A História do Metal foi “re-escrita”!!
No último sábado, um dos grandes eventos que, “marcam” a reabertura de eventos de nome de peso no Brasil e isso aconteceu com o maravilhoso encontro entre Dorsal Atlântica, que até o sábado passado, estava a 24 anos sem pisar em um palco e o Sepultura, que finalmente pode tocar as músicas do maravilhoso Quadra em palco e fomos lá para conferir. Posso deixar aqui bem claro: que senhora noite.
Circo Voador, como é bom retornar a casa que sempre abriu e tratou bem de seu público e dos músicos que ali passam e isso não foi diferente no sábado passado, depois de ter efetuado a credencial para entrada no espaço, a fila era devéras grande, mas, estava indo bem e a exigência de todos, extremamente todos entrarem na casa, mascarados e com o Comprovante de Vacinação contra a COVID-19 em mãos, víamos pela casa placas incentivando o uso de máscaras pelo ambiente e, na saída dos banheiros era visto sempre um grande pote de álcool em gel para o público completar a higienização das mãos.
Antes dos shows começarem, o DJ convidado para a noite foi o lendário Angelo Arede, também conhecido como Zé Pilintra do Gangrena Gasosa, o vocalista e o camarada querido detonou vários clássicos do nosso cenário, mantendo o público entretido até a entrada do Dorsal Atlântica, que ocorreu exatamente conforme programado, 21:00h em ponto, Carlos Lopes(Guitarra e Vocal), Bráulio Drummond(bateria) e Alexandre Castellan(baixo) subiram ao lendário palco do Circo e em 1 hora e meia deram aula de um Thrash Metal/Punk/Hardcore raivoso e que mostrou bem o porquê eles existem e seu local na história. Um show incrível, com músicas do mais recente disco Pandemia, algumas do álbum Canudos e 3 clássicos no final da noite foram executados por Carlos Lopes e sua trupe, sendo eles Vorkuta, Caçador da Noite, Metal Desunido e Guerrilha. Sendo que, como o conteúdo das letras da Dorsal Atlântica são completamente políticas e tem um lado correto, o show da Dorsal também serviu como um “alento” para as almas mais preocupadas com o futuro de nosso país, já que, em diversas vezes, frases como HEY BOLSONARO, VAI TOMAR NO C*** e outros gritos contra a atual Presidência Republicana foram entoados, do palco Carlos Lopes bradava com força pelo peito que o Brasil tinha uma solução e ela tinha nome, qual vocês acham que foi o nome dito pelo Sr. Lopes?? Preciso mesmo dizer?? Nesse momento, muitos vieram abaixo, berrando LULA, LULA, foi catártico, pra quem é dessa tendência e visão mundial, para quem não é, possivelmente teve uma aula de história e posicionamento do Underground, pelo menos. Senhor show, banda ímpar em palco, mesmo Carlos Lopes, que agora só usa a Guitarra Bahiana em palco(sim, um “cavaquinho elétrico”, digamos assim), fica visualmente estranho, provavelmente a falta de costume de ver uma guitarrinha daquele “tamanico” em palco, o som até que ficou muito bom e o primeiro show deles valeu a pena.
Setlist do Dorsal Atlântica via Setlist.FM.
Bem, depois dessa destruição em palco, voltamos um pouco com o querido DJ Angelo aquecendo um pouco mais o público presente, aí vem uma das partes mais maneiras que estão acontecendo nos eventos: os reencontros. Tenho que, voltar a falar como é bom reencontrar pessoas em eventos, podem abraçá-las, conversar, sentir de novo que aquele colega querido passou por essa merda, sobreviveu, mas ainda lembrarmos sempre dos que não tiveram a nossa mesma chance, de estar ali e ver a História sendo reescrita, é esse sentimento sempre, mas a alegria está retornando e isso é realmente algo no qual devemos nos agarrar, pois isso está acontecendo porquê temos as vacinas, vamos lá pessoal, vacinem-se, não deixem essa alegria morrer!!
Um tempo depois do Dorsal, som do DJ Angelo rolando, encontros mil começa o barulho que eu lembro do Rock In Rio 2019, o Sepultura vinha aí e vinha com o seu aclamadíssimo Quadra, disco esse que eu mesmo o elegi sendo o melhor de 2020 aqui e mantenho assim, que senhor disco, mas pela primeira vez, essas composições iriam ser testadas pra onde elas foram compostas, no palco e não tinha palco melhor do que o palco do Circo Voador. Isolation foi a escolhida para começar aquela noite e a recepção do público ao Sepultura foi incrível e a banda não poupou, foi um show maravilhoso, a banda está em forma demais, caramba, o som ajudou e muito, estava perfeito!!
Depois de Isolation, veio aquele que poderia ser muito bem um hino: TERRITORY. A galera veio a loucura, o show foi um desfile de músicas do Quadra, lá foram executadas Capital Enslavement, Means To An End, Last Time, a maravilhosa Guardians Of Earth, a instrumental The Pentagram, que no início dela mesmo, o guitarrista Andreas Kisser ainda falou que foi uma das mais difíceis de serem gravadas pela banda, muito por culpa do baterista Eloy Casagrande, que compunha riffs de bateria e dificultou tudo para ele e o baxista Paulo Junior, nesse momento Eloy levanta de seu kit e é fortemente ovacionado pelo público, também, o que esse “menino” tá tocando, pelo amor, fora do normal, tá muito monstro!!
Sendo que eles tocaram Agony Of Defeat, sim, eles tocaram Agony Of Defeat, pra mim é simplesmente a melhor música do Quadra e que sempre que a ouço, as lágrimas chegam, juntinho e ver essa música ao vivo, poutz, foi sensacional e que execução, o gigante Derrick Green não decepcionou e cantou ela de forma magistral. Eu que queria me manter longe do palco para ver tudo e escrever melhor para vocês, nesse momento não consegui, pois me emocionei, fui para frente do palco com um casal de amigos e, literalmente, me esgoelei cantando a música. Essa é a hora que muitos falam: Esse momento foi meu e eu o vivi. rsrsrs.
O set ainda teve outros grandes momentos, como a banda tocando Slaves Of Pain, música do Beneath The Remains que eles não tocam desde 1993, Infected Voice do Arise que também não é executada a anos, Convicted In Life reapareceu no set também, como outras que fizeram da apresentação maravilhosa, mas para fechar a primeira parte do show, Arise e aí amigos, já sabe né, o caos foi instaurado de vez, o Circo Voador virou um Mosh Pit gigante, com pessoas cantando e se debatendo. Pra depois do BIS, o que vocês acham de Ratamahatta e Roots Bloody Roots fechando o show, se o público já estava quente, preciso mesmo dizer que o encerramento foi simplesmente épico? Não né. O Sepultura provou perfeitamente que Quadra é um disco que funciona sim(e funciona muito bem, obrigado) em palco, dentro de um tempo será considerado um clássico e que a banda vive o seu melhor momento. Um sábado perfeito para quem foi ao Circo Voador, o evento foi lindo e como é de costume, deixo aqui meu agradecimento à OnStage Agência por confiar em nosso trabalho e nos permitir fazer essa cobertura, do incrível evento que eles produziram com tanta maestria.
SetList do Sepultura via SetList.FM.