerto de reunião e no final do mesmo ano abriu o show do
Tesla, com recepção calorosa por parte dos fãs e da crítica. A banda ainda está na ativa, porém, não há previsão de lançamento de material inédito, apesar das promessas. A formação atual é a mesma que gravou seus 2 primeiros álbuns, com Clifford nos vocais, Dan Wexler e John Aquilino nas guitarras, Tracy Wallach no baixo e Pat Dixon na bateria.
O Icon poderia ter melhor sorte, comercialmente falando, mas os percalços da indústria, as trocas de integrantes e os atrasos em suas gravações acabaram por condenar à segunda divisão do hard rock farofa uma das bandas mais legais do cenário oitentista. Sua curta discografia mostra que, caso tivessem mais constância poderiam ter se tornado um dos maiores nomes do hard rock mundial.
O Som…
O som do Icon é o elo perdido entre o hard rock do Whitesnake e do Guns n’ Roses com o aor de bandas como Journey e Boston. Mesclando o peso e agressividade do hard farofa com a classe, sofisticação e elegância do melodic rock, a banda atinge em cheio os amantes dos teclados e das guitarras melódicas e cativantes, bem como dos vocais alternando entre os agudos e graves bem postados. Com 4 discos lançados, vale a pena colocar esse som pra rolar e viajar um pouquinho pra melhor década que já existiu.
