Batemos um papo com Mailson Buson, o Buson Drummer, baterista e fundador da banda Crashkill, que nos contou sobre o novo disco da banda, a formação atual, planos futuros e muito mais. Confira a seguir:

HEADBANGERS BRASIL: Quais foram os conceitos que serviram de inspiração para o novo disco “CONSUMED BY BIOMECHANICS”?

BUSON DRUMMER: O disco foi criado se baseando no conceito da dominação da humanidade pelas máquinas e toda sua tecnologia, dae esse conceito se relaciona com as inteligências artificiais que foram criadas para atender os desejos dos humanos seja para qualquer fim. Porém, ao invés de serem ferramentas de agregação e prosperidade, acaba tendo como fim a destruição do ser humano por ele mesmo, criando conflitos sociais, étnicos, culturais, e outras rupturas. Então seguindo esta lógica, a inteligência artificial acaba tendo acesso a todas as atrocidades cometidas pela humanidade junto a si mesma e ao ambiente que a cerca, então essa Inteligência se rebela e inicia um processo de eliminar toda a raça terrestre na criando um outro novo mundo. Necessariamente não tiramos nada do tipo Exterminador do Futuro ou Guerra dos Mundos para a criação do álbum, porém sempre fomos fãs de filmes de ficção. Eu mesmo trabalhei como TI por muitos anos e na prática esses conflitos acontecem todos os dias. É algo bastante complexo que ultrapassa a ficção.

A imagem pode conter: 5 pessoas, planta e atividades ao ar livre

HB: Vocês lançaram o primeiro EP “HATE ZONE” em 2017, e neste ano o primeiro full-lenght, quais foram as diferenças e desafios sentidos pela banda entre as duas gravações?

BUSON: No primeiro EP a banda se preparou meses para entrar em estúdio e realizar todo o processo mesmo com uma produção de menor orçamento. Contudo, ressaltamos que foi um grande trabalho realizado tanto pelo produtor junto a banda o que acabou saindo até com um resultado acima por nós esperado. Já no segundo tivemos mais tempo para trabalhar as músicas e encontrar a melhor forma de produção para o novo álbum, fora a questão de mudanças na formação que atrasaram também a finalização deste.

HB: Vocês lançaram o disco em abril, quando a pandemia estava numa escala menor aqui no Brasil. Como vocês encararam a situação que veio a seguir, visto que acabou se colocando no meio da divulgação do material.

BUSON: Tudo já estava antecipadamente bem planejado para o lançamento do Consumed, porém não contávamos com a situação desta Pandemia que infelizmente ainda está presente em nossas vidas e que fomos realmente forçados a lançar em meio a esse momento. Mas de forma positiva encontramos outras formas de divulgar mesmo não fazendo shows e nem mesmo nos encontrando em estúdio, conseguimos enviar o material físico para vários estados do Brasil e alguns países como Estados Unidos, França, Suécia, Chile e Colômbia. Também temos uma boa distribuição no Brasil pelo Selo Paulista Extreme Sound Records que faz um bom trabalho junto a nosso novo CD.

HB: O disco aborda o caos social no mundo e caiu bem numa hora dessas. Esse seria um estudo de campo para talvez um próximo lançamento?

BUSON: Tudo muito natural e realmente isso bateu de frente com nosso momento atual. Sim, existe já novas músicas em criação, tendo uma já finalizada praticamente em que iremos lançar um futuro EP com cerca de 4 músicas que justamente trata desse sentimento durante a pandemia e o que ele está fazendo a humanidade sentir e refletir seus atos. Esse trabalho deveremos estar lançando no início do ano que vem já no primeiro semestre.

HB: Como vocês enxergam o mercado musical, em especial o do rock/metal no pós pandemia?

BUSON: O mercado teve que se adequar criando outros processos para não ficar parado nesse momento, porém vejo que a solidariedade entre bandas, produtores e empresários do ramo se unificou mais, todos se ajudando para não deixar o mercado se extinguir evitando mais prejuízos já que o rock/metal no Brasil sempre caminhou com dificuldades.

HB: No novo disco vocês trazem um amadurecimento na sonoridade que criam algo bastante conciso e preciso. Quais são as maiores influências do Crashkill para este som?

BUSON: Na verdade este amadurecimento foi de intenso trabalho de pré produção adquirindo mais conhecimentos junto aos produtores, trabalhando as músicas em casa e no estúdio e colocando na prática durante a gravação. Nas influencias temos Overkill, Warbringer, Exodus e Testament como combustível para este novo álbum lançado. Ou seja, essencialmente o puro Thrash Metal.

HB: Vocês são uma banda relativamente nova, mas nesse tempo já passaram por mudanças na formação antes da gravação do primeiro disco. Como foi passar por essa experiência em um momento crucial?

BUSON: Foi bastante difícil por que a formação anterior tinha uma força muito grande, contudo, como foi inevitável esta mudança, tivemos que readaptar a banda para uma outra sonoridade com a entrada de Fernando Gonçalves no Baixo e o Renato Ferreira nas vozes. Mas isso foi no tempo certo e com muita naturalidade conseguimos atingir um outro nível que neste momento nos traz grandes frutos e reconhecimento pelos que apreciam nosso trabalho seja ele no Brasil ou no exterior.

HB:O nome Crashkill tem um forte presença. De onde surgiu a ideia e qual o significado para vocês?

BUSON: Veio de alguns clipes que assisti de colisão de carros em especial uma do Anthrax que aparecia a palavra CRASH lembrando aquelas letras garrafais do seriado Batman dos Anos 60 quando rolavam aquelas brigas deles quando metiam a porrada nos seus arqui-inimigos. Como eu não queria dois nomes em separado, a palavra KILL foi só um complemento para a junção, o que ficou bem natural.

HB: A cena no Ceará tem a cada ano se mostrando uma das mais importantes do Brasil com um grande crescimento. Como vocês enxergam esse movimento?

BUSON: Incrível as bandas daqui como elas cada uma tem sua peculiaridade e originalidade, eu gostaria que tivéssemos maior apoio para um management que pudesse investir nestas que estão batalhando e que elas pudessem sair do estado e aumentar mais o nome no Brasil e Exterior resultando numa revolução no movimento Metal em geral. Infelizmente muitos talentos se perdem aqui pois não conseguem dar continuidade aos seus talentosos projetos. Tudo é muito difícil. Mas ainda acredito que em breve, teremos um cast maior de bandas de nosso estado com maior destaque mundial.

HB: Muito obrigado pela entrevista e use o espaço para um recado aos leitores.

BUSON: Eu gostaria de agradecer a força da HB Brasil e seus leitores, todos que a apoiam, continuem sempre amando o Metal e trabalhando pela evolução do Underground para que as bandas sempre estejam em excelentes níveis e ajudando a aumentar a nossa Cultura do METAL no Brasil. Crashkill Thrash Attack!!!

A imagem pode conter: 5 pessoas, texto

CONTATOS:

https://www.facebook.com/buson.drummer.3

https://www.facebook.com/crashkillthrash/

FOTO DESTAQUE: FACEBOOK