“O encerramento épico da The God Machine Tour 2025 em casa, diante dos fãs”

 

Na noite de 19 de dezembro de 2025, o Blind Guardian transformou a Kulturfabrik, em Krefeld, no palco de um encerramento histórico. Além de marcar o fim oficial da The God Machine Tour 2025, o show também simbolizou o início de uma pausa planejada da banda, que entrará em um período de aproximadamente dois anos dedicado a descanso e ao processo de composição e gravação de um novo álbum.

Desde o anúncio, já estava claro que se tratava de uma data especial. Para reforçar ainda mais esse caráter, a banda confirmou um after party oficial, no qual os músicos permaneceriam no local após o show para convivência com o público, fotos e conversas informais — transformando a noite em uma verdadeira celebração entre banda e fãs.

Com as luzes apagadas e a introdução de “War of Wrath” ecoando pela casa, a sensação era de que todos ali sabiam que presenciariam algo único. A entrada com “Into the Storm” e “Blood of the Elves” estabeleceu imediatamente o tom épico da apresentação. Ao longo do show, o Blind Guardian fez uma escolha que elevou o peso histórico da noite: a execução do álbum Somewhere Far Beyond na íntegra.

A decisão foi recebida com entusiasmo absoluto. Faixas como “Time What Is Time”, “Journey Through the Dark” e “The Quest for Tanelorn” soaram ainda mais intensas ao vivo, reforçando a importância do álbum tanto para a carreira da banda quanto para a história do power metal. A execução completa trouxe coesão ao repertório e aprofundou a imersão do público em uma atmosfera épica e nostálgica.

Mesmo dentro desse contexto especial, “The Bard’s Song – In the Forest” teve seu momento de destaque. Mais do que um clássico do Blind Guardian, a música é reconhecida por muitos fãs como o verdadeiro hino do Wacken, transformando a Kulturfabrik em um gigantesco coro em uníssono e reforçando a conexão única entre banda e plateia.

Falar de um show do Blind Guardian é, inevitavelmente, falar de clássicos atemporais. Independentemente da fase ou do conceito, o grupo carrega um repertório que atravessa décadas com naturalidade. Canções como “Valhalla”, “Lost in the Twilight Hall” e “Majesty” resgataram a energia dos primeiros anos, enquanto “Mirror Mirror” conduziu o público ao período mais emblemático da banda, eternizado em Nightfall in Middle-Earth.

No palco, a performance foi irrepreensível. Hansi Kürsch mostrou carisma e potência vocal do início ao fim, enquanto Marcus Siepen e André Olbrich conduziram riffs precisos, equilibrando peso e melodia com absoluta segurança. Os corais e backing vocals, marca registrada do Blind Guardian, ampliaram a grandiosidade do espetáculo e transformaram diversas músicas em verdadeiros hinos coletivos.

Já nos momentos finais, o clima se tornou ainda mais leve e familiar. Entre passagens emocionantes e dramáticas, houve espaço para descontração. Atendendo ao pedido de alguns fãs na grade, a banda executou Barbara Ann”, cantada por todos em uníssono, com a mesma entrega dedicada aos grandes clássicos do repertório — um fechamento espontâneo e divertido para uma noite histórica.

Após o show, a celebração continuou no after party. A presença de Thomen Stauch, ex-baterista e membro fundador da banda, adicionou ainda mais peso emocional ao encontro, reforçando a ligação viva com as origens do Blind Guardian.

Para mim, essa noite teve um significado especial. Além de tudo o que aconteceu no palco, tive a oportunidade de encontrar todos os integrantes da banda e conversar com eles — especialmente com Thomen, um grande amigo. Não foi apenas um grande show: foi um momento histórico, humano e inesquecível.

 

 

Texto e fotos por: Lukka Leite