A baterista Lala Frischknecht é a nossa convidada.
Com uma proposta de ser uma banda composta por mulheres e determinada a seguir o caminho do mais puro heavy metal tradicional desde 2015, o Burning Witches segue em evolução e lançando trabalhos cada vez melhores. Seu último álbum “Dance with the Devil”, que você pôde conferir recentemente o review feito por nós, mostrou músicas coesas, peso e muito talento.
Atualmente o Burning Witches é formado pela guitarrista Romana Kalkuhl, a baixista Jeanine Grob, a vocalista Laura Guldemonde e a baterista Lala Frischknecht e é justamente Lala, que nós da Headbangers Brasil temos a honra de poder entrevistar.
Headbangers Brasil: Em primeiro lugar, muito obrigado por conversar com a Headbangers Brasil, Lala. É uma honra para todos nós. Gostamos muito do último trabalho do Burning Witches.
Lala: Antes de tudo, quero dizer muito obrigada pelo convite para a entrevista.
HB: Para começar, gostaria que você falasse sobre sua carreira. Como foi seu primeiro contato com a música? E quais seriam suas maiores influências?
Lala: Eu comecei a conhecer rock desde a minha infância, já que meu primo mais velho costumava ouvir. Mas eu não gostava muito naquele tempo. Já quando cheguei à minha vida de adolescente, foi nessa hora que comecei a ouvir rock. Então eu me apaixonei por Punk, Hardcore e Thrash Metal. Na verdade, eu ouço diferentes gêneros musicais, do jazz ao metal extremo. Mas minhas maiores influências são D.R.I., Exodus, Kreator e Carcass.
HB: Eu particularmente gostei muito do álbum “Dance with the Devil”. Como tem sido a recepção geral em relação a este novo trabalho?
Lala: “Dance with the Devil” é realmente um ótimo álbum. A chegada da nossa nova bruxa, Laura nos vocais, tornou este álbum épico por causa de sua voz agressiva e melódica, absolutamente necessária para uma banda de heavy metal como nós. Romana, que é nossa compositora desde o início, está fazendo uma ótima dupla com Laura. Este álbum tem variedades de estilos musicais, mas ainda mantém a essência do nosso som.
HB: Como foi o processo de criação dessas novas músicas? Cada membro da banda trouxe suas ideias individualmente ou foi um trabalho mais coletivo?
Lala: Como eu mencionei antes, Romana é nossa compositora e Laura está escrevendo todas as letras das músicas. Estamos fazendo isso desde o início e confiamos em Romana para criar as músicas. Ela é o coração e o som da banda. Como baterista, eu apenas toco com seus rifes de guitarra. Não quero exagerar, porque a música deve soar bonita e enfatizar o som da guitarra e os vocais.
HB: Laura juntou-se à banda muito bem e fez um trabalho incrível no álbum. Ela já está totalmente integrada ao Burning Witches?
Lala: Sim, exatamente. Ela acrescentou tempero ao som do Burning Witches. Já faz um ano desde que ela se juntou à banda. Ela é simplesmente incrível e um tipo de pessoa realista. Seu senso de humor se encaixa ao nosso jeito de ser. Isso nos tornou mais unidas como irmãs em uma verdadeira família.
HB: O tema ‘bruxaria’ é um dos mais amados pelos fãs da música pesada e o nome da banda está completamente associado a esse conceito. Por esse motivo você acredita que é mais complicado lidar com diferentes temas nas letras do Burning Witches?
Lala: Nossas letras lidam com opinião pessoal, guerra, bruxaria, imaginação e comportamento, desde o primeiro álbum. Acontece que o álbum “Hexenhammer” é mais sobre histórias de bruxas, porque é o conceito do álbum. Em “Dance with the Devil” acontece o mesmo, deixamos Laura expressar suas próprias ideias liricamente e, é claro, é dever da vocalista escrever as letras. Não importa para nós, se é baseado em suas experiências passadas, irmandade e bruxas. Eu acho que não é difícil lidar com temas diferentes, porque depende de como você quer fazer ou o que você deseja entregar em um álbum específico. Mas é claro, as histórias de bruxas permanecerão conosco em nossas letras.
HB: Sobre o vídeo de “Dance with the Devil” em especial. Quem contribuiu com as ideias e você ficou feliz com o resultado final?
Lala: Sim, estamos felizes como o vídeo, que acabou com um estilo bem anos 80. A maioria das cenas foram ideias da Romana. Não é tão fácil de fazer um videoclipe. Você tem que pensar em todos os preparativos e todos os detalhes. Estamos felizes por nossa família do metal estar sempre lá para nós ajudar, como Schmier (Destruction) e Damir (Destruction; Gomorra), que nos ajudam muito desde o primeiro dia.
HB: Lala, o que mudou desde o primeiro single de 2016 até os dias de hoje? Você está feliz com a evolução da banda? E o que pode ser melhorado para o futuro?
