Machine Head, um dos grandes ícones do “Metal Moderno” retornou ao Brasil nesse ano, em uma tour chamada An Evening With Machine Head, no qual a banda prometia um set bem extenso e com algumas surpresas e assim aconteceu. Foi a primeira vez no qual o Machine Head passaria pelo Rio de Janeiro, no sábado, 28 de Outubro e isso deixou a apresentação, em um sábado à noite, no mítico Circo Voador ainda melhor e iremos contar-lhes como foi essa noite.
Esse sábado, completamente atípico no Rio, já que, tivemos no Circo Voador o show do Machine Head, na Fundição Progresso (logo ao lado do Circo), o show do Planet Hemp, no “Engenhão” (Estádio Nilton Santos) a apresentação do Roger Waters (confira como foi aqui), além de outros eventos, foi um dia extremamente abafado e que prometia demais e a chegada ao local provou que a noite prometeria e muito, já que encontrei com pessoas vindas de Juiz de Fora (MG), Salvador e cidades mais afastadas do Estado, como Itaperuna e Resende.
Depois de retirarmos a nossa credencial, uma das coisas no qual eu vi em palco foi um par de microfones apontados para o palco, será que, em um futuro próximo, teremos um disco ao vivo vindo?? Fica a pergunta. Bem, a casa abriu pontualmente às 20:00hr e o show teve pontual início às 21:00hr e o Machine Head não estava pra brincadeira mesmo, já que o maravilhoso set, com mais ou menos 20 músicas, em show de 2:30hr de duração e não irei mentir, a emoção tomou conta desse que vos escreve, já que, permitam-me abrir meu coração a vocês, queridas e queridos no qual nos acompanham. Ver o Machine Head sempre foi um sonho deste que vos fala e estar vendo a banda, em sua cidade, pela primeira vez foi um motivo de forte emoção, então preparem-se para palavras bem emocionadas.
A banda abriu o show com a clássica Imperium, do Throught The Ashes Of Empire e um grande Circle Pit se formou no Circo Voador e esse que vos fala, depois de anos fora de um, pra lá foi!! A execução dessa, como de todas as músicas do set foram impecáveis, mantenham isso em mente. O show já começou quente e o Machine Head queria ainda mais, executando na sequência mais um clássico, mais uma pedrada, Ten Ton Hammer e me mantive no circle pit, ainda mais ensandecido do que o normal, que música, que performance em palco da banda, Robb Flynn e seus correligionários foram ímpares em todo o show.
Na sequência Now We Die é executada e logo depois, outro grande som, The Blood The Sweat The Tears foi executada e o público, mais uma vez foi a loucura, bem como esse que vos fala, que retorna para o Circle Pit com a execução dessa música, bem como pela empolgação e memória afetiva de tanto ouví-la em meus tempos mais “joviais”. A primeira do novo disco, Of Kingdom And Crown rola e Unhallowed foi muito bem recebida pelo público presente, que esteve sempre em conexão direta com a banda, fazendo o show ainda melhor e aí veio um pequeno momento de relax, com None But My Own, que tem uma parte mais calma e depois Robb anuncia a inclusão de uma música no qual a muito tempo não tocam e senhoras e senhores, Take My Scars, do clássico Burn My Eyes é executada, levando diversos fãs no local (eu fui um) ao delírio em ouvir essa música e logo depois dela, Locust, que foi absurda ao vivo, Robb nela demostrou um domínio ainda maior de seu vocal, ele tá cantando muito bem e aí eles executam a alegre e ainda mais festeira Is There Anybody Out There? rolou e foi muito legal, muito mesmo. Vale destacar demais como Robb Flynn é comunicativo com o público, mantendo a casa sempre em sua mão, ele é um ótimo frontman, incrível mesmo!
Mais uma do disco novo é executada, No Gods No Masters e vem o momento no qual eles anunciam que iriam tocar um Cover e Robb Flynn começa um bate papo com a galera, falando que tinham 4 canções para escolhermos uma, Metallica com Whiplash, Iron Maiden com Hallowed Be Thy Name, Slayer com Seasons In The Abyss e Blink-182 com All the Small Things, o público foi reagindo de forma bem clara à escolha do Slayer e quando Robb fala do Blink, é nítida a negação, mas, em um momento hilário, eles tocam um trecho de All The Small Things, todos rimos, incluindo eles em palco e aí, Slayer e amigos, execução primorosa, foi sensacional. Uma sequência avassaladora com Old e Aesthetics Of Hate é tocada e eu retorno pro circle pit, que diversão. Mais uma do disco novo é executada e aí a banda sai de palco e Vogg faz o seu solo, muito bom por sinal e aí vem um mometno extremamente emotivo do show, a música a ser executada é Darkness Within, mas Robb retorna ao palco com o violão e nos fala que aquela música foi composta em um momento triste de sua vida e que a música o ajudou a sair dele, nesse momento ele pediu para que guardássemos nossos telefones e fossemos com a canção para uma viagem e, pelo menos, eu o fiz e foi, de longe, a melhor decisão, pois ela realmente nos levou a um momento de catarse coletiva, aonde alguns (como eu) choraram, outros simplesmente foram com a banda, diversas reações poderiam ser vistas, eu me emocionei ainda mais.
Depois desse momento, Catharsis rola e fica aqui meu desabafo, esse é o único disco da banda no qual eu não curto, mas a música ao vivo funcionou bem, depois dela, mais um clássico, From This Day e aí amigos, Robb Flynn faz uma festa, distribuindo copos de cerveja, fazendo um som típico de um “sambinha” e tal, jogando copos de cerveja para os lados. Foi engraçado, por quê ele fazia esse barulho e (como aconteceu todas as vezes), o pessoal deixava o copo e seu líquido caírem, então Robb falava: “Ow, no VAI CA****** for you” (entenderam né?), esse momento foi muito divertido, para todo mundo.
Logo depois dssa festa toda, vem ela, aquela que poderíamos considerar uma das músicas a qual redefiniram o Thrash Metal Mundial, a música que faz o Machine Head ser quem é e Davidian é executa e queridas e queridos, ouvir aquele riff ao vivo é algo de outro mundo, lembro que quando começou, logicamente, esse simples “contador de história” já estava posicionado e ensandecido (mais uma vez), para o circle pit e o riff era executado e cada pelo de meu corpo se arrepiada de acordo, ao começar, já era, o Circle Pit explodiu e eu estava ali, vivendo aquilo tudo, foi simplesmente fora do normal ouvir aquela canção ao vivo, ir pra “roda” nela, foi incrível e para encerrar o show, Halo foi executada e foi um belíssimo encerramento, aonde a banda, pela última vez brincou com o público e pela última vez, pelo menos naquela noite, se comunicou. Depois disso posso falar que ver o Machine Head, pelo menos para esse que vos fala, foi uma experiência catártica e única, um momento no qual eu jamais esquecerei e por isso, quero agradecer imensamente à Honorsounds, Onstage Agência pela credencial e por nos permitir trazer esse humilde relato de um Jornalista e ao mesmo tempo, apaixonado pela banda, obrigado.
TODAS AS FOTOS POR ADRIANA DE ALMEIDA