A experiência que vai muito além de um Festival de Metal
A Bélgica é famosa pelos seus chocolates e waffles, mas em Kortrijk, de 7 a 10 de agosto de 2025, se transformou no palco de uma experiência épica e sonora: o Alcatraz Metal Festival. Milhares de fãs de todas as idades se reuniram para viver quatro dias de música pesada, inclusão e comunidade, provando que um festival pode ser grandioso sem perder o calor humano. Para quem gosta de combinar turismo e música, a proximidade de Gent e Brugge, duas das cidades mais bonitas da Europa, torna a experiência ainda mais completa: é possível curtir shows intensos e, entre eles, explorar a beleza histórica e cultural da região.
Ao chegar, a primeira visão é a réplica de 19,5 metros da torre de vigia de Alcatraz, imponente e dominante, anunciando que o festival é muito mais que música: é uma narrativa imersiva de prisão e metal. Palcos bem distribuídos, iluminação estratégica e projeções visuais criam atmosferas que variam do sombrio ao épico, enquanto o Metal Market gigante oferece discos, vinis, merchandising das bandas e lembranças, tudo com atenção à sustentabilidade.
O Alcatraz não é apenas sobre os grandes nomes do metal. O festival distribui ingressos gratuitos para a comunidade local e apoia bandas belgas, oferecendo espaço nos palcos com a mesma importância que as bandas Mainstream. A valorização da cena local é evidente: bandas como Comgress e Whatever it Takes dividem os palcos e recebem atenção e respeito equivalentes aos headliners internacionais.
Tivemos o prazer de realizar entrevistas exclusivas com essas duas bandas locais, além da incrível banda Evergrey, destaque da cena internacional. Em breve, essas entrevistas estarão disponíveis aqui no Headbangers Brasil, assim como a nossa entrevista com Bernard De Riemacker, gerente de imprensa do festival. Em breve também será publicada a matéria fotográfica “As Faces do Alcatraz”, que mostra um pouco do incrível e diversificado público e staff que tornam este festival possível.

O camping, aberto desde quinta-feira, 7 de agosto, é um universo à parte. Com barracas tradicionais, lodges, motorhomes, áreas especiais para motociclistas e o luxuoso Eagle Plaza, o espaço é confortável e funcional. Destaque para a área de convivência, ponto de encontro que combina espreguiçadeiras, tomadas para recarregar dispositivos, barracas de comida variadas, mini mercado e merchandising, criando um ambiente prático e acolhedor. Banheiros com descarga e chuveiros 24h completam a infraestrutura, e seções exclusivas para PCD e seus acompanhantes mostram que a inclusão é parte essencial do festival.

Dentro do festival, a área zen se destaca: luzes coloridas, estátuas de Buda, bambus e placas convidativas criam um ambiente acolhedor e intimista. “Está cansado e precisa relaxar? Tire uma soneca no jardim”, lê-se em uma das placas, transformando o espaço em um refúgio de calma em meio à energia intensa da música. Além disso, a facilidade de locomoção entre os palcos permite chegar a qualquer ponto do festival rapidamente, aproveitando cada show sem contratempos.
A aventura musical começa na quinta-feira, com Overkill, Frog Leap, Evil Invaders, Exhorder e Warbringer, acompanhados de bandas locais como Belgian Quo Band, Liliac, Sister May, Room 13 e tributos a Motörhead e Ramones. O público, de todas as idades, vibra junto, provando que o metal é universal e inclusivo.
Sexta-feira, 8 de agosto, é marcada por surpresas e momentos lendários. Extreme aquece o público antes de Doro Pesch — a Rainha do Metal — assumir o palco com presença magnética. Avatar e Wolfmother seguem com riffs precisos, preparando o terreno para Nailbomb, que despeja peso industrial em cada esquina da Swamp Stage. A verdadeira joia do dia é Myrath, da Tunísia: uma fusão de metal progressivo e música árabe que hipnotiza e emociona. Evergrey, destaque da cena progressiva, impressiona técnica e emocionalmente. Entre os headliners, nomes como Obituary, The Black Dahlia Murder, Suffocation, Vader, Psycroptic, Baest, Mammoth Grinder e Signs of Algorithm completam um mosaico de brutalidade, técnica e intensidade.

O sábado, 9 de agosto, eleva a grandiosidade do festival. Kreator, Mastodon, W.A.S.P. e Phil Campbell & the Bastard Sons dominam os palcos, enquanto Wind Rose e bandas de doom, stoner e black mergulham a plateia em atmosferas densas e cinematográficas. Entre elas, Snot, 3 Inches of Blood, Blaze Bayley, Abbath, Dark Angel, Hypocrisy, Dying Fetus, Me and That Man, Winterfylleth, In Aphelion, Chemicide mostram a diversidade do metal extremo. Cada palco conta sua própria história: Swamp Stage é fúria, Helldorado Stage é versatilidade, La Morgue Stage é intimidade. À noite, a discoteca El Presídio explode em luzes e música, reunindo fãs para dançar até a madrugada.
O domingo, 10 de agosto, fecha o festival com intensidade total. Machine Head, Dimmu Borgir, Emperor, Michael Schenker, Kerry King e Fear Factory dominam, seguidos por Forbidden, D:A:D, Flotsam and Jetsam, Majestica, Static-X, Fu Manchu, Prong, Ill Nino, Dope, Gutalax, Congress, Bark, Whatever it Takes. Cada palco oferece narrativa própria, e o público, diverso e unido, prova que o Alcatraz é inclusivo e acolhedor, com pessoas de todas as idades compartilhando a mesma experiência intensa.
Entre shows, o público encontra tempo para descansar, recarregar e trocar histórias nas áreas de convivência do camping ou na área zen dentro do festival, enquanto saboreia a gastronomia variada: food trucks oferecem desde pratos típicos belgas até opções internacionais, garantindo energia para curtir cada minuto.
O Alcatraz 2025 se mostrou mais que um festival: foi uma narrativa viva, onde palcos grandiosos, shows intensos, discoteca El Presídio, áreas zen de relaxamento, camping impecável, gastronomia, facilidade de locomoção, público apaixonado de todas as idades, valorização das bandas locais e integração com a comunidade se encontraram em perfeita harmonia. Entre surpresas musicais, momentos épicos e detalhes pensados com cuidado, saímos maravilhadas, certos de que o festival se consolidou como uma lenda do metal europeu. Se uma palavra pudesse resumir a experiência, essa palavra seria encanto.
Um agradecimento especial aos queridos Bernard De Riemacker por nos receber de forma tão atenciosa em seu festival – e pela honra de ter sido a única mídia brasileira escolhida para estar presente no Alcatraz e ao Mike De Coene da Harlife Promotion por nos disponibilizar suas bandas para entrevista. Nós certamente adoramos tudo no Alcatraz e estamos ansiosos para continuar essa parceria nos anos seguintes!
Texto por Cindy Seidel e Cammy Marino