Lala: Sim, claro. Todas nós estamos felizes e contentes por chegarmos a esse ponto em nossa jornada dentro do heavy metal. Somos apenas algumas garotas loucas que só querem tocar heavy metal e não esperávamos nem em nossos sonhos mais selvagens que chegaríamos a esse ponto que estamos hoje. E sim, não poderíamos fazer isso sozinhas, sem a ajuda de nossa família do metal e nossos leais fãs. Nós apenas temos que continuar como começamos, fazendo bons álbuns enquanto desfrutamos e nos divertimos ao mesmo tempo. E claro, mantendo os pés no chão. Crescemos e aprendemos muitas coisas desde a nossa primeira demo. A composição das músicas e a reprodução individual mudaram de maneira positiva. Você pode perceber isso quando ouve nossos álbuns. Fez uma grande diferença na criação do nosso som e como tocamos como uma banda. Mas o mais importante é que aprendemos muito como pessoas. A relação entre nós cresceu e isso é a amizade. Eu acho que é o que mais importa.
HB: O mundo virou de cabeça para baixo com esses problemas que o C-19 nos fez enfrentar. No caso de Burning Witches, quais foram às consequências? Quais foram os planos que a banda teve que adiar por causa dessa pandemia?
Lala: É triste o que está acontecendo no mundo hoje em dia. Mas aproveitamos esse tempo e oportunidade de maneira positiva, criando novas músicas. Acabamos de lançar um novo álbum há alguns meses e agora já temos 5 ou 6 músicas em processo de composição o que é realmente ótimo. As consequências são que não podemos tocar em shows ao vivo. Acho que não somos apenas nós nessa luta. Tivemos que cancelar nossas turnês e nossas participações em festivais. Programamos novamente nossa turnê com Ross the Boss para novembro/dezembro deste ano. Mal podemos esperar para subir ao palco mais uma vez.
HB: Lala, como você reagiu a esse problema de pandemia? Como estão as coisas na cidade em que você vive?
Lala: Durante a alta temporada de pandemia, a vida aqui na Suíça parou. Então, ficamos em casa e fizemos o possível para combater o tédio. Também foi bom porque tivemos a chance de fazer coisas que não podemos fazer durante dias ocupados. Como mais tempo para conversar com nossas famílias. Recentemente, o governo permitiu shows com um público limitado de 200 a 300 pessoas. Dependendo do tamanho do local. Estamos lentamente voltando ao normal. Mas é claro que ainda precisamos ser cuidadosas e ser responsáveis, porque nosso inimigo, o vírus, que não podemos ver, ainda está ao nosso redor.
HB: E o futuro? Você acredita que em breve os eventos poderão estar de volta e teremos novidades sobre Burning Witches nos palcos? E falando em show, qual foi o seu sentimento durante a incrível ‘live session’ do dia 29 de maio passado?
Lala: Com certeza, nossa vida, como músico ou metalhead, voltará ao normal. Mas tem que ser devagar, porque todas as coisas estão sendo afetadas por esta pandemia. Todos nós temos que tomar decisões corretas em qualquer coisa que planejamos fazer. Não cometer erros. Estamos ansiosas pelos shows que estão sendo agendados para novembro/dezembro. Felizmente, podemos ter shows já em setembro. Quem sabe (risos)…
Tivemos momentos incríveis durante o nosso show acústico ao vivo com nossas adoráveis convidadas. O objetivo disso era mostrar amor aos fãs e que, independentemente do tipo de vida que estamos vivendo agora, ainda podemos fazer coisas boas, como tocar boa música para manter a cena viva. A música é sempre a melhor terapia. Estamos muito felizes com a resposta positiva que tivemos em nossa ‘corona acoustic session’.
HB: Esta entrevista foi baseada em 99% no Burning Witches, que é o que realmente importa para seus fãs e admiradores. Então, vou fazer apenas uma pergunta sobre esse assunto. Como estão as coisas após a partida inesperada de Sonia?
Lala: Foi triste no começo, mas seguimos em frente agora. Coisas como essas estão sempre acontecendo em todas as bandas, então acho que isso é normal. Sempre haverá um dia em que você seguirá seu próprio caminho. Há um monte de guitarristas de muito talento que estão interessadas em participar da nossa banda. Nós apenas temos que escolher cuidadosamente qual. Estar em uma banda não é apenas 100% musicalidade. Requer motivação, dedicação e, mais importante, grande atitude e caráter.
HB: Lala, queremos agradecer por sua atenção. Tenho certeza que seus fãs aqui no Brasil estão ansiosos por notícias suas e mais lançamentos do Burning Witches. Fique à vontade para deixar suas mensagens para os fãs e divulgar os endereços para que eles possam ficar conectados em todas as notícias sobre o Burning Witches e você, é claro.
Lala: Gostaríamos de agradecer a todos os nossos fãs brasileiros pelo amor e apoio que vocês estão nos dando. Esperamos poder tocar em breve no seu belo país. Para todos aqueles malucos do metal que ainda não conhecem o Burning Witches, por favor, procurem conhecer. Você pode sempre se atualizar e receber nossas notícias em nossas mídias sociais, como a nossa página do Facebook ou em nosso site www.burningwitches.ch ou simplesmente siga-nos no instagram.
Muito obrigada novamente pela entrevista. Fiquem seguros, pessoal. Nós podemos superar esse momento atual.
Stay heavy!
(Créditos das fotos/imagens: Mídias sociais da banda Burning Witches).
Fique ligado:
https://www.instagram.com/burningwitchesofficial/
https://www.facebook.com/burningwitches666/
www.burningwitches.ch