Fala pessoal, beleza? Biel Furlaneto aqui e hoje eu fui chamado para uma missão bem ingrata: Selecionar 5 albuns ruins de bandas que eu gosto.
Antes de mais nada, preciso dizer que eu tenho pouquíssimo senso crítico para as coisas que eu gosto. Eu sou mais da turma do “tudo da minha banda favorita é espetacular” do que da galera mais coerente. Eu sempre digo no meu podcast que “Se tudo é 10, nada é 10”. Bom, façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço.
Só mais um parênteses antes de começarmos, explicar que como eu sou basicamente fã de hard rock, então você não vai ver “St. Anger” do Metallica, algum album da era Blaze no Iron ou o “Jugulator” do Judas Priest. Não porque eles não sejam ruins, mas porque os que os outros consideram muito bons deles também não são esse barulho todo pra mim sabe?
Resumindo: Pra mim não tem diferença do Kill em All pro St. Anger, do Powerslave pro Virtual X e do Jugulator pro British Seel. Não são coisas que eu consumo, e ta tudo bem com isso.
Sem mais delongas (depois de tantas delongas) vamos nessa!
KISS – Monster
O Kiss tem alguns albuns que todos odeiam. “The Elder” e “Carnival” são os principais alvos. Eu gosto muito do primeiro e acho ok do segundo. Gosto de ambos mais do que do “Animalize” por exemplo, mas isso é papo para outro dia.
Em 2012 o Kiss lançou o seu derradeiro album, e infelizmente ele foi muito abaixo da crítica dessa vez. A começar pela voz metalizada e com auto tune do Paul Stanley. Este que foi um dos maiores vocalistas da história passava por momentos delicados, inclusive tendo que operar a garganta e tudo mais. Talvez por questões contratuais, talvez por ânsia de fazer musica nova após a estreia OK da formação em estúdio com “Sonic Boom” (2009), decidiram fazer um album nesse período de decadência, e para não mostrar a realidade simplesmente deixaram nossa estrela com a voz tão mexida que ficou estranha. Os produtores das divas pop dos anos 2000 ficariam orgulhosos. Soma se isso a músicas genéricas tentando emular os albuns clássicos dos anos 70, uma formação que, apesar de eu amar, não é das mais marcantes (Tommy sem tanto feeling e Eric Singer totalmente podado pela banda)… É um final ruim. Tem bons momentos (quase todas as musicas do Gene são bem legais), mas comparado aos outros perde por muito. Se tratando do Kiss, mesmo sendo o pior album, provavelmente seja melhor que o melhor album da sua banda favorita (QUASE ZERO CLUBISMO NESSA FRASE). Mas na régua da melhor banda de todos os tempos é medalha de lata.
Poison – Native Tongue
Existem albuns que talvez fossem mais bem aceitos se não carregassem o nome das suas bandas na capa. Por exemplo, o album Motley Crue, de 1994 com John Corabi nos vocais, é um dos grandes albuns da banda, mas não é aquele Motley que coloca fogo em quarto de hotel, sabe? É adulto demais pra ser, entao fica marcado.
Tirando a parte de ser bom (talvez minha má vontade com o Poison seja maior, apesar de eu gostar mais deles que do Crue), é exatamente o que acontece com Native Tongue do Poison para esse que vos escreve. O fator principal se deu principalmente pela entrada do guitarrista Ritche Kotzen, que tem um estilo que casa pouco com a proposta dos nossos queridos poodles capitaneados por Bret Michaels
O album já começa com uma intro meio tribal, esquisita, para depois virem riffs muito mais complicados do que a fritação feliz que CC Deville fazia nos albuns anteriores, com letras mais introvertidas e sérias e até politizadas em alguns momentos, como “The Scream” e “Stand”. Nada contra, mas pra quem cresceu vendo-os pedindo para as mulheres “Falarem sujo com eles” é bem esquisito de digerir. Uma capa totalmente aquém do colorido de outrora…É um show de descaracterização. Nota “TV Fama” que além de estragar o Poison, Kotzen tambem estragou a família do baterista Rikki Rocket ao se relacionar com a então noiva dele. Nota dó.
