Foto por Daniel Croce.

A História do Metal foi “re-escrita”!!

No último sábado, um dos grandes eventos que, “marcam” a reabertura de eventos de nome de peso no Brasil e isso aconteceu com o maravilhoso encontro entre Dorsal Atlântica, que até o sábado passado, estava a 24 anos sem pisar em um palco e o Sepultura, que finalmente pode tocar as músicas do maravilhoso Quadra em palco e fomos lá para conferir. Posso deixar aqui bem claro: que senhora noite.

Circo Voador, como é bom retornar a casa que sempre abriu e tratou bem de seu público e dos músicos que ali passam e isso não foi diferente no sábado passado, depois de ter efetuado a credencial para entrada no espaço, a fila era devéras grande, mas, estava indo bem e a exigência de todos, extremamente todos entrarem na casa, mascarados e com o Comprovante de Vacinação contra a COVID-19 em mãos, víamos pela casa placas incentivando o uso de máscaras pelo ambiente e, na saída dos banheiros era visto sempre um grande pote de álcool em gel para o público completar a higienização das mãos.

Antes dos shows começarem, o DJ convidado para a noite foi o lendário Angelo Arede, também conhecido como Zé Pilintra do Gangrena Gasosa, vocalista e o camarada querido detonou vários clássicos do nosso cenário, mantendo o público entretido até a entrada do Dorsal Atlântica, que ocorreu exatamente conforme programado, 21:00h em ponto, Carlos Lopes(Guitarra e Vocal), Bráulio Drummond(bateria) e Alexandre Castellan(baixo) subiram ao lendário palco do Circo e em 1 hora e meia deram aula de um Thrash Metal/Punk/Hardcore raivoso e que mostrou bem o porquê eles existem e seu local na história. Um show incrível, com músicas do mais recente disco Pandemia, algumas do álbum Canudos e 3 clássicos no final da noite foram executados por Carlos Lopes e sua trupe, sendo eles Vorkuta, Caçador da Noite, Metal Desunido e Guerrilha. Sendo que, como o conteúdo das letras da Dorsal Atlântica são completamente políticas e tem um lado correto, o show da Dorsal também serviu como um “alento” para as almas mais preocupadas com o futuro de nosso país, já que, em diversas vezes, frases como HEY BOLSONARO, VAI TOMAR NO C*** e outros gritos contra a atual Presidência Republicana foram entoados, do palco Carlos Lopes bradava com força pelo peito que o Brasil tinha uma solução e ela tinha nome, qual vocês acham que foi o nome dito pelo Sr. Lopes?? Preciso mesmo dizer?? Nesse momento, muitos vieram abaixo, berrando LULA, LULA, foi catártico, pra quem é dessa tendência e visão mundial, para quem não é, possivelmente teve uma aula de história e posicionamento do Underground, pelo menos. Senhor show, banda ímpar em palco, mesmo Carlos Lopes, que agora só usa a Guitarra Bahiana em palco(sim, um “cavaquinho elétrico”, digamos assim), fica visualmente estranho, provavelmente a falta de costume de ver uma guitarrinha daquele “tamanico” em palco, o som até que ficou muito bom e o primeiro show deles valeu a pena.

Setlist do Dorsal Atlântica via Setlist.FM.

Bem, depois dessa destruição em palco, voltamos um pouco com o querido DJ Angelo aquecendo um pouco mais o público presente, aí vem uma das partes mais maneiras que estão acontecendo nos eventos: os reencontros. Tenho que, voltar a falar como é bom reencontrar pessoas em eventos, podem abraçá-las, conversar, sentir de novo que aquele colega querido passou por essa merda, sobreviveu, mas ainda lembrarmos sempre dos que não tiveram a nossa mesma chance, de estar ali e ver a História sendo reescrita, é esse sentimento sempre, mas a alegria está retornando e isso é realmente algo no qual devemos nos agarrar, pois isso está acontecendo porquê temos as vacinas, vamos lá pessoal, vacinem-se, não deixem essa alegria morrer!!

Um tempo depois do Dorsal, som do DJ Angelo rolando, encontros mil começa o barulho que eu lembro do Rock In Rio 2019, o Sepultura vinha aí e vinha com o seu aclamadíssimo Quadra, disco esse que eu mesmo o elegi sendo o melhor de 2020 aqui e mantenho assim, que senhor disco, mas pela primeira vez, essas composições iriam ser testadas pra onde elas foram compostas, no palco e não tinha palco melhor do que o palco do Circo Voador. Isolation foi a escolhida para começar aquela noite e a recepção do público ao Sepultura foi incrível e a banda não poupou, foi um show maravilhoso, a banda está em forma demais, caramba, o som ajudou e muito, estava perfeito!!

Depois de Isolation, veio aquele que poderia ser muito bem um hino: TERRITORY. A galera veio a loucura, o show foi um desfile de músicas do Quadra, lá foram executadas Capital Enslavement, Means To An End, Last Time, a maravilhosa Guardians Of Earth, a instrumental The Pentagram, que no início dela mesmo, o guitarrista Andreas Kisser ainda falou que foi uma das mais difíceis de serem gravadas pela banda, muito por culpa do baterista Eloy Casagrande, que compunha riffs de bateria e dificultou tudo para ele e o baxista Paulo Junior, nesse momento Eloy levanta de seu kit e é fortemente ovacionado pelo público, também, o que esse “menino” tá tocando, pelo amor, fora do normal, tá muito monstro!!

Sendo que eles tocaram Agony Of Defeat, sim, eles tocaram Agony Of Defeat, pra mim é simplesmente a melhor música do Quadra e que sempre que a ouço, as lágrimas chegam, juntinho e ver essa música ao vivo, poutz, foi sensacional e que execução, o gigante Derrick Green não decepcionou e cantou ela de forma magistral. Eu que queria me manter longe do palco para ver tudo e escrever melhor para vocês, nesse momento não consegui, pois me emocionei, fui para frente do palco com um casal de amigos e, literalmente, me esgoelei cantando a música. Essa é a hora que muitos falam: Esse momento foi meu e eu o vivi. rsrsrs.

O set ainda teve outros grandes momentos, como a banda tocando Slaves Of Pain, música do Beneath The Remains que eles não tocam desde 1993, Infected Voice do Arise que também não é executada a anos, Convicted In Life reapareceu no set também, como outras que fizeram da apresentação maravilhosa, mas para fechar a primeira parte do show, Arise e aí amigos, já sabe né, o caos foi instaurado de vez, o Circo Voador virou um Mosh Pit gigante, com pessoas cantando e se debatendo. Pra depois do BIS, o que vocês acham de Ratamahatta e Roots Bloody Roots fechando o show, se o público já estava quente, preciso mesmo dizer que o encerramento foi simplesmente épico? Não né. O Sepultura provou perfeitamente que Quadra é um disco que funciona sim(e funciona muito bem, obrigado) em palco, dentro de um tempo será considerado um clássico e que a banda vive o seu melhor momento. Um sábado perfeito para quem foi ao Circo Voador, o evento foi lindo e como é de costume, deixo aqui meu agradecimento à OnStage Agência por confiar em nosso trabalho e nos permitir fazer essa cobertura, do incrível evento que eles produziram com tanta maestria.

SetList do Sepultura via SetList.FM.

Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce
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Foto por Daniel Croce
Foto por Daniel Croce