Em meio ao turbilhão de bandas dos anos 80 carinhosamente (ou pejorativamente) classificadas como sendo de “hair-metal”, algumas são erroneamente colocadas no mesmo caldeirão sonoro de artistas espalhafatosos como Poison, Mötley Crüe e Pretty Boy Floyd. Entre essas bandas muitos incluem o Tesla, e é sobre eles que iremos falar um pouco hoje.

Formado em Sacramento pelo baixista Brian Wheat e o guitarrista Frank Hannon, a banda, incialmente chamada City Kidd, teve seu lineup completo apenas em 1984, com a adição do vocalista Jeff Keith, do baterista Troy Lucketta e do guitarrista Tommy Skeoch. A banda ainda levaria 2 anos antes de lançar seu primeiro disco, o aclamado Mechanical Resonance, adotando o nome definitivo, Tesla, em homenagem ao físico sérvio Nikola Tesla.

A banda obteve grande sucesso nos E.U.A., tendo vendido cerca de 14 milhões de cópias apenas na terra do Tio Sam. Canções como Modern Day Cowboy, Love Song e Edison’s Medicine ajudaram a consolidar o grupo como um dos mais competentes do cenário, bem como turnês ao lado de bandas como Def Leppard. Apesar disso, a banda amargaria o ostracismo após o lançamento de seu quarto álbum, intitulado Bust A Nut, lançado em 1994.

Obviamente, como já citado em outras colunas, a mudança no cenário musical da época contribuiu para que muitas bandas oitentistas “dessem um tempo” ou mudassem de fato a sonoridade para algo mais adequado ao momento. No caso do Tesla, discos como o mediano Into The Now de 2004 e o pavoroso Simplicity de 2014 nada lembravam seus tempos áureos, colaborando para que a banda caísse no esquecimento nesse período. Em 2019, a banda lançou Shock, que apesar da produção de Phill Collen do Def Leppard, mostra a banda flertando com modernismos e desagradando parte dos fãs, deixando claro que pelos menos por enquanto não voltaria a nos brindar com um disco a altura daqueles que os consagraram.

A banda segue na ativa, com a mesma formação a exceção de Dave Rude nas guitarras no lugar de Tommy Skeoch, e fazendo turnês.

O Som…

Com sonoridade blues rock em seus 4 primeiros discos, a banda se destaca pela potência vocal de Jeff Keith e riffs ardidos de Frank Hannon. A competência musical e nível das composições da banda são inegáveis e agradam em cheio aos fãs de Bad Company, Beatles, Free e Led Zeppelin, o que por si só já os coloca fora de comparação com outros nomes do glam. Como já citado, os 4 primeiros discos são indispensáveis a qualquer um que ame hard rock com pitas de blues e pegada setentista, ao passo que de 2004 pra frente pouca coisa se salva, a menos que você não ligue pra mudanças radicais na sonoridade das bandas.

Discografia:

  • 1986 – Mechanical Resonance
  • 1989 – Great Radio Controversy
  • 1991 – Psychotic Supper
  • 1994 – Bust A Nut
  • 2004 – Into The Now
  • 2007 – Real to Reel (Álbum de covers)
  • 2008 – Forever More
  • 2014 – Simplicity
  • 2019 – Shock