“Equilíbrio entre o ontem e o hoje”

No início do mês passado, o HB publicou um review sobre o EP “Fatal Grotesque Symbols – Darken Universe”, que serviu como um aperitivo para os fãs do Messiah e que aquela altura, estavam contando os dias para o lançamento do novo disco, o primeiro full álbum em 26 anos – o último foi “Underground” no distante ano de 1994.

E o dia finalmente chegou e já podemos conferir todas as faixas de “Fracmont”, que está sendo lançado pelo selo High Roller Records. A banda é uma legenda do metal extremo mundial, e manter uma line-up clássica após tanto tempo traz uma série de benefícios, como poderemos comprovar conforme nós formos escutando o álbum faixa a faixa.

A introdução com mais de dois minutos chamada “Sacrosanctus Primitivus” é imponente, pois começa com um violão muito destacado e alguns dedilhados. O ritmo ganha corpo com um coro em tom maléfico, enquanto orquestrações começam a surgir. Mas é quando entra a faixa título que a coisa realmente começa a ficar como a escuridão gosta. A música começa densa e arrastada, bumbos potentes e um refrão muito incisivo. Por ser uma faixa longa, mais de nove minutos, os andamentos variam entre a cadência e a velocidade, mas de uma forma muito equilibrada.

O improvável riso de um bebê faz parte da intro de “Mort Al Dente”, que possui um rife que é uma tijolada. A cozinha também foi bem destacada pela produção aparecendo muito limpa. “Urbi Et Orbi” apresenta a assinatura típica do Messiah, que cobre totalmente a atmosfera da harmonia, tornando-a sombria. As variações para as partes ultra rápidas são muito precisas e o solo final, que me pareceu dobrado, deu um realce incrível a música. “Singularity” é pé no fundo e ladeira abaixo com muita velocidade e um show de viradas de Steve Karrer. Não há tempo para respirar e um banger de primeira viagem simplesmente não iria suportar tamanha intensidade, pois essa faixa foi criada só  para pescoços calejados. Há momentos em que todos os elementos se encaixam e quando isso acontece, uma música  como “Children Of Faith” aparece. A versatilidade do Messiah é colocada a prova com uma bela introdução onde todos os instrumentos brilham. E do nada um ritmo em forma de hino sai pelos auto falantes de forma imponente e firme. Que grande momento do álbum é esse.

Dein Wille Geschehe” e “Miracle Far Beyond Disaster” obedecem a linha baixo/bateria em seus andamentos e como é bom ouvir uma banda com a bagagem do Messiah abrir mão de seu arsenal metálico mais uma vez. As quebradas, os rifes, as pontes, ganchos, refrão, se você gosta de musica extrema com intensidade e musicalidade, aqui encontrará tudo o que aprecia.

My Flesh – Your Soul” é o maior exemplo do que uma produção mais contemporânea, mesclada a um estilo consolidado com o de melhor da música extrema da virada dos anos 80 para os 90, pode criar. A essência do Messiah está em cada nota e a canção faz frente a qualquer coisa que tenha sido produzida pela cena extrema atualmente, e o mais importante, em nenhum momento soando datada ou repetitiva.

E fechando “Fracmont” temos ‘Ave Maria’, ops, quer dizer, “Throne Of Diabolic Heretics”, que por alguns segundo em sua intro e no finalzinho,  coloca uma ‘Ave Maria’ bem ao estilo das igrejas, mas depois é a escuridão que reina em outra tijolada e contando com o melhor rife do álbum em minha opinião. Isso sim que é metal extremo meus caros.

O Messiah é uma banda que precisa ser conhecida pela nova geração, pois ela é responsável por contribuições importantíssimas dentro do cenário da música extrema. “Fracmont” tem a responsabilidade de apresentar o Messiah a esse público e dessa forma eles poderão conhecer mais a fundo trabalho desses suíços. E eu não poderia pensar em um trabalho mais adequado para essa missão, pois é um disco que mostra um equilíbrio consistente entre o passado e o presente do Messiah

Tracklist:

  1. Sacrosanctus Primitivus
  2. Fracmont
  3. Mort Al Dente
  4. Urbi Et Orbi
  5. Singularity
  6. Children Of Faith
  7. Dein Wille Geschehe
  8. Miracle Far Beyond Disaster
  9. My Flesh – Your Soul
  10. Throne Of Diabolic Heretics

Messiah:

Brögi – Guitars

Patrick “Frugi” Hersche – Bass

Steve Karrer – Drums

Andy Kaina – Vocals

Fique ligado:

www.facebook.com/MESSIAHthrashingmadnessmessiah1984.bandcamp.com