Dorsal Atlântica #4 – Um Novo Patamar

“UMA APOSTA ALTA COM VISTAS A FUTURO INCERTO”

Para o novo disco a banda decidiu investir em algo mais arriscado, por isso partiu para a gringa onde o álbum seria produzido por um produtor renomado. Straight, lançado em 1997, sem Cláudio Lopes, porém com Ângelo Arede no baixo, que gravou seu primeiro disco fora do país. Uma possível tentativa de conquistar o mercado internacional, ou, de simplesmente romper com os esquemas do mercado fonográfico nacional. Straight – como o nome diz, é um disco direto, pesado e extremamente agressivo. A Dorsal surpreendia aos desavisados com um disco mais orientado para o hardcore “bate-cabeça”. A banda seguia em frente na busca pela diferenciação do grande grupo que sempre foi o metal tupininquin. O disco foi produzido por Paul Johnston, que já trabalhou com nomes como Benediction, Cathedral, Napalm Death, entre outros.

Como dissemos na apresentação, nosso roteiro foi baseado na biografia Guerrilha escrita por Carlos Lopes, fundador da banda, e com ela busca manter sincronia. Porém, um dado interessante atiça nossa curiosidade, a ausência de relato sobre o álbum tributo Omnisciens – Tributo ao Dorsal Atlântica (1996). Trata-se de uma homenagem que contou com 13 (treze) nomes dos mais representativos do cenário nacional. Nele há bandas de todas as regiões do país. Headhunter (BA), Avalon (PI), Restless (DF), Insanity (CE), Decomposed God (PE), Endoparasites (RJ), Genocídio (SP), entre outros. Como fãs, consideramos esta uma das homenagens mais honestas da “era dos tributos” no Brasil e no mundo, visto que poucas bandas nacionais fizeram jus a este tipo de homenagem.

1997, Alexandre Farias assume o baixo e a banda inicia os trabalhos de gravação de uma demo para o sucessor de Straight. No mesmo ano a banda foi convocada para integrar o cast do Monsters Of Rock. Na ocasião, tocaria com as lendas do metal Mundial Slayer e Megadeth.

No primeiro mês do último ano do século a biografia da banda, o livro Guerrilha – A Trajetória da Dorsal Atlântica é lançado.

Paralelamente, por falta de acordo com a gravadora sobre o novo álbum de estúdio, a banda resolve lançar, por conta própria, o seu primeiro registro “ao vivo”, Terrorism Alive (Ér Hab, do hebráico). […] Para este que vos escreve, um disco dessa natureza deve ser como a celebração pelo trabalho realizado. Uma festa pelos anos de trabalho criacional lapidados pelas belezas e asperezas da estrada. E este álbum satisfaz a essas condições indo além. Um registro que conseguiu captar a banda em sua essência, sem aparato técnico, mas com muita emoção. Estive lá e pude presenciar um sujeito tomar de forma truculenta o microfone das mãos de Carlos Lopes para cantar, creio que, “Princesa do Prazer” – não incluída no disco. A despeito da falta de modos do “moço” em questão, é de surpresas como essa que se constrói a carreira de uma banda underground. Sem romantismos nem overdubs, mas com profissionalismo e entrega, – coisa que a banda tem de sobra! […] Detalhe: o encarte do CD contém o depoimento muito legal de um fã, que conta sua saga para ver a Dorsal naquele insólito 18/09/98.

> Texto originalmente publicado no blog Esteriltipo. [Edição Revisada]

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