E não, você não está lendo errado, MC LAN, funkeiro conhecido nacionalmente por estar no mundo do Rap/Funk/Trap lançou na sexta feira passada V3NOM PART 1: ECLIPSE e sabendo disso, eu fiquei curioso em ouvir, já que, como o compositor de um petardo nomeado ” Rabetão” iria compor um disco com peso e, se baseando no Nu Metal, Hardcore? 

É daí, caríssimas leitoras e leitores que, eu me enganei profundamente, confesso que ao saber dessa notícia eu fiquei “ressabiado”, fruto de um velado preconceito com o estilo originário do artista, que, além dessa canção, tem outras, já com renome e me veio a questão do porque ele iria migrar para um mundo completamente desconhecido.

E é aí meu caríssimos no qual esse que vos fala erra e muito, pois MC LAN se prova um conhecedor do cenário e seus estigmas, bandas e conceitos, nuances! Em entrevista a Rolling Stone, conduzida pelo jornalista Igor Miranda (aqui), que o artista se diz conhecedor e fã de nomes como Mutantes e King Crimson, além de diversos outros.

E DAÍ, VALE A PENA OUVIR O DISCO??

Vale a pena demais ouvir V3NOM PART 1: ECLIPSE e digo isso sem nenhum medo, pesadíssimo e com participações de peso, contando com nomes como o do rapper Criolo, o baixista do Korn (ex Suicidal Tendencies) Ra Díaz, o rapper sueco Bladee, o também rapper americano Pink Siifu, o produtor Twisco (The Weeknd, Kanye West, Playboy Carti) e o baterista John Dolmayan do System Of.A Down entregam uma primeira parte primorosa, de três discos!

O disco é uma viagem ao interno do MC e suas inquietações, transformadas em riffs, versos, rimas altamente ácidas, citações dele mesmo em algumas faixas, mas principalmente, V3NOM Part1: Eclipse é um disco que te coloca em confronto, em como a arte pode vir, com exímia qualidade, de onde você mesmo espera e aqui eu coloco a palavra arte para toda a carreira de Lan, já que, não é por eu não gostar que, a carreira construída por ele não seja arte.

Mas o disco tem riffs inspiradíssimos, músicas com o peso que te remete ao Nu Metal do início de sua caminhada, outras tem uma pegada mais pro Hardcore, tem umas levadas de Pop/Punk aqui e ali, passagens no qual a bateria some e as guitarras te obrigam a entrar em uma lisergia digna de grandes nomes Psicodélicos do Brasil e do mundo!!

O resultado dessa primeira parte é um material no qual, possivelmente, os puristas do nosso cenário irão execrar, mas, caso você quer ouvir um disco que te tirei da zona de conforto e te force a entrar no conceito e no mundo proposto por ele, vá pra dentro desse grande disco!! O YouTuber Léo Ronki falou muito bem sobre o disco também, mas, já de antemão te digo, ouçam esse trabalho primoroso do funkeiro, que agora, tenho minhas dúvidas se retorna ao seu local de origem.