Skid Row – Tickskin
Após a saída de Sebastian Bach, Johhny Solinger chegou para substituir a “Barbie” em um album muito esquisito. Hora parece um album do Marilyn Manson, hora parece um album do Silverchair ou do Puddle of Mudd. Pouquíssimos momentos que remetam ao Skid Row clássico. Como se não bastasse todos esses problemas, ainda cometeram um crime chamado “I Remember You Too”, onde eles pegam aquela baladinha que voce certamente já mandou pra namoradinha e transformam em uma espécie de punk ou pop punk safado…por sorte ou vontade divina, pouca gente realmente se lembra desse verdadeiro assassinato de um clássico. A capa parece feita no word daquele Windows 98 que voce conectava o cabo do telefone (sempre depois da meia noite para cobrar um pulso só). Dizem que o que vem depois é pior, mas esse me irritou tanto que foi o fim da linha pra mim, entao eu nem sei. Parabens a todos os envolvidos.
Bon Jovi – 2020
Não é segredo para ninguem o quanto o Bon Jovi foi ficando cada vez mais pop durante os anos. Após a saída de Richie Sambora em 2013 as coisas mudaram em um ritmo ainda mais alucinante, até chegar no album 2020. Um album insosso, zero inspirado, com quase nenhum momento lembrando o fenômeno que enfileirou albuns clássicos nos anos 80 e 90. Uma mistura de Coldplay com algum grupo de rock mais alegrinho que existe por aí, com riffs que parecem se repetir com outras musicas dos albuns anteriores e até do mesmo album, as famigeradas baladas açucaradas regadas a piano e violão que moldaram a última década da banda. Cade o sofrimento Jon? Cade o “Eu chorei e chorei, houve noites em que morri por você, querida”? O que temos aqui são baladas que tocam nesses “A Culpa é das Estrelas” da vida. Difícil de ouvir, impossível de esquecer.

Gene Simmons – Asshole
Provando aqui que eu consigo sim falar mal da minha banda favorita, finalizo minha lista com mais uma obra do KISSverso. O Gene sempre foi meu segundo integrante favorito do Kiss (o primeiro é o Eric Carr), entao imaginem a minha felicidade ao descobrir que havia um album solo dele em pleno 2004 (antes que perguntem, eu adoro o solo de 78).
Ignorando avisos de que eu iria me arrepender, arrumei um jeito de ouvir esse cd (lembramos aos jovens que 2004 faz 50 mil anos em termos de tecnologia, entao não tinha streaming, e nem Youtube).
O album começa promissor, com uma musica bem pesada (“Sweet & Dirty Love”). Daí pra frente meus amigos….é só pra trás.
Um cover inexplicável de Prodigy, música que simplesmente começa com ele LATINDO, música com refrão cantado pela família inteira, música que começa com instrumento que parece aqueles teclados que voce da pro seu filho quando ele tem dois anos, música que parece um Marilyn Manson mal feito (não que o original já não seja). O album fecha com uma faixa que eu simplesmente não consigo explicar o instrumental. Eu costumo usar a frase “parece a tela da água do Super Mario 3 do Super Nintendo”.
A capa é mal feita, com um Gene cafetão cheio das “do job” (como os jovens dizem hoje), o que se reforça no clipe de Firestarter (o cover do Prodigy) que mostra ele na sua mansão cheio de mulheres. Da pra dizer que o Gene andou para que o Kondzilla pudesse correr? Acho que sim!
Claro, o album tem seus bons momentos. A faixa título é bem ok (apesar do riff inicial parecer a abertura da novela Malhação) , e tem mais umas duas legais. Mas o que é bom não é tão bom assim, e o que é ruim é quase aterrorizante.
O que voce achou da lista? Concorda? Acha que crimes foram cometidos? Qual é a sua lista de 5 albuns? Conta tudo pra gente nos comentários!
Até mais!