Sexta feira passada, a maravilhosa e incansável Tomarock Produções nos trouxe mais uma vez o maior expoente do cenário do Rock n´Roll Nacional, lançando seu novo disco, Perpétuo (resenha aqui), o Black Pantera chegou e cravou o seu disco, não somente em nossos corações, mas como foi protagonista de uma noite lendária no Rio.

Em uma noite no qual o Heavy Beer, bar já clássico do Rio de Janeiro, ficou lotado, com mais de 300 pessoas na casa, para ver o “baile”, o evento que foi maravilhosamente bem produzido pela Tomarock, contou com o apoio de luxo do Simetria Zero, Facing Fear e Pavio, que fizeram concertos de abertura maravilhosos!!

Vamos começar pelo Simetria Zero, banda de Metalcore de competência e qualidade musica ilibadas, a banda foi a primeira a aquecer o palco e o público. Oriudos da Zona Oeste Carioca, pra ser mais exato, de Bangu, a banda vem com força, tocando suas composições e mostrando o porquê ali estava, com um Metalcore redondo e vocalistas (sim, vocalistas) de muita força, a banda fez uma apresentação bem positiva, muito boa e aqueceu uma boa parte do público que lá estava. Ponto alto pra mim da banda foram os vocalistas, que me lembrou muito o design de voz do Despised Icon, tenho, quase certeza, que essa banda deve ter sido uma grande influência pra eles. Independente, ouvir essa banda faz bem, eu particularmente curti muito tudo o que eu vi deles em palco.

Logo após o Simetria Zero, veio o Facing Fear e seu Metalzão Tradicional, que não deixa nada a dever a grandes nomes desse cenário no nosso país e o irreverente Terry Painkiller, “Dantas Fear” e sua trupe fazem um baita show, tocando músicas de sua carreira e explorando o seu mais recente disco, Marginal Metal, que foi lançado em 2022 e é incrível como a banda arrasta público, pois o bar estava mais cheio e uma boa parte do público presente parou para prestar atenção na apresentação da banda, que teve boas canções, Terry anunciando promoções de mercado e fazendo diversas piadas e todo o “mise en scene” do estilo, um show muito bom e competente dos Cariocas.

Logo depois do Metalzão Classe A, teríamos no palco do Heavy Beer, o Pavio e aqui o lance é direto e reto, um Hardcore sem dó e nem piedade de nada e nem ninguém e a banda não perdoou, apresentando em seu repertório suas canções mais fortes, como Execução Sumária Sem Anistia, por exemplo, que levantaram o público de uma forma única e o clássico mosh-pit foi aberto com sucesso e o público caiu dentro com força, um show enérgico e muito bom de uma banda já experimentada e com uma formação maravilhosa. No final, ainda teve a participação de Paschoal, vocalista do Cervical, outra clássica do Hardcore Carioca e deixou o show do Pavio ainda melhor, destaque sempre pra baterista Cynthia Tsai que meus amigos, a pequena desce a madeira sem dó e nem piedade em seu kit, uma monstra!!

Então, sem mais delongas, os donos do baile sobem ao palco para desfilar grandes canções de sua carreira, canções essas no qual já caíram na boca do povo, como diz o velho ditado Nacional e o Black Pantera merece todo o respeito, mesmo já arrastando um número considerável de pessoas por onde eles tem passado, a banda decide não abandonar o Underground e retorna pouco menos de um ano depois ao Heavy Beer (saiba mais aqui) e, mais uma vez, arrasta uma galera e faz um show que, sem sombra de dúvidas, melhorou muito com a adição das faixas de Perpétuo.

Charles e Chaene da Gama (guitarra, baixo e vocais) e o amigo deles de longa data, Rodrigo Pancho (bateria) estão cada vez mais entrosados e tocam tantas canções que o show foi dominado não somente pela banda, mas muito pelo público, que em plenos pulmões cantou todas as músicas da banda, participou do show, pulando, agitando e respondendo ao Black Pantera de forma uníssona, elevando aquela apresentação inteira a um momento de catarse inegavelmente emocionante, principalmente quando a banda homenageia as mães e a mãe dos Irmãos Da Gama, ao tocar Tradução, música que eu reparo emocionar, profundamente, uma boa parte do público, um show irretocável, que, prova que o Rock Nacional vive muito bem (obrigado) e tem bandas no qual irão carregar essa bandeira da rebeldia e da contramão social com maestria e força. Sempre deixo aqui meu agradecimento ao pessoal da Tomarock Produções, que nos acolhe sempre com muito carinho, nos permitindo entregar esse texto para vocês e ao pessoal do Heavy Beer, que sempre atende a todos muito bem.

FOTOS POR ADRIANA DE ALMEIDA E IAN DIAS