Essa é uma ótima cobertura para ser escrita, já que, nesse festival, particularmente, um ciclo se fecha, já que, o último show que eu vi antes da loucura pandêmica no qual vivemos, foi exatamente o lançamento do Obedientia, o mais recente  disco lançado pelos “Black Mettalers” Cariocas do DarkTower. E aqui estamos, três anos depois, dois anos dentro da loucura isoladora e desoladora no qual vivemos, mais uma vez, celebrando um local, que recebeu grandes eventos e que mais uma vez nos recebe de braços abertos e, foi exatamente assim.

Retornar ao Sport Club Mackenzie, no Méier, bairro da Zona Norte Carioca foi um “choque”, mas no bom sentido, pois ali tanta coisa já tinha rolado e rever a casa, gradativamente enchendo, para mais uma vez receber um evento de Metal é muito satisfatório e assim foi nesse maravilhoso domingo, 22 de Maio desse insano ano.

A primeira banda no qual iria se apresentar seria o Far Beyond Empire, banda relativamente “nova” do cenário, e que executa um ótimo Death Meta Melódico, a banda é muito promissora e tem um show incrível, arrebatador, mas eu tenho alguns pontos, um deles é no visual da banda, já que o vocalista tem toda uma preparação, ele se maquia de uma forma diferente, com um certo tipo de “warpaint” e uns cintos pelo corpo, o que acaba destoando um pouco do resto da banda, esse é um ponto de vista que eu tive, mas a música desses caras é ótima, tocando um set com alguns singles e músicas do seu disco Sleepwaling Society, a banda está vindo aí com tudo e que, com certeza, merece toda a nossa atenção e eles abriram o evento, que senhora abertura.

Logo após o Death Metal Melódico do Far Beyond Empire, iríamos testemunhar o Innocence Lost, banda de Prog Metal que é capitaneada pela incrível voz da simpaticíssima vocalista Mari Torres e sua trupe, que é um show a parte. A banda veio com tudo, mostrando composições maravilhosas e músicas com uma inspiração ímpar e tecnicalidade ainda maior, a banda nos demonstrou que, o Rio de Janeiro tem um cenário incrível e complatamente pronto para ganhar esse mundo, mais uma vez o Innocence Lost fez um show incrível, a Mari está cantando ainda mais do que a última vez que a vi em palco, a banda completamente entrosada e transpirando qualidade. Ouçam e ao terem a chance, vejam pois não irão se arrepender, em nada.

Partiu pra brutalidade, bora?? Gutted Souls amigo, com eles o Death Metal não tem desenrolo, os caras são brutos desde sempre, isso se prova com seu debut lançado, The Illusion Of Freedom e seguindo as músicas do disco e como  a banda se porta em palco, meu amigo, é pancada atrás de pancada e são canções que não perdoam nenhum singelo “pescocinho” parado vendo a sua apresentação, Iron Junior, o vocalista, tem um gutural maravilhoso e o baixista Elias Oliveira(ou poderia apelidá-lo como Alex Webster Carioca) mostra como pode um baixo fazer uma tremenda diferença e ele com o seu fretless em palco são um show a parte, com um som maravilhoso, já Iron, que também não tem “papas nas línguas” e nem medo de se expor, já sobe em palco com Fogo nos Racistas no peito, ou seja, recado já tá dado né. Obrigado, de nada… Mas, piadas a parte, mais um show destruidor dessa banda incrível e que merece logo um disco novo e uma tour monstruosa por esse país.

A partir daqui amigo, o negócio ficou pesado, ficou rasteiro pra caralho, já que quem subiria ao palco era o Ágona, banda que faz um Metalcore pra lá de denso e pesado e que, as suas apresentações são sempre lotadas de energia, mensagens politizadas e muito necessárias, para o infeliz momento no qual estamos passando e com o seu último disco lançado em 2019, o Antropo, a banda nos mostrou o que já sabemos, extremamente competentes, entrosados e músicos acima da média, o Ágona fez como sempre, um show denso e é sempre notável de comentar a postura insana de palco do vocalista Alan Muniz, que não se mantém parado um simples minuto, se movimentando e se comunicando muito bem com o público enquanto seus comparsas detonam as composições oriundas dos seus discos Antropo Homo Grotescus, de forma ímpar e não deixando também de agitar e proporcionar um show acima da média, como sempre é com o Ágona.

Bora falar do grande nome da noite, mas antes, uma homenagem. O Sport Club Mackenzie ficou muito conhecido no Underground Carioca, por conta das produções da extinta Rio Metal Works e que nelas, tínhamos um dos produtores, que também atuava como Apresentador, um Mestre de Cerimônias, anunciando cada banda que subiria naquele palco e ele foi lembrando, Adam foi o responsável por “acender a chama” do que seria o show do DarkTower; a banda que, ainda tem muito local para conquistar, no Brasil e no mundo. O úlitmo show que tinha visto deles foi no Rock Experience e lançando o maravilhoso Obedientia, disco hoje com três anos de lançado, músicas incríveis com a faixa título, God Above Nothing entre outros clássicos que a banda tem em sua carreira e meus queridos leitores, o DarkTower não deixa de nos entregar um show ímpar, sempre. Teve um momento em que o vocalista Flávio Gonçalves falou sobre o caos vivido por todos nós e ainda homenageou aqueles que, infelizmente, se foram durante, momento de emoção, pois todos perdemos alguém e, me perdoem o momento de emoção, mas me lembrei de um querido amigo que, se não tivesse perecido para a Covid-19 lá estaria, até reclamando, mas estaríamos rindo. Passando esse momento, músicas maravilhosas foram tocadas, englobando toda a carreira da banda e foi simplesmente mágico, um show como sempre incrível, com a banda inteira agitando muito e se movimentando maravilhosamente bem, mostrando simpatia, presença e muito, mas muita competência em executar suas incríveis composições.

Queridos, uma noite sensacional, daquelas no qual não tem como você coloca algum defeito ou mesmo citar um ponto ruim aqui ou ali, impossível, amigos, boa música e ver de novo um local e um “cenário” ressurgindo, depois de anos parado, com shows de qualidade, bandas ímpares e uma produção impecável, já que, tudo correu ali, dentro do esperado, não tenho como finalizar essa cobertura elogiando e muito a Tomarock Produções pela coragem e perseverança no Underground Carioca, vocês são muito importantes por manterem o sentimento vivo na cidade e obrigado por nos permitirem fazer essa cobertura para vocês e também agradecer, e muito, aos cliques, todos eles, oriundos da belíssima visão de Gustavo Maiato, muito obrigado. Nos vemos no próximo, com certeza!!