Algumas lembranças da nossa vida ficam marcadas para sempre. O primeiro vídeo game, os almoços de domingo na casa da avó, aquele amigo da primeira série…porém poucas lembranças são tão fortes quanto o nosso primeiro BEIJO.

No dia 30/01/1973, acontecia no Popcorn (que depois mudou seu nome para Conventry) o primeiro show da banda mais quente do planeta. Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss subiam pela primeira vez em um palco com o nome KISS.

O início de um sonho… (Reprodução Internet)

Para uma plateia de aproximadamente 10 sortudos, aqueles quatro caras maquiados pulando feito pulga deram o primeiro passo de uma jornada que os colocou no panteão das maiores bandas da história.

O Kiss  52 anos depois nem existe mais, mas durante meio século eles nos brindaram com momentos inesquecíveis, na sua grande maioria bons, e também nos deram alguma “dor de cabeça” Muitas vezes gostaria de não amar tanto uma banda de rock… mas não deu!

O primeiro beijo a gente nunca esquece (Reprodução Internet)

Particularmente o Kiss virou uma paixão, um melhor amigo. Esteve presente na minha formatura de passagem para o ensino médio  (quando eu convenci a sala inteira que a música da nossa sala teria que ser Forever), no meu casamento, nos meus aniversários, nas minhas viagens, nos meus trajetos até o colégio (onde eu colocava meu Psycho Circus no discman enquanto andava devagar para a música não pular).

E  como todo amigo leal, ele também esteve comigo quando as coisas não foram bem. O Kiss me abraçou e apertou a minha mão nos momentos mais delicados, já me salvou diversas vezes, já me mostrou que a vida valia a pena nos momentos em que eu estava triste e sem perspectivas. Paul sempre soube o que dizer. Gene sempre soube o que dizer. Ace (do seu jeito) sempre soube o que dizer. Peter sempre soube o que dizer, mesmo que fosse apenas “Uuuuuh, Diamante Negro”.

O Kiss me trouxe uma família nova, cheia de gente legal e que tem com ele essa mesma bagagem. Me trouxe a alegria de criar um projeto pra poder “falar de Kiss com quem não tem com quem falar de Kiss”, trouxe “tios novos” para as minhas filhas, trouxe a oportunidade de criar um festival e depois um documentário, fez eu conhecer pessoas que não consigo me imaginar sem.

Prestes a dominar o mundo (Reprodução Internet)

Mas acho que o principal de tudo que o Kiss fez por mim foi mostrar que se a gente acredita em algo, a gente tem que ir atrás sem se importar com o que as pessoas vão dizer ou achar. Na música Crazy Crazy Nights Paul canta  “They try to tell us we don’t belong, that’s alright, we’re millions strong” (Eles tentam dizer que a gente não se encaixa, mas tudo bem, nós somos bem mais fortes) e é isso. O fã do Kiss costuma ser subestimado. Muita gente diz que o Kiss são palhaços, que se tirar o visual não sobra mais nada, que a música é fraca… WE’RE MILLIONS STRONG!

Obrigado Kiss por não ter medo de ser exatamente quem vocês queriam ser. Obrigado por chocarem o mundo. Obrigado por serem a maior banda do planeta para mostrar que com luta e perseverança a gente consegue. Obrigado por perder a mão e me mostrar que mais difícil que estar no topo é se manter nele. Obrigado por afundar e me mostrar que se a gente começar a achar que somos invencíveis a gente vai cair sim. Obrigado por me mostrar que a gente consegue se levantar depois dos tombos. Obrigado por me mostrar que mesmo que não tenha tanta gente assim nos vendo no momento, a gente não pode perder o brilho nos olhos e nem a chama acesa no coração. Obrigado por me mostrar que por mais que o passado tenha sido glorioso, as vezes a gente precisa deixar ele pra trás pra seguir em frente.

Obrigado Kiss pelos 52 anos

E obrigado Kiss por aquele primeiro beijo na noite de 30/01/1973…

TEXTO POR GABRIEL FURLANETO

Próxima geração alcançada com sucesso – Minha caçula seguindo meus passos. (Arquivo Pessoal)