Com público vidrado no palco, Haken trouxe energia para um domingo chuvoso em São Paulo
No último domingo (01), o Haken fez sua segunda e última apresentação no Brasil, no Carioca Club, em São Paulo, o sexteto que está em turnê para divulgação de seu mais recente álbum, Fauna, lotou a casa de show com fãs bem dedicados. A cada 10 pessoas que entravam, pelo menos uma estava com a camiseta da banda e outra com uma camiseta florida – vestuário que os próprios integrantes usam em seus shows.
Dá para sentir a ansiedade dos presentes, pois ao entrar, já procuram a melhor visão do palco e se amontoam no meio da casa. Apesar do Carioca Club ser excelente para assistir shows em qualquer canto da casa, nada será tão prazeroso para um fã do que conseguir ficar bem ao centro e próximo da grade.
Pontualmente às 19h30 as luzes se apagam, uma música ressoa ao fundo e as cortinas se abrem, anunciando que a apresentação está prestes a dar início. Sem muitos rodeios, os músicos entram no palco e um coro de gritos e palmas toma conta do local.
“Taurus“, de seu novo álbum, “Fauna” , dá início aos trabalhos, preenchendo o ar com um som intenso de doom. O ambiente está em êxtase, a multidão está barulhenta e assim que o vocalista aparece no palco, uma enorme explosão de energia toma conta do local. Expressões de intensidade dominam todo o recinto e os fãs de metal progressivo estão em completa alegria, sorrindo de orelha a orelha, enquanto dão boas vindas ao Haken com suas mãos para cima.
Seguindo com “In Memoriam”, faixa liderada pelo piano do álbum “The Mountain” de 2013. Ross Jennings mostra o porquê de ter fãs tão dedicados, enquanto performa no palco andando de uma lado para o outro, pulando e mostrando que tem um vocal poderoso que não muda em nada comparado aos seus álbuns.
O setlist percorreu por vários álbuns da banda para ninguém botar defeito. Do mais recente, a banda apresentou “Lovebite” e “Elephants Never Forget”, que o público não mede esforços para ser a segunda voz de Jennings.
Em todas as faixas apresentadas, apesar do palco não ser tão grande, os músicos não alteram seus lugares em momento algum, mas seguem olhando diretamente para cada fã presente, esboçando sorrisos de aprovação à todo momento. Já Ross, enquanto sua parte na música não chega, ele deixa o palco – ficando ao lado – para que todos os holofotes sejam somente da banda.
Jennings não fala muito com o público, mas antes da próxima faixa, com um sorriso no rosto ele arrisca no português um “Muito obrigado!” que faz todos gritarem a plenos pulmões como se dissessem “Obrigado vocês por estarem aqui”. Sem perder tempo, o vocalista faz seu mini discurso “Essa faixa é do nosso primeiro álbum, chama ‘Celestial Elixir’”, o que bastou para o público voltar a vibrar pela faixa que possui 17 minutos.
Assim que a música chega ao fim, a banda sai do palco e as luzes diminuem. Os fãs não satisfeitos começam um coro “Ole ole ole, Haken, Haken” que só foi aumentando o volume enquanto as luzes do palco piscavam. O pedido deu certo e finalmente a banda retornou.
Entre aplausos o Haken dá início aos momentos finais do shows quando trazem outra faixa longa, de 15 minutos, que são as cinco seções completas do “Messiah Complex“, de seu sexto álbum de estúdio “Virus“, lançado em 2020.
Se em “Celestial Elixir” os presentes já pareciam ter vivido o auge da noite, assim que a banda retornou ao palco a aglomeração de pessoas nos cantos do palco foi surreal. Todos queriam contemplar esta faixa de perto.
A presença de muitos riffs memoráveis e partes mais dançantes que arrepiam os pelos dos braços enquanto a música é executada com maestria, certamente contribuíram para tornar essa experiência o destaque da noite. É ótimo quando músicos conseguem criar momentos tão intensos e inesquecíveis em suas apresentações. A banda agradece ao público e sai do palco às 21h20, deixando uma sensação de vazio, pois claramente todo mundo aguentaria sem reclamar mais duas horas de show.
Haken proporcionou aos fãs de metal progressivo uma noite fantástica e inesquecível com sua habilidade musical e execução das faixas ao vivo que não deixou a desejar em um momento sequer. Agradecemos ao pessoal da Liberation Music por nos credenciar e nos permitir trazer essa cobertura para vocês.
Setlist:
- Taurus
- In Memoriam
- Sempiternal Beings
- Cockroach King
- The Architect
- Lovebite
- Prosthetic
- Invasion
- Pareidolia
- Elephants Never Forget
- Celestial Elixir
Bis:
- Messiah Complex I: Ivory Tower
- Messiah Complex II: A Glutton for Punishment
- Messiah Complex III: Marigold
- Messiah Complex IV: The Sect
- Messiah Complex V: Ectobius Rex
TEXTOS e FOTOS POR THAMMY SARTORI