No caminho certo

O Eleine é mais uma banda que vem do intenso e muito representativo círculo sueco, pois não é possível negar o sucesso de bandas como Sabaton e Amaranthe, com a nova geração de apreciadores dentro do universo da música pesada. E é seguindo o caminho de seus compatriotas que o Eleine dá mais um passo em sua ainda curta carreira com o lançamento de “Dancing In Hell”, via o selo Black Lodge Records.

Em relação ao seu último trabalho, o EP “All Shall Burn” de 2019, percebe-se que o conjunto liderado pela vocalista Madeleine Liljestam e o guitarrista Rikard Ekberg, apostou em aumentar a pressão atmosférica em seu som habitual, criando assim uma massa sonora mais compacta, mas sem abrir mão da modernidade. O contra ponto entre as vozes de Madeleine e os rosnados de Rikard se encaixam perfeitamente na proposta do Eleine, como vamos verificar faixa a faixa agora mesmo.

Enemies” mostra a densidade que eu citei a pouco muito bem alinhada com orquestrações atuais e os vocais limpos de Madeleine. Essa receita vai funcionar perfeitamente com essa nova geração de fãs, ávidos por sons ásperos e melódicos em uma perfeita simbiose. A faixa título possui um andamento doom com doses de orquestrações muito bem encaixadas. Aqui os duelos entre os cantores tomam proporções épicas graças á condução imponente do instrumental. “Ava Of Death” foi um dos singles lançados antecipadamente e é uma canção forte com pitadas de gothic metal, e muito ambiciosa no seu propósito de encantar o ouvinte – objetivo esse alcançado, obviamente.

O cinematográfico instrumental de “Crawl From The Ashes” serve como base para uma das melhores interpretações de Madeleine, que mostra versatilidade e alcance vocal. As linhas sólidas nos arranjos são envolventes, principalmente as oferecidas pelo duo baixo/bateria. Um incisivo rife comanda “As I Breathe” e um andamento muito vivo é oferecido ao ouvinte de forma direta. A ponte/refrão ganha em emoção com o coro de fundo, mas o peso predomina. A calmaria do início de “Memoriam” não dura muito com o Eleine despejando coros em segundo plano e um instrumental muito detalhado e original.

Where Your Rotting Corpse Lie (W.Y.R.C.L)” soa fúnebre com coros, rifes e pedal duplo apresentando o caminho a ser seguido. Os encaixes dos vocais, limpos e rosnados, se misturam com a melodia e o resultado é dos melhores. Já “All Shall Burn” pode ser o exemplo da modernidade adotada pela banda que eu já citei anteriormente, com seus destacados vocais limpos e o refrão melódico.  “Die From Within” tem um solo inicial em meio as orquestrações muito bem utilizado. Mesmo com o ganho de intensidade a canção ainda se parece com uma mid-balad, principalmente devido a interpretação emotiva de Madeleine.

Um delicado piano nos traz “The World We Knew”, que por pouco mais de um minuto e meio acalma por completo todo o ambiente, até que as fortes orquestrações de “Die From Within” em sua versão sinfônica nos ofereça uma peça digna de um teatro de época, com todos os elementos que uma estória necessita para criar vida e contar sua mensagem.

O estilo symphonic metal possui grandes nomes, muitos deles consagrados, mas ainda assim é incrível sua capacidade de renovação. Ao ouvir “Dancing In Hell”, a sensação é que estamos apreciando uma banda veterana e não uma com pouco mais de cinco anos de idade, e que só agora chega ao seu terceiro Full-length. Altamente recomendado aos fãs e apreciadores do estilo.

Nota: 4/5

  1. Enemies
  2. Dancing In Hell
  3. Ava Of Death
  4. Crawl From The Ashes
  5. As I Breathe
  6. Memoriam
  7. Where Your Rotting Corpse Lie (W.Y.R.C.L)
  8. All Shall Burn
  9. Die From Within
  10. The World We Knew
  11. Die From Within – Symphonic Version

 

Eleine:

Madeleine Liljestam – Vocals

Rikard Ekberg – Guitar, vocals

Jesper Sunnhagen – Drums

Anton Helgesson – Bass

 

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