Há exatos 40 anos, o KISS, que já vinha perdendo o fôlego conquistado com a retirada das maquiagens em 1983, lançou o álbum que muitos fãs “ouviram com os olhos”.
Com um visual extremamente colorido (há quem brinque que o KISS andou para o Restart correr) e músicas mais aceleradas do que sentimentais, Asylum assustou parte do público desavisado. Mas por trás de tantas cores e purpurina, o que realmente existe?
Lembrando que é uma resenha feita por um “suspeito” para falar da banda mais quente do planeta, então pode rolar uma dose extra de açúcar nos comentários. 😊
Bora ver??
King of The Mountain – Uma das introduções de bateria mais marcantes de Eric Carr já abre a música com o pé na porta. Em seguida, um instrumental potente se junta à voz de Paul Stanley nas alturas. O KISS raramente erra nas faixas de abertura, e aqui temos uma das grandes. Destaque também para o solo de Bruce Kulick. – 5 estrelas
Any Way You Slice It – Descartável. Essa palavra serve tanto para a musica quanto para o que o Gene achava do Kiss na época. Preocupado em fazer filmes ruins, produzir bandas e namorar estrelas, o Demon mal aparecia para cumprir suas obrigações com a banda. A musica em si, como quase tudo feito pelo Gene nos anos 80 é fraca, reta e pouco inspirada. – 2.5 estrelas
Who Wants To Be Lonely – Uma das melhores do KISS. Energia de sobra, refrão chiclete, viradas espetaculares de bateria, solo mágico e um baixo marcante (gravado por Jean Beauvoir, não por Gene). O clipe é tão constrangedor que chega a ser divertido, com garotas quase tendo ataques epiléticos no chuveiro.. Essa é pra por bem alto no som, uma pena nunca ter sido tocada ao vivo pela banda. – 5 estrelas
Trial By Fire – Gene dá as caras! Uma das faixas mais legais cantadas pelo linguarudo nos anos 80. Um respiro merecido depois de três porradas seguidas. Trial tem uma vibe quase dançante, muito mais cadenciada, e conta com um ótimo trabalho de Bruce Kulick (inclusive parceiro de composição de Gene aqui). Refrão bem de rock de arena dos anos 80. Talvez se aparecesse em um momento em que Gene “quisesse mais”, teria tido vida nos sets da banda. – 4.5 estrelas
I’m Alive – Volta a porradaria, porém sem muita qualidade. Não que o Kiss fosse a banda mais virtuosa do mundo, mas aqui ele chega perto de flertar com o speed metal. Apesar disso, não da pra negar que Bruce vai bem demais, e Eric faz o trabalho que o fez ter a injusta fama de “pedreiro”, que bate muito e pensa pouco. – 2.5 estrelas
Love’s A Deadly Weapon – O ponto mais baixo do álbum. Continua a agressividade da faixa anterior, só que ainda menos inspirada. Letra fraquíssima, performance apática de Gene… lembra mais as sobras do Animalize do que o que vinha sendo feito em Asylum. Nem o refrão empolga. O único destaque é novamente Eric Carr, que parece uma locomotiva sem freio atropelando tudo pela frente. – 1 estrela
Tears Are Falling – Um dos maiores clássicos da fase desmascarada da banda. Música perfeita. Paul esquece por um momento todo o exagero típico da época e canta de uma forma simples e emocionante. E falando em emoção, que solo é esse Bruce Kulick? É literalmente ouvir o solo e pronto: a gente fica sem reação e quando percebemos, “tears are falling”!
É um solo que entra pelos ouvidos e atinge diretamente na alma, é das coisas que não se explica muito. Clássico absoluto, dessas pra mostrar pra quem fala que Kiss é só maquiagem e fogos de artifício.
O único ponto baixo é novamente a ausência de Gene, que deixou para Paul Stanley o trabalho de gravar as 4 cordas para esse grande clássico. – Um milhão de estrelas
Secretly Cruel – Novamente Gene baixando a qualidade do disco. Mais uma musica genérica que se aproveita pouco. Dessa vez nem a retaguarda da banda salva muito. Não chega a ser como Love’s a Deadly Wapon, mas chega bem perto de ser tão fraca quanto. – 2 estrelas
Radar For Love – Boa música, mas não muito mais que isso. Eu tenho a impressão de que talvez ela encaixasse mais na proposta do Lick it Up, por ser algo com um traço mais pesado do que rápido. Tem um bom riff, a voz de Paul é excelente como sempre naquela época, apesar da pouca inspiração na letra. Da parte do Starchild, é a menos marcante do disco. – 3 estrelas
Uh! All Night – Meu guilty pleasure do álbum. Tem muito mais gente que detesta do que gente que ama, e eu faço parte da turma menor. Gosto do baixo consistente (novamente sem Gene, e com Jean Beauvoir), da bateria que alterna simplicidade com viradas interessantes, do solo certeiro de Bruce e, claro, da voz sempre afiada de Paul. O clipe é um milagre não ter ido parar no “Piores Clipes” da MTV, mas é tão bizarro que acaba sendo divertido. – 4 estrelas
Não é todo dia que um album comemora 4 décadas de vida, e nem todos os albuns que chegam nessa marca são clássicos absolutos. Asylum é um album prejudicado pela falta de interesse de Gene, que deixou Paul sozinho e sobrecarregado para cuidar da banda enquanto ele ia fazer todas qualquer outra coisa possível no universo Paul, por sua vez, mostrou que conseguia manter o barco no rumo praticamente sozinho. Eric e Bruce vão bem, apesar de eu ainda achar essa fase reta demais.
NOTA: 3 / 5